21. O Mestre mente

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Suspirei sentindo uma paz inexplicável por Adina ter dado um tempo para o meu amigo. Ela entendia o que eu precisava fazer e tirou uma folga como eu tirava às vezes perto de Jordan. Ainda era difícil decifrar o que ela realmente sentia. Ela queria me apresentar como sua ursinha, ou a Adina? Apesar de ela sempre saber quando eu estava no comando, e deixar claro o que queria.

Estávamos apaixonadas, perdidamente apaixonadas. Eu queria me sentir culpada, de verdade. Não passava um dia sem que eu pensasse em Jake.

— Lembra quando costumávamos vir aqui? — Adam junta as mãos no colo e suspira sorrindo, mas ele estava estranho, ansioso — Nosso maior problema era conseguir comer pasta de amendoim usando aparelho.

— Agora somos os "heróis" que costumávamos falar sobre, e nem sabemos contra quem devemos lutar.

— Fico feliz que as coisas tenham voltado ao normal – Ele sorri.

— Eu também.

Franzo as sobrancelhas quando sinto uma picada no pescoço. A princípio penso ser um inseto, mas meus sentidos vão perdendo o foco e os objetos ao meu redor parecem derreter e mudar de forma. Adam arregala os olhos para algo além de mim e leva uma pancada na cabeça. Rastejo pela grama, mas logo sou erguida com força e apago.

Jordan

— Hazel! — Adam gritou correndo na nossa direção enquanto comíamos no Bake's. Ele parecia assustado, estava ofegante e com medo — Estávamos na cabana e... e aí ele...

— O que foi, garoto?! — Hazel se levantou da mesa e eu apenas prestei atenção, ele estava estranho.

— O Mestre, quer dizer, pelo menos eu acho que é ele, pegou a Allyson, jogou ela em uma van e...

— Como é que é? — Me levantei também, puxei seu braço porta afora e Hazel nos seguiu — Eles não fizeram nada com você? Viu quem foi? Viu pra onde foram? Desembucha, Summers.

— Injetaram algo nela e a jogaram em um carro. Bateram na minha cabeça, mas eu não apaguei direito. Seguiram aquele caminho abandonado para os túneis da antiga usina. O rosto dele estava coberto por uma máscara, não vi nada, eu juro Jordan. Podia nem ser ele mesmo. Parece que o Mestre cansou de brincar de pique-esconde. Acho melhor você ir, e a Hazel tenta fazer alguma coisa daqui.

— Você está certo, vamos até lá, agora. Hazel, você avisa os outros, vou levar o celular — Peguei a chave da moto no bolso e corri.

— Espera! — Hazel puxou a mão de Adam — Você sabe algo sobre aquela adaga que matou Jake? Peter disse que entregou pra você dar uma olhada antes de entregar à Ally. Tenho umas perguntas em relação às iniciais gravadas nela. Por que DB se não era David Barney?

— Hazel, não temos tempo pra pensar nisso agora — Ele respondeu nervoso.

— Você fez alguma coisa naquela adaga? – Ela estreitou os olhos.

— Hazel! — Gritei ansiosa — Outra hora!

Eu estava desesperada. Sabia que a essa altura Allyson podia se virar sozinha, ela era inteligente, mas mesmo assim algo dentro de mim gritava que tinha alguma coisa errada.

Relaxamos porque não houve nenhum ataque, e esse desgraçado aproveitou nossa guarda baixa. Depois de anos consegui me resolver com a Adina, eu sei, mas a Allyson... meu Deus, nada podia acontecer com a Allyson. Ela virou meu mundo de cabeça para baixo, e essa sensação me tornou viva de novo. Eu não ia deixar aquela garota se machucar. Não quando ela finalmente estava começando a viver e a se arriscar. Não quando finalmente nos encontramos. Quando eu finalmente me apaixonei pela alma da garota e não pela alma da Adina.

Flor da meia-noiteWhere stories live. Discover now