Tambor ▸ Parte 5

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— Levarei em consideração o que você me falou no refrão da música nova — Bart sorri e abraça a produtora, mantendo o sorriso largo e brilhante no rosto dela.

— Ainda bem que você estava aqui, a gente se comportou bem melhor por causa da sua presença Catarina — Fred também a abraça.

— Eu sempre me comporto desse jeito, sou um gentleman — digo na brincadeira, fingindo arrumar uma gravata imaginária.

— Vocês vão traumatizá-la! — Chuck diz no meio da gente, se metendo no meio de todo mundo e a puxando para um abraço, que por falta de uma palavra melhor, direi que foi diferenciado.

Ninguém comenta nada sobre o abraço, mas sei que, pelo menos, o Fred percebeu que ali tinha alguma coisa. Eu não comento nada e depois que ela vai embora, volto para a bateria, querendo fazer mais alguns treinamentos, só para não perder a forma.

Bart já vai se espreguiçando, dizendo que o dia foi longo e que vai apenas se jogar na cama e dormir. Fred também informa que vai acompanhar o nosso amigo e que se precisarem dele, sabem onde encontrar.

Chuck fica um pouco mais ali, dedilhando alguma coisa no baixo e murmurando entre notas. Nem parece se importar com a minha presença ali, nem com os exercícios de bateria que estou realizando. Sempre trabalhamos bem assim, o barulho é caótico, mas funciona para nós.

— Quer compartilhar essa melodia comigo? Quem sabe posso te dar uma luz ou te ajudar na harmonia — ofereço ajuda ao fofinho.

— Ainda não tenho quase nada de letra, mas aceito sua ajuda sim na harmonia — ele parece animado e então pega a poltrona onde estava sentado e arrasta para o lado da bateria, me mostrando o seu progresso.

Mesmo sem letra, pela melodia que ele me mostra, dá para perceber que é uma música que fala de amor. Dá para sentir a paixão dele em cada nota. Dou a minha opinião em alguns trechos e trabalhamos em cima dos acordes.

Só paramos de trabalhar quando escutamos uma batida na porta. Sem levantar ou dar muita atenção, Chuck apenas pede para a pessoa entrar.

Quando a porta se abre, vemos um dos produtores, Marcelo. E assim que Chuck coloca os olhos no produtor, fica de pé e praticamente corre na direção dele. Fico um pouco espantado com a reação dele, mas permaneço sentado, apenas olhando a interação dos dois.

Marcelo entrega algo pequeno nas mãos do meu amigo, que rapidamente coloca no bolso. Então Chuck agradece e o produtor se despede, sorrindo e acenando para mim antes de sair.

— Essa chave é para quê? — pergunto assim que meu amigo se senta. Nem queria perguntar, mas acontece que escutei o barulho característico vindo do bolso dele e sinceramente estou curioso com tanto segredo.

— Para um dos carrinhos daqui da produção — ele responde, e vejo que ele está sendo sincero, mas parece desconfiado.

— Já começaram suas regalias fofinho? Por quê que eu também não tenho um carrinho para me locomover? Só porque eu não sou a estrela desse programa tenho que usar minhas velhas pernas para comparecer as gravações? — digo, fingidamente ofendido, vejo que ele relaxou um pouco com a minha brincadeira, mas só um pouco.

— Não é bem isso querida. Vou precisar desse carrinho em breve e o Marcelo só fez a gentileza de me arrumar as chaves. Não vou ficar usando para o resto da produção — Chuck se defende.

— Certo, certo... Então é com ele que a gente fala para conseguir as coisas por aqui? — pergunto torcendo para que o meu interesse na resposta não fique tão evidente. — Mas se bem que a KitCat conseguiria qualquer coisa se a gente pedisse com jeitinho... — golpe baixo, eu sei, mas é melhor do que ele desconfiar da minha pergunta.

O que Aconteceu nos BastidoresWhere stories live. Discover now