Era mais uma manhã de quinta feira, Arlo estava deitado olhando para o teto cinza de seu quarto esperando o despertador das 6:30 tocar, para que ele se levantasse e pudesse começar a se arrumar.
Foi mais uma daquelas noites em que Arlo não dormiu, pois quando saiu do computador já eram perto das cinco da manhã, então, se deitou para descansar o corpo e aguardar o toque do despertador.
Quando o despertador começa a fazer seu escândalo matinal, Arlo o desliga e se levanta. Vai até a sala cozinha de seu pequeno apartamento e liga a TV, enquanto ouve o noticiário da manhã, abre sua geladeira, que está recheada com água, uma cenoura murcha, e uma lata de energético pela metade, Arlo precisaria ir ao mercado, algo que naturalmente o deixava nervoso, já que no mercado haveriam pessoas desconhecidas, e ele teria que dar boa tarde para o atendente do caixa.
"Mais uma vítima é encontrada essa manhã"
Arlo virou a cabeça para ver a TV e aumentou o volume
"Dessa vez, a vítima em questão é Joseph Moreau, um jovem de vinte e dois anos. Joseph era professor de artes marciais, e morava com sua mãe, que estava em viagem quando o crime aconteceu. O Artista continua foragido, é a quarta vítima em três meses. A população clama por justiça, os habitantes de Dijon estão assustados, há um serial killer a solta. Policiais locais já estão trabalhando junto com o FBI há um mês, e continuam as investigações para capturar esse criminoso."
Arlo suspirou, passou a mão em seus cabelos escuros e encaracolados, os jogando para trás, e coçou seu queixo com alguns resquícios do que seria uma barba pensando o quanto essas notícias eram tristes. Já faziam seis meses que ele tinha se mudado para Dijon, e desde maio, assassinatos misteriosos começaram a acontecer. O assassino foi apelidado de "O artista", pois em todos os seus crimes, ele transformava a vítima numa obra de arte macabra, uma escultura, e sempre deixava um poema na cena do crime. As autoridades não tinham nenhuma pista de quem poderia ser o assassino, já que ele nunca deixava nenhuma evidência de que ele esteve no local, ou uma impressão digital sequer.
Resolveu terminar de tomar o energético pela metade, estava sem gás e com gosto de geladeira, mas pelo menos, tomou alguma coisa. Arlo não era o maior fã de café, então não era uma opção, apesar de o pacote estar fechado na despensa.
Arlo tomou um banho quente, colocou uma camisa social branca, e por cima dela, um suéter verde musgo com alguns detalhes trançados, uma calça jeans, e seu allstar vermelho todo batido com algumas manchas. Pegou sua mochila preta com um chaveiro da "triforce", o símbolo do jogo "the legend of zelda", pendurado.
Montou em sua bicicleta azul escura, e foi para a Faculdade de artes Cheavalet, onde trabalha.
Chegando lá, estacionou sua bicicleta, e entrou. Os alunos de lá sempre estavam muito bem vestidos, usavam sobretudo, saias longas, boinas, levavam cavaletes, instrumentos, e trabalhos finalizados de um lado para o outro. Arlo foi em direção a sala do TI, onde ficaria o resto do dia, esperando que alguém precisasse de ajuda, ou algum tipo de manutenção. Arlo andava curvado e sempre olhando para baixo, desatento, acaba esbarrando numa aluna, derrubando sua tela e pincéis
-Não me viu? - bufou
-Desculpe, eu estava meio desatento - corou o rosto de vergonha enquanto abaixava para ajudar a menina a pegar os materiais
-Não preciso de ajuda, obrigada.
A menina usava um grande fone de ouvido, tinha cabelos curtos e uma expressão séria
-Essa tela parece meio grande para você, tem certeza que não quer ajuda? - Arlo se sentia muito mal por ter esbarrado na menina
-Você é o cara do projetor, não é?
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O Artista. (Degustação)
Mystery / Thriller🥇 Finalista - The Wattys 2023 🥇 A pacata cidade de Dijon está sendo atormentada por um serial killer cruel, que transforma suas vítimas em esculturas macabras, acompanhadas de poemas enigmáticos. O terror se espalha, e a população vive em constant...