cap 13 - as vezes as paredes do quarto se tornam minhas únicas amigas

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-Certo... mas tem que me prometer que sob hipótese alguma vai sair do lado da mamãe, me ouviu?

-Tá bom. -Ela responde séria. Me abaixo na frente dela olhando em seus olhos idênticos aos de meu marido.

-Filha... Você sabe que o Brian não está muito bem, não é?

-Sim, mamãe. Mas eu quero ajudar. Vocês gostam dele, então eu gosto também. -Sinto meus olhos se encherem de lágrimas. Como eu amo a inocência infantil de Anne.

-Que lindo, meu amor... Mamãe fica tão feliz de saber que você ama o seu irmão... Vamos ter certeza de que ele ouça isso, okay? -Digo e ela concorda com a cabeça.

-Quando chegar lá, eu vou abraçar ele e falar que está tudo bem. Que se ele estiver triste, eu posso ler uma história pra ele ou que podemos jogar jenga... Ele é tanto meu irmão quanto Mikey, Alice, Lulu ou Alex. -Acaricio sua bochecha com um sorriso.

-Vamos pegar Vincent e Mikey? -Falo sorrindo. Ela concorda e me levando, indo atrás dela no corredor. Ao abrir a porta do quarto de Brian, Lila pula em cima de mim. Sorrio para a cadela, deixando Anne passar na frente e entro fechando a porta logo em seguida. Vincy estava acordado, mas não fazendo barulho. Olhava para a cama de Brian em silêncio, como se esperasse ele se levantar.

Quando me aproximo, ele começa a chorar. Anne me olha confusa enquanto pego-o no colo, tentando acalma-lo. Coloco a chupeta em sua boquinha e ele logo para de chorar. Suspiro aliviado. Verifico a vasilha de ração e água de Lila e ainda estavam cheias. O tapete higiênico limpo na sacada e nenhum brinquedo dela fora de ordem. Consigo ver na cama, o celular de Brian jogado por entre as cobertas. Pego e coloco no outro bolso.

-Vamos, filha. -Falo segurando a mão de Anne com a mão livre. Ela abre a porta e saímos, deixando Lila no quarto fechado. Stephan está no corredor com Mike no colo. Meu bebê segura ainda a coberta e está quase dormindo no colo do pai.

Seguimos para a garagem, onde Stephan abre o carro para botarmos as crianças nas cadeirinhas. Anne no meio, em seu acento elevado e Mikey e Vincent nas cadeirinhas acolchoadas. Entrego um achocolatado em caixinha para Anne e Mikey e para Vincent um potinho com bolo e entrego a Anne o copinho dele de suco de laranja.

Me sento na frente ao lado de Stephan enquanto ele liga o carro que inicia silenciosamente. Olho para o painel e sei que seria papo de uma hora em um carro comum, mas por ser elétrico, chegaríamos em minutos pegando a estrada.

Ele acelera ao sairmos do terreno e partimos. Anne está dando suco para Vincy com cuidado quando viro para trás pata verificar.

-O julgamento foi adiado de novo. -Stephan fala simplesmente. Olho confuso.

-Brian pediu?

-Não. A família de Catalina. -Ele fala sem desviar os olhos da pista. Suspiro rindo ironicamente.

-Óbvio que foi a família dela... Não bastava destruir meu filho, tinha que prolongar o sofrimento dele... - Vejo as mãos de Stephan apertarem mais o volante. Ele está irritado.

-Já estou farto disso. Já prenderam o líder dessa organização, já foi confirmado pela conta bancária dela a movimentação que ela fez para compra-lo e a família insiste em dizer que "não é isso". O exame de corpo é delito está mentindo então? Brian quebrou 3 costelas, a clavícula, o pé, deslocou a patela, causou todas aquelas cicatrizes de espancamento sozinho? Sinceramente...

-Não vejo a hora de julgarem isso logo e Brian ter direito a o que ele merece. Pode parecer idiota, mas é o mínimo. Ele não fez três filhos sozinho.

-Loui... E sobre isso... -Stephan suspira- Podem ser mais do que três. -Olho para ele confuso.

-Que?

Vendido + PerdidoWhere stories live. Discover now