O Fundador, sentado em um banco de mármore no jardim do palácio, estava imerso em um jogo de estratégia chamado Wufer. O tabuleiro era composto por peças de formas geométricas complexas.
Enquanto o líder da União Interplanetária concentrava-se no jogo, o primeiro-ministro aproximou-se, trazendo consigo uma preocupação em sua expressão.
— Desculpe interromper, mas há uma notícia urgente que exige sua atenção.
O Fundador ergueu os olhos do tabuleiro e franziu o cenho ao perceber a seriedade no olhar de Barvik.
— Dornand está morto, e os insurgentes não estão mais em Sieg.
— Podemos usar essa morte ao nosso favor.
— Entendo o que quer dizer.
— Agora mudando de assunto, capturamos Kesopo.
— Descubra se ele contou algo que não devia e acabe com os livros.
— Irei fazer isso, e quanto aos livros já tomei a providência cabível.
— Agora, me deixe sozinho.
Barvik fez uma breve reverência e se afastou, deixando o Fundador novamente imerso no Wufer.
O primeiro-ministro se dirigiu a uma sala no Palácio de Domiciano, onde o Dr. Kesopo estava detido. O cientista, com os pulsos amarrados e encontrava-se centro da sala. O ambiente estava iluminado por uma única lâmpada pendurada no teto.
— Kesopo, está ciente da gravidade da sua situação. Então sugiro que comece a falar se contou algo.
— Seu porco, pule para a parte que me mata. Não vou te contar nada.
— Você só irá morrer quando o Fundador assim desejar.
— Deve estar pensando que a história te tornará um mártir, mas isso não irá acontecer. Será apagado da existência e seu nome cairá no limbo.
— Enquanto as pessoas que eu conheci se lembrarem de mim, então terei existido.
— Isso é estúpido! Nós determinamos o que é verdade, e as pessoas só se lembram daquilo que o Fundador deseja.
— Barvik, você é desprezível. Cadmo e os outros continuarão se levantando contra a União.
— Oh não seja, ingênuo. Esses subversivos são apenas insetos que em breve serão exterminados, e depois ninguém se lembrará de que eles existiram.
Em uma fração de segundos, a porta da sala foi empurrada com força, revelando a entrada dos guardas pretorianos. Vestidos em suas imponentes armaduras negras.
Os guardas se aproximaram do cientista, cada passo ecoando pelo silêncio tenso da sala. Kesopo, ainda amarrado e desafiante, encarou os pretorianos com uma expressão de aversão. Mas, antes que pudesse reagir, um dos guardas desferiu um golpe com sua bota na costela do cientista, fazendo-o se contorcer de dor.
Os outros guardas cercaram ele dando início a uma surra impiedosa. Socos e chutes eram desferidos contra o cientista indefeso. Sua resistência era notável, mas a superioridade numérica e o treinamento dos pretorianos eram esmagadores. Cada soco e pontapé revelava a ira do regime. Mesmo com a dor, o cientista permanecia resoluto a não dar um grito sequer.
O rosto do cientista estava coberto de sangue, e seu corpo exibia marcas de violência. No entanto, sua coragem permanecia inabalável. Enquanto a surra prosseguia, Barvik observava com um sorriso sádico.
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Século Distante
Science FictionCom os recursos da Terra exauridos, a humanidade expandiu-se para o espaço, buscando garantir sua sobrevivência. Marte foi o primeiro planeta a ser colonizado, e expedições interplanetárias revelaram a descoberta da existência de vida alienígena. Ór...