Capítulo 11

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- Formem uma fila!

Eretas no estrado de madeira, as Diretoras do Bem e do Mal erguiam-se como se nada fosse. A sombra da preocupação que vira nos seus rostos desaparecera, substituída pelas expressões comuns. Também elas eram personagens do seu conto de fadas, desempenhando o seu papel como as excelentes atrizes que eram.

Natasha era a única que sabia quão frágeis aquelas mulheres realmente eram.

Colocou-se na fila como todos os outros, demorando-se para ser a última. Pela primeira vez naquela escola, ela queria chamar as atenções para ti, ansiosa para ver como as professoras reagiriam ao verem-na. Em último, seria difícil para elas passarem à frente quando se negassem a desbloquear a sua magia. Que desculpa dariam? A eletricidade dentro de si ronronou perante as suas intenções. Se fosse necessário, usá-la-ia para obter a pequena chave entre os dedos esqueléticos de Lesso.

              Outra cerimónia ridícula. Enquanto os Sempre pareciam rejubilar quando eram picados pela estranha chave, os Nuncas grunhiam de dor, agarrando-se ao dedo subitamente luminoso com lágrimas nos olhos. A maioria cerrava os dentes para evitar chorar, recusando-se a dar parte fraca.

O sangue de Natasha cantou de antecipação. Um sorriso malicioso plantara-se no seu rosto, os olhos azuis elétricos fixos mas feições elegantes de Lesso.

Viu Agatha avançar relutantemente na direção de Dovey, o dedo em riste. Não tinham falado desde que Agatha tentara convencê-la a abandonar a Escola do Mal. Uma pequena parte de Natasha temia ter magoado os sentimentos da amiga...

A outra parte, a fria e calculista vilã em si, afogava-a e recusava-se a entrar em tais lamechices.

Tedros já tivera o seu dedo picado. Observava a ponta do indicador iluminado com uma mistura de orgulho e assombro, brandindo-o suavemente como se estivesse hipnotizado. Ao ver os olhos da Sinclair a observá-lo, piscou-lhe o olho, não estranhando ao vê-la bufar com impaciência. O rapaz soltou uma risada desdenhosa, apontando com o dedo para as Diretoras e mexendo os lábios sem som:

"Nervosa?"

Natasha esboçou um sorriso ladino. Se ele soubesse.

"Querias." respondeu, vendo-o rir.

"Treino depois?"

A Nunca assentiu brevemente, endireitando o queixo ao ver a fila avançar. Estava cada vez mais perto. A sua pulsação acelerou, sentindo os nervos inflamarem-se. A energia dentro de si remexeu-se, reagindo à possibilidade de um conflito.

Ela não ia sair dali sem a sua magia ativada.

            Estava quase lá. Quase...

             Até as portas do Salão se abrirem de par em par com estrondo.

⚡️

             Natasha odiava-a por diversas razões.

              A presunção. A arrogância. A burrice. A futilidade. A forma como tratava Agatha, como se ela fosse o seu projeto de boas ações diário ao invés de uma pessoa.

              Mas ela fizera para ser odiada. Quantas vezes lhe puxara o cabelo, chamara-a aberração e lhe roubara a medicação da mãe só para provocá-la? Quantas vezes impedira Agatha de a visitar só porque tinha esse poder? Se não fossem as visitas da mãe de Agatha, a menina dos cabelos crespos nunca lhe falaria. Já não bastara Natasha ser a renegada de Gavaldon, como também era o alvo número 1 da malvadez disfarçada de princesa em apuros.

EQUINOX - The School for Good and EvilWhere stories live. Discover now