Único

103 18 11
                                    


"Titio."
"Papa."
"Titio!"
"Papa!"
"TITIO!" - o loiro bate suas mãos no chão, frustrado.
"PAPA!" - a bebê berra, fazendo bico.


Isso era uma cena de se espantar para a maioria das pessoas, Donquixote Rosinante, o braço direito do maior líder do submundo estava sentado no chão discutindo com uma bebê!


Psé, Baby 5, sua sobrinha, tinha aprendido a falar a pouco tempo, mas para a chateação de Rosinante a palavra tinha sido "papa". O loiro mais novo da família ficou feliz, óbvio, pois já imaginava todo um futuro bom e grandioso para a sua menina, quer dizer, para a menina de seu irmão.


Baby era filha de Donquixote Doflamingo, sua mãe morreu no parto e desde então Rosi tem ajudado Doffy com a bebê, não podia negar que também via Baby como sua filha. Ele compreendia que a menina havia chamado pelo seu irmão primeiro, ele era o pai biológico afinal. Mas Rosinante tinha enfiado na cabeça que a próxima palavra da bebê tinha que ser titio, ou Rosi, tanto faz, desde que a pequena chamasse por ele estava ótimo!


Mas já se passaram meses e nada da criança o chamar, e esforços da parte de Rosi não faltaram.


"É sério que você está brigando com ela, Rosi?" O Donquixote mais velho apareceu na porta da sala, com uma vasilha redonda com algo... Gosmento dentro, portando um avental com uma estranha imagem de um homem nu, com apenas um grill cheio de carne assando na frente de suas partes com os dizeres: Aqui o churrasqueiro é chapa quente.


Rosinante se contorceu em vergonha alheia, como sempre acontecia ao ver o irmão usando aquele treco horroroso, o mais novo havia tacado fogo naquilo, Doffy havia comprado outro?


"A culpa não é minha se ela teima em dizer uma palavra tão simples" o mais novo cruzou os braços, fazendo bico.


"Ela ainda é muito nova, não tenha pressa" e então Doflamingo saiu, rindo do drama de seu irmãozinho, voltando a preparar a gororoba da vez.


Corazón suspirou, e encarou a menina, seus cabelos eram curtos, os olhos bem grandes e curiosos, as mãos pequenas e o corpo gorduchinho. Se tivesse um útero Corazón tinha certeza que ovularia ali de tamanha fofura.


Mas logo ele voltou às suas tentativas de fazer a pequena chamar por si, não sabia dizer a quanto tempo estava nessa, mas já estava cansando.


"Vamos lá pequena, me chama de titio e eu te dou chocolate a semana toda escondido do seu pai!" Rosinante tentou, mas a bebê apenas riu.


"NEM PENSE NISSO!" Pôde-se ouvir Doflamingo gritar da cozinha, que maldade! Toda criança deveria poder experimentar doces, mas Doffy insistia que ela não estava na idade para isso ainda.


Quanta bobagem.


Rosi suspirou, deitou-se no chão, se sentindo derrotado, acabou por soltar um palavrão de frustração.


"Po-oura" a pequena bebê repetiu o xingamento de forma errada e infantil, mas ainda sim deu para entender muito bem.


Rosinante levantou na hora, aquilo não tinha acontecido né?


"Pou-rra" a menina repetiu novamente, o loiro estava estático, sentiu seu sangue esvair-se. Como ele iria desensinar aquilo agora? Se Doffy a ouvisse, Rosi estava morto.


E falando no diabo, o loiro mais velho apareceu novamente na porta da sala, dessa vez para os chamar para almoçar.


"Venham logo antes que eu coma tudo sozinho!" E se afastou, adentrando a cozinha novamente. Rosinante suspirou aliviado, tratando de pegar a menina no colo para a levar para almoçar.


Mas a bebê gritou, chamando por seu pai.


"O que foi meu bem?" Doflamingo se aproximou dos dois com um sorriso quase doce nos lábios, já Rosinante estava mais branco que papel, torcendo internamente para a menina não falar nada.


"Papa! Pourra!" A menina ergueu seus bracinhos gorduchos enquanto um sorriso lindo se abria em seus lábios.


Doflamingo ficou de queixo caído, Rosinante estava orando para todos os deuses que conhecia, e a pequena Baby Five gargalhava, contente com sua mais nova façanha frente a reação do pai.


Doffy encarou o mais novo, com um sorriso perverso no rosto, questionando: "Foi você que ensinou isso a ela?"


O menor engoliu em seco, não tinha como mentir para o irmão, estava óbvio demais, então apenas acenou com a cabeça.


Doffy voltou a olhar para sua filha, que brincava com seus cabelos, os puxando, e então riu.


Sim, Doflamingo riu. Claramente se divertindo com o fato da sua pequena ter aprendido a xingar, ele então a pegou no colo e a levou para a cozinha, enquanto conversava numa estranha linguagem de bebê com ela.


Rosinante ficou para trás, seu cérebro tentava processar o que tinha acontecido. Como assim Doffy não o matou por ter ensinado — sem querer — uma palavra feia para sua preciosa menina?


O loiro caiu para trás, desmaiado.


Rosinante só acordou alguns minutos depois, com alguém lhe batendo no rosto. Quando sua vista normalizou ele pôde ver seu filho, Law, ainda vestido com o uniforme da escola, o encarando preocupado.


"Pai? O que aconteceu? Cê tá bem?" O menino questionou preocupado, enquanto conferia a temperatura e pulso de seu pai que continuava deitado no meio da sala.


"Eu tô vivo!" Law pôde ver Rosinante abrir um largo sorriso antes de perder a consciência novamente.

.

.

.

Hoje é o aniversário de um dos seres mais maravilhosos que existem e eu quis postar algo protagonizado por ele. Talvez o capítulo de Um Amor de Verdade atrase um pouco por causa disso? Talvez, mas foi por uma boa causa e eu tô feliz! 

Feliz aniversário Corazón!
One shot curtinha e, fofa? Apenas para não deixar passar em branco o dia dele, parabéns neném, coisinha linda da minha vida!

Eu não sou muito boa escrevendo coisas fofas, mas espero que tenham gostado :)

Obrigada por ler!

Titio!Where stories live. Discover now