III - Inferno

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O Fundador, sentado em um banco de mármore no jardim do palácio, estava imerso em um jogo de estratégia chamado Wufer. O tabuleiro era composto por peças de formas geométricas complexas.

Enquanto o líder da União Interplanetária concentrava-se no jogo, o primeiro-ministro aproximou-se, trazendo consigo uma preocupação em sua expressão. 

— Desculpe interromper, mas há uma notícia urgente que exige sua atenção.

O Fundador ergueu os olhos do tabuleiro e franziu o cenho ao perceber a seriedade no olhar de Barvik.

— Dornand está morto, e os insurgentes não estão mais em Sieg.

— Podemos usar essa morte ao nosso favor.

— Entendo o que quer dizer.

— Agora mudando de assunto, capturamos Kesopo.

 — Descubra se ele contou algo que não devia e acabe com os livros.

— Irei fazer isso, e quanto aos livros já tomei a providência cabível.

— Agora, me deixe sozinho.

Barvik fez uma breve reverência e se afastou, deixando o Fundador novamente imerso no Wufer.

O primeiro-ministro se dirigiu a uma sala no Palácio de Domiciano, onde o Dr. Kesopo estava detido. O cientista, com os pulsos amarrados e encontrava-se centro da sala. O ambiente estava iluminado por uma única lâmpada pendurada no teto.

— Kesopo,  está ciente da gravidade da sua situação. Então sugiro que comece a falar se contou algo.

— Seu porco, pule para a parte que me mata. Não vou te contar nada.

— Você só irá morrer quando o Fundador assim desejar.

— Deve estar pensando que a história te tornará um mártir, mas isso não irá acontecer. Será apagado da existência e seu nome cairá no limbo.

— Enquanto as pessoas que eu conheci se lembrarem de mim, então terei existido.

— Isso é estúpido! Nós determinamos o que é verdade, e as pessoas só se lembram daquilo que o Fundador deseja.

— Barvik, você é desprezível. Cadmo e os outros continuarão se levantando contra a União.

— Oh não seja, ingênuo. Esses subversivos são apenas insetos que em  breve serão exterminados, e depois ninguém se lembrará de que eles existiram.

Em uma fração de segundos, a porta da sala foi empurrada com força, revelando a entrada dos guardas pretorianos. Vestidos em suas imponentes armaduras negras.

Os guardas se aproximaram do cientista, cada passo ecoando pelo silêncio tenso da sala. Kesopo, ainda amarrado e desafiante, encarou os pretorianos com uma expressão de aversão. Mas, antes que pudesse reagir, um dos guardas desferiu um golpe com sua bota na costela do cientista, fazendo-o se contorcer de dor.

Os outros guardas cercaram ele dando  início a uma surra impiedosa. Socos e chutes eram desferidos contra o cientista indefeso. Sua resistência era notável, mas a superioridade numérica e o treinamento dos pretorianos eram esmagadores.  Cada soco e pontapé revelava a ira do regime. Mesmo com a dor, o cientista permanecia resoluto a não dar um grito sequer.

O rosto do cientista estava coberto de sangue, e seu corpo exibia marcas de violência. No entanto, sua coragem permanecia inabalável.  Enquanto a surra prosseguia, Barvik observava com um sorriso sádico.

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⏰ Última atualização: Jul 27, 2023 ⏰

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