— durma bem, meu anjinho — sussurei.

Acordei com alguém me chamando, e tive a visão de Sabina sentada me encarando fixamente

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Acordei com alguém me chamando, e tive a visão de Sabina sentada me encarando fixamente.

— tá tudo bem? — ela perguntou preocupada. 

— tá sim — respondi muito confusa — por que?

— estava praticamente gritando, mas com a boca fechada. O som, mesmo abafado, estava alto.

— tem certeza que foi eu? Pode ter sido Sina — falei muito sonolenta

— Sina? Ela está aqui?

Virei pra encarar a criança, e tive a certeza de que ela estava ali. Dormindo calmamente, enquanto meu seio sangrava sujando o lençol.

— meu Deus — o susto foi o bastante pra me acordar por completo.

— amor? — ela levantou depressa e deu a volta na cama — Deus! Isso é normal?

— não, não é — neguei — liga a torneira da banheira, no mais gelado.

Ela correu pra me obedecer, e eu tentei tranquilizar minha respiração. A menina ainda dorme tranquila, sem parecer perceber o caos que se instalou.

— pronto, a banheira tá cheia. O que faço agora?

— pega bolsa de sangue pra mim, vou estar no banheiro.

Levantei com a criança grudada em mim e segui direto pra banheira, entrando ali de roupa e tudo.
Não quero que Sina acorde em desespero vendo todo esse mar de sangue, mas preciso ver o que o causou tudo isso.

Lavei meu busto com a água fria, e Maria sequer se moveu, me deixando preocupada. Tirei nossas roupas sujas e as deixei na banheira mesmo, focando em remover todo o sangue de criança e de mim.

— agora eu pego ela?

— sim, já vou sair também.

Tirar Sina do peito foi difícil, mas com ajuda deu certo. Ainda passei água em meu monte, e vi dois cortes largos, mas não fundos, ao redor de meu mamilo. Isso, por mais medonho que seja, me tranquilizou. Minha criança está crescendo, como qualquer outra em sua idade.

Estanquei o sangue que ainda escorria, e voltei pro quatro enrolada na toalha. Sabina me encarou preocupada, mas tranquilizei-a com o olhar. Seguindo pro closet vesti a primeira roupa que vi, e voltei rapidamente pro quarto.

Minha maleta estava por perto, nela busquei minha lanterna, meus óculos e o espelho pros dentinhos.
Sina, ainda nua no colo da mãe, permanecia apagada, sem dar sinais de que estava acordando.

— só abre a boquinha dela pra mim — pedi, ligando a lanterna.

Sabina me ajudou, fazendo o que pedi, e só de observar sem aprofundamento algum já tive o diagnóstico.

No PassadoWhere stories live. Discover now