#𝘚𝘖𝘚: 𝘚𝘦𝘨𝘶𝘯𝘥𝘢 𝘱𝘢𝘳𝘵𝘦

945 112 117
                                    

Estou de volta ao ensino fundamental. É o primeiro dia de aula. Entro na escola super empolgada. O dia parece propício a ótimos momentos. Infelizmente, eu estava errada.
Eu era a única criança com óculos. E com uma lancheirinha dos Backyardigans.
O combo perfeito para o bullying. Os meninos faziam piadas maldosas e as meninas não queriam andar comigo. Isso só foi piorando quando me mostrei inteligente e a aluna preferida dos professores. Até que um dia, uma garota começou a se aproximar de mim. Nós viramos ótimas amigas. Bem, pelo menos era oque eu achava. Eu confiei a ela segredos muito preciosos. Tipo, o garoto que eu gostava. Ela espalhou tudo pra sala inteira. "Credo, a esquisita gosta de mim??? Sai pra lá garota!". É uma frase que nunca saiu da minha cabeça. Naquele trimestre, eu fui mal nas provas por conta da constante ansiedade que eu sentia com aquelas pesssoas. Minha mãe me transferiu para outra escola. Comecei denovo. Mas dessa vez, minha única preocupação era me dedicar aos estudos e orgulhar minha mãe. Amigos? Não precisava deles. Não precisava de ninguém.

- Sexta-feira, um dia depois de Jaehee sair e não voltar para casa -

Acordo com uma dor de cabeça enorme, sentada em uma poltrona. Quando olho ao redor, percebo que estou em um quarto estranho e sujo. Meu coração para por um momento. Onde eu estou?
De repente, a porta se abre. Arregalo os olhos ao ver quem é.

- Kwi Nam??? - olho chocada para o garoto da minha turma. A gente fez um trabalho em grupo juntos. E ele insistiu em pegar meu número ao invés de usar o email para me contatar como os outros. (Capítulo 13: Van Gogh coreano).

- Awn, você sabe meu nome docinho. - ele diz com um sorriso assustador enquanto se aproxima. Tento me levantar mas percebo que estou amarrada na poltrona. De repente, sou tomada pelo terror.

- Claro que sei. Agora, me responda o motivo de eu estar aqui e presa nessa poltrona. - Puxo meus braços com força, tentando libertá-los das cordas que me prendiam.

- Te trouxe aqui para poder te mostrar que eu sou o amor da sua vida.

Paro por um momento e o encaro nos olhos. Ele só pode estar brincando.

- Eu percebo o seu desprezo pelas pessoas e eu sinto exatamente o mesmo. Você é uma garota inteligente, oque é extremamente atraente. Mas você nunca me deixou me aproximar demais. Então... - ele faz uma pausa e segura em meu queixo, me forçando a olhar em seus olhos. - Eu tive que usar outros meios.

Estou tão perplexa e chocada com a situação que as palavras desaparecem de minha mente, e fico sem saber oque dizer ou como reagir.

Ele me solta e aproxima o rosto do meu. Ele está tão próximo que me deixa desconfortável, e eu desvio o olhar.

- E então, vai dar uma chance para nosso amor?

- Que amor?? - finalmente digo. - Você está completamente maluco Kwi Nam. Ninguém sequestra a pessoa que ama.

- Bom, eu não precisaria fazer isso se você não me evitasse como se eu fosse comida podre. - há um leve tom de irritação em sua voz.

- Oque? Eu.. - Dou um suspiro antes de continuar. - Eu não gosto de pessoas e não gosto de socializar. Eu afasto todos de mim igualmente. Me desculpe por ter ferido os seus sentimentos. Mas infelizmente, eu não os retribuo. Principalmente agora.

Ele fecha a cara e se afasta.

- Tudo bem docinho. Aqui você vai ter tempo o suficiente pra mudar de ideia. - ele diz enquanto vai em direção a porta.

- Espera, oque você quer dizer com isso? - me debato, tentando me soltar novamente enquanto o assisto se afastar. - EI! ME TIRA JÁ DAQUI!

- Volto de noite, docinho.

my virtual friends ➪ straykids editionOnde as histórias ganham vida. Descobre agora