— Ainda quero saber das outras coisas, senhorita Jasmine. — Acuso enquanto adentramos em minha sala.

— Vai saber até o final do dia, garanto. — Afirma. — E como vai ser esse primeiro dia? — Escuto seus passos pela sala e sei que está de salto.

— Saltos? — Decido confirmar.

— Sim, saltos médios, uns sete centímetros, quem sabe?.— Noto sua movimentação. — Você é bem alto. Qual é a sua altura? — Sua voz surge ao meu lado e a olho.

— 1,90 e você? — Pergunto de modo interessado.

— Uau. Estou encostando no seu ombro, de saltos é claro. — Sinto sua cabeça encostar no meu ombro e seu perfume se aproxima novamente.

— E sem saltos? — Saber a altura não é nenhum crime, digo a mim mesmo.

— Sem saltos...— Ouço saltos baterem no chão e ela se encosta novamente, chegando na metade no meu braço, quase no cotovelo. — Na metade do seu braço, não sou muito alta, 1.65.

— Realmente...— Toco em sua cabeça e sinto como os cabelos estão presos. São longos. Guardo o desejo de conhecê-la e respiro fundo. — Agora vamos falar sobre trabalho. Sobre sua mesa, você prefere que fique aqui na sala ou fora?

—Hm...— Ouço ela calçar os sapatos e andar pela sala. — não sei, terei que receber alguém?

— Sim, todos que tiverem horários marcados.

— Nesse caso, é melhor que fique fora, para poder receber e avisar.— Diz pensativa.

— É verdade, não pensei por esse lado. — Vamos organizar isso e hoje, vamos preparar a minha agenda, aliás, no início da próxima semana temos uma viagem, explicarei o que fazer e as compras das passagens e hotel. Temos um dia cheio.

— Uma viagem? — Sua voz soa animada.

— Sim, para Los Angeles, temos uma convenção e o aniversário de uma das nossas filiais, uma ótima oportunidade para fechar negócios.

— Parece aqueles eventos com velhos pervertidos.— Jasmine ri com gosto e eu acompanho.

— O pior é que sempre tem um.

— É eu imagino...— Seu tom de repente se torna receoso e fico à espera do que possa vir. — Uma última pergunta... As pessoas sabem da sua condição?

— Pode perguntar o que quiser, sempre. — Decido por fim a esse receio. — Sobre isso, aqui na empresa todos sabem, mas evito contar nessas viagens, tento manter o máximo de normalidade para evitar atenções exageradas e acidentes que pessoas más podem querer causar.

— Entendi e como vamos agir nessa viagem?

— Uma coisa por vez, senhorita. — Dou risada da sua ansiedade e ouço seus resmungos. — Hoje vamos montar minha agenda.

— Bom, são quase seis, vamos finalizar por hoje

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— Bom, são quase seis, vamos finalizar por hoje. — Digo enquanto dou uma alongada e desligo o notebook. — Tomamos café, almoçamos, lanchamos e passamos o dia inteiro juntos, acho até que você não aguenta mais olhar para mim e ouvir a minha voz.

— Não, até que você é bonitinho, dá para levar. — Jasmine diz rindo. — Vamos? — Escuto o barulho das chaves

— Como é? — Me levanto abruptamente e sua risada aumenta. — "Até que sou o quê?" — Suas risadas aumentam enquanto tento manter a pose. — E minha mãe vem, aparentemente ela tem um assunto super sério para tratar comigo, pode ir.

— Bonitinho, eu disse isso. — Diz rindo enquanto se aproxima. — Então até amanhã, Ravi. — Beija rapidamente minha bochecha, acho que ela nem percebe, pois continua rindo.

— Até, Jasmine, cuidado na volta.

Ouço seus passos se afastarem lentamente e aproveito o silêncio, que de repente parece estranho. Passamos o dia inteiro conversando e rindo que agora até o silêncio parece estranho.

Desligo tudo, organizo as coisas em minha mesa e fico esperando minha mãe.

— Ravi Monroe Durham! — Ouço os passos ávidos de dona Chloe.

— Boa noite, mamãe! — Saúdo assustado.

— Que mamãe o quê! Não sei como você não foi preso por ser um tarado ou pervertido, ou qualquer coisa assim!

— O quê? Por quê? — Digo realmente confuso.

— Como, por que Ravi? Porque você estava fazendo nudismo pela casa de novo! Anny me contou! E a sua nova assistente? Esqueceu?

— Eu? O quê? Eu não….— Me lembro que eu estava me trocando e conversando com ela. — Fiz mesmo...— Será que ela pensou que sou pervertido?

— Eu disse para você se lembrar que não mora sozinho! — Mamãe está realmente brava.

— Eu nem percebi, de verdade, ela continuou conversando comigo! Tomamos café e tudo.

— Ravi, ligue para ela e se desculpe por essa e pelas próximas vezes, porque sabemos que não será a última vez. — Escuto sua risada. — Eu nem consigo imaginar, como você se esqueceu?

— Mãe eu estava me trocando e ela conversando comigo, me ajudou com as botas, com o cordão e eu nem me lembrei, ainda bem que eu estava de cueca! — dou risada com ela.

— Acredito filho, mas ainda assim, ligue para ela, para não pensar mal de você. Te espero no carro. — Ouço seus passos enquanto procuro seu número em meu celular.

Assim que escuto sua voz aveludada, sinto um leve constrangimento.

— Boa noite, Jasmine. — Devolvo o cumprimento. — Está tudo bem, só estou ligando para me desculpar por hoje de manhã, não me entenda mal, eu simplesmente esqueci da sua presença.

— Ah! Eu te disse que até o fim do dia você ia descobrir! — Ouço sua risada. — Anny me avisou, fique tranquilo que não vou te denunciar como um pervertido, mas recomendo colocar nas regras desse contrato. — Suas risadas continuam e eu fico feliz por ela não ter entendido errado.

— É, eu descobri mesmo. — Dou risada. — Desculpe, realmente peço desculpas por essa e pelas próximas vezes.

— Hm... alguém prevê o futuro, gostei! Boa noite, Ravi.

— Boa noite, Jasmine.


























Sob as Noites de Luar. Where stories live. Discover now