Quando o assunto é o bem estar e a saúde de uma criança, não concordo que os responsáveis ajam como personas sem autoridade.
Se tem que usar tal coisa, vai usar e ponto final. Claro que pode haver uma conversa tranquila, com diálogos leves, a respeito do processo, mas ele tem que existir.

— os músculos da boca não estão sendo estimulados, logo eles inflamam e incham. Eu vou poder passar um remédio, que vai resolver a inflamação e diminuir a dor, mas ela precisa ter um estímulo diário.

Voltei pra minha mesa para buscar a chave do meu mini armazém de medicamentos, e segui até o móvel para procurar pelo melhor inflamatório que tenho aqui.

Antes de aplicar o medicamento tive que fazer toda a higienização comum, e por as luvas cirúrgicas.
Sabina me esperava com a filha no colo, sentada na maca.

— abre a boca pra tia — pedi.

— o que vai fazer? — ela perguntou cheia de medo.

— agilize, filha. O quanto antes ela terminar será melhor pra ti.

A criança obedeceu sem que eu precisasse falar mais nada, então busquei pela seringa na superfície de metal, e me preparei para o que viria a seguir.
Como o esperado, Sina gritou e tentou me morder assim que sentiu a perfuração na gengiva.

— tô acabando, tô acabando, abre a boquinha querida — pedi mais calma.

Apliquei o medicamento ali e removi a agulha de finura mínima. Sina já chorava como nunca antes, se grudando na mãe e gritando sobre o quanto eu era má.

— me perdoe, anjo — pedi — vira pra tia de novo.

— naaaaaao — ela gritou, mas a mãe lhe segurou.

— não terá mais dor nenhuma, eu lhe prometo. Só preciso fazer uma massagem rapidinha.

Sabina forçou a boca da criança a abrir, e eu fiz uma curta massagem na gengiva sensível usando meus polegare. No mesmo minuto a loirinha parou de chorar, apenas fungando e soluçando.

— ainda sente alguma coisa?

— sim! — seu grito de raiva me atingiu.

— não minta pra mim, se estiver doendo eu terei que tomar mais providências.

— não tá doendo! — ela virou o rosto e se escondeu na mãe.

— vou tirar essas luvas e descartar a seringa, aceita um copo de sangue? — perguntei a mais velha.

— se não for incômodo, aceito sim.

Mais calma, voltei a minha sala com o copo de sangue em mãos

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Mais calma, voltei a minha sala com o copo de sangue em mãos. Confessando que tive que passar algum tempo sozinha para esfriar a cabeça.

— se quiser namorar com ela, vai ter que fazer um contrato que proíbe ações médicas em casa — ouvi uma voz bem baixa.

No PassadoWhere stories live. Discover now