Proposta de emprego

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Depois de conversar com a madre, fui para o dormitório organizar minhas coisas, já estava tudo pronto, eu não tinha tanta coisa, então coube tudo em uma mala, me sentei na cama relembrando todos os momentos que passei aqui, só de lembrar meus olhos ficam cheios de lágrimas, ainda não acredito que essa será a minha última noite no orfanato.

Vou para o refeitório, mas notei que estava tudo muito silencioso e as luzes estavam apagadas, aquilo estava muito estranho, já que a essa hora todos deveriam estar jantando, assim que acendo as luzes todos gritam surpresa.

Tanto as irmãs quanto as crianças estavam usando chapéus de aniversário, e a irmã Margareth tinha em suas mãos um bolo com velinhas.

Flora _ feliz aniversário Maya! _ ela grita eufórica, e todos vem me desejar parabéns.

Depois que jantamos, foi a hora de cantar parabéns e assoprar as velinhas do bolo, naquela noite eu me diverti como nunca no orfanato, essa é uma lembrança que vou guardar pra toda a vida.

Quando minha festinha de aniversário acabou, já era um pouco tarde da noite, então fomos todos dormir, ainda demorei um pouco, mas logo adormeci.

Na manhã seguinte a irmã Flora me acordou, fiz todas as minhas obrigações, e depois de trocar de roupa e tomar café, ainda tive um tempinho para ir em cima do telhado uma última vez.

Era estranho, eu realmente vou sair daqui, me deitei nas telhas olhando para o céu, o sol estava terminando de nascer, e como um novo dia que se inicia, um novo ciclo começa na minha vida.

Me despedi das crianças, das irmãs e da madre, foi um momento muito difícil para mim, senti como se meu coração estivesse se partindo ao meio, chorei muito junto com todo mundo, mas me consolei prometendo visitar o orfanato, peguei um táxi que me levou até o centro da cidade.

Era tão barulhento e movimentado, me senti insegura e com medo, mas respirei fundo e tentei me tranquilizar, pois agora preciso vencer minhas inseguranças e medos.

A madre disse que conversou com alguns donos dos estabelecimentos que fazem doações para o orfanato, perguntando se não teria alguma vaga de emprego para mim, entretanto ninguém tinha vaga, então eu terei que procurar sozinha.

Andando um pouco pela cidade, vejo em uma lanchonete um anúncio de contrata-se , e pensando bem se eu conseguir um emprego aqui, já vai ser um bom começo.

Entrei na lanchonete que estava bem movimentada, me aproximei do balcão chamando a atenção da atendente.

Maya _ bom dia! É eu vi o anúncio de contrata-se, e gostaria de saber se ainda estão contratando? _ estou nervosa e ansiosa, tomará que ainda tenha vaga, a mulher me olha dos pés a cabeça, como se estivesse me avaliando.

Atendente _ espere um pouco! Vou falar com o chefe _ avisa saindo, enquanto ela não voltava fiquei observando o lugar.

Passam se alguns minutos, e a mulher reaparece, ela me pede para acompanhá-la até uma sala, e me disse para esperar ali que o seu chefe não ia demorar, e realmente não demorou, logo aparece um senhor, era um homem um pouco mais velho, na faixa etária de seus 60 anos, vestido socialmente, quando ele me vê abre um sorriso largo vindo me cumprimentar.

Thomas _ Olá, senhorita! Me chamo Thomas, sou o dono deste estabelecimento! _ ele estende sua mão para me cumprimentar, e por instinto fiquei com um certo receio de pegar em sua mão, mas me ensinaram que é falta de educação, então o comprimento.

Maya _ prazer em conhecê-lo! Senhor Thomas, me chamo Maya Allen! _ me apresento soltando sua mão o mais rápido possível.

Thomas _ igualmente! Senti-se _ aponta para uma poltrona que tinha ali _ acredito que está aqui por causa do anúncio, certo? _

Maya _ sim! Como já disse para sua atendente, eu estava passando quando vi o anúncio, e queria saber se ainda tem vaga? _

Thomas _ sim, sim! Ainda temos muitas vagas, mas primeiro preciso explicar uma coisa, as vagas que tenho para trabalhar são para outro estabelecimento _ explica.

Maya _ então onde seria? _ perguntei curiosa.

Thomas _ em uma boate! _ sua última palavra dita me desanima por inteiro, não é um lugar onde quero trabalhar.

Maya _ entendi! Acho que não é um trabalho para mim _ se não fosse por isso, seria uma ótima oportunidade, não é o que eu quero, e também não me sentiria confortável para trabalhar em um lugar assim, acho melhor ir embora _ desculpe pelo incomodo senhor Thomas _

Thomas _ espere! Se você não se sente confortável para trabalhar a noite, tenho vaga na área da limpeza durante o dia, o que me diz? _ pensando bem, trabalhar na limpeza é melhor do que não trabalhar.

Maya _ será ótimo! Posso ficar com a limpeza _ ao ouvir minhas palavras, ele abre um sorriso.

Thomas me explicou mais sobre o trabalho, que horas eu entrava e que horas eu saia, também falou sobre meu salário, eu estava tão feliz, tinha conseguido um emprego.

Thomas _ Maya assine aqui por favor! _ ele me entrega papel e caneta _ é o seu contrato! _ ele parece impaciente, olha para o relógio várias vezes enquanto começo a ler o primeiro parágrafo.

Thomas _ desculpe interromper, mas é que tenho um compromisso, se você quiser, amanhã lhe entrego uma cópia do contrato _ concordei com a cabeça assinando o papel, sinto uma sensação ruim, penso que talvez seja só a minha insegurança, entrego o papel a ele.

Thomas _ certo Maya, está contratada, esteja nesse endereço amanhã às 8h _ ele me entrega um cartão e me acompanha até a saída.

Maya _ obrigada senhor Thomas por me dar essa chance! _ sai da lanchonete e vou até uma pousada que a madre me indicou.

Assim que chego lá, falo com a dona da pousada que conhece a madre, e ela logo me dá as chaves do meu quarto.

O quarto era pequeno e simples, mas para mim estava ótimo, me deito na cama um pouco cansada, minha barriga ronca de fome, peguei uma marmita que a Margareth tinha preparado pra mim.

Na manhã seguinte, acordo cedo para me organizar melhor, tomo café na pousada mesmo, a dona da pousada é muito simpática e disse que o meu café era de graça.

Chamo um táxi, quando mostrei o endereço, o motorista sorriu de lado e disse alguma coisa que não consegui ouvir, assim que ele dá a partida no carro fico observando as ruas até entramos em uma rua cheia de bares, boates e até motel, fiquei muito apreensiva, olho o nome da boate no cartão que Thomas me entregou, assim que encontro empurro a porta entrando, já dentro da boate vejo o senhor Thomas conversam com dois homens.

Assim que ele me vê, vem em minha direção junto dos dois homens.

Maya _ bom dia senhor Thomas! _ tento parecer confiante mas aquele ambiente me incomoda.

Thomas _ bom dia Maya! Que bom que chegou, preciso esclarecer algumas coisinhas com você! _ sua feição simpática muda rapidamente para uma assustadora _ eu menti quando disse que você iria trabalhar na limpeza _

Maya _ como assim não vou trabalhar na limpeza? Que história é essa? _ o medo e a aflição toma conta de mim, o que está acontecendo?





Oi gente! Só avisando que este capítulo foi editado dia 24/01/2024.
Mas a história continua a mesma, só fiz alguns ajustes que julguei ser necessário.
Espero que gostem!

Minha Submissa Where stories live. Discover now