— Mais tarde, meu tornozelo está doendo muito também. — Resmunga enquanto vira de barriga para cima.

— Deixa eu ver. — Peço.

Ravi puxa a coberta de uma vez e engulo o susto ao notá-lo com apenas a cueca. Eu definitivamente nunca vou me acostumar!

— Ai Jasmine! Você deve achar que eu sou um pervertido, busque pelo menos uma bermuda, por favor. — Sua voz soa envergonhada e eu rapidamente obedeço.

— Não penso nada. — É o que eu respondo e começo a tatear sua perna direita com cuidado.

No instante que toco, noto que ele não quebrou mas está bem inchado. — Caiu por cima dele? — Ouço seu ranger de dentes.

— Eu nem sei mais, só sei que dói. — Um fio de suor escorre por sua testa e sei que deve estar doendo bastante.

— Tome uns analgésicos e fique de repouso. — Entrego os comprimidos que peguei no kit e um copo de água que estava ao lado da sua cama.

— Pareceu meu médico falando. — Uma risada tenta surgir mas ele logo a impede, toma o remédio e volta a se deitar.

Guardo a pequena maleta embaixo da cama e fico a encarar-lo.

— Vai ficar? — Sussurra curioso.

— Sim, quer comer alguma coisa?

— Mais tarde, quero descansar um pouco.

— Certo...Escuta, seu cabelo está ensopado. — Toco nos fios. — E embaraçado. — Me levanto e sigo ao closet, voltando com uma toalha e seu pente. — Senta que eu vou secá-lo. — Indico e Ravi obedece como uma criança.

Seco os fios com cuidado e começo a penteá-los devagar, quando finalmente o pente corre livre pelos fios.

— Por que está fazendo isso? — Sua mão toca a minha, assim que faço menção de guardar o pente.

— Porque acho que ficar com a cabeça molhada é bem pior. — Guardo o pente, apago o abajur e volto a me sentar na beirada da cama.

— Já que vai ficar, senta aqui ao meu lado. — Ravi me dá espaço e eu tiro os sapatos e me sento ao seu lado.

— Pronto. — Sussurro e sinto que de repente o clima se tornou mais íntimo.

— Como você está? — Sussurra.

— Estado de espírito ou de roupa? — Decido perguntar.

— Os dois. — Sua resposta é firme.

— Estou bem. Em uma descrição rápida, camiseta preta, calça jeans, blazer e tênis. — Dou de ombros.

— Como você é? — Sua voz soa quase inaudível.

— Por que você mesmo não descobre?— Sussurro de volta.

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Ravi

— Por que você mesmo não descobre? — Como se levasse um baita susto, meu coração acelera e quase posso ouvir meus batimentos.

— Você tem certeza? — Pergunto incerto e ainda sem acreditar que isso aconteceu mais cedo do que eu previ.

— Sim, vamos lá. — Ouço o movimento no colchão e sua mão se apoia em meus joelhos, enquanto sinto que ficamos de frente para o outro.

Minhas mãos  tateiam o colchão devagar, até que encontram as mãos dela, dedos finos, unhas levemente pontudas e mãos pequenas.

Os toques continuam pelos braços finos, chegando aos ombros que não são tão largos, o pescoço morno e o topo do queixo levemente pontudo e redondo.

Sob as Noites de Luar. Where stories live. Discover now