c a p í t u l o ✿ 7 8

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Quando terminaram de jantar, Bianca achou que a ideia da jacuzzi já tinha ficado para trás, mas perto das nove horas, Daniel perguntou se ela ainda queria ir. Bastou que ponderasse por alguns segundos para que ele imediatamente fosse trocar de roupa. "Por que você tá me mimando tanto hoje?" ela riu "Você merece ser tratada assim todos os dias" respondeu, antes de beijá-la e deixá-la completamente vermelha.

Dessa maneira, colocaram suas roupas de banho, roubaram algumas cervejas da geladeira das anfitriãs — "Pelo amor de Deus, Bianca, se elas perguntarem, a ideia foi sua!" — e foram passar o resto da noite tempestuosa relaxando na água quente. E trocando mais carícias do que dois amigos deveriam.

— Claro que estou — respondeu à pergunta. — Obrigada por cuidar tão bem de mim.

Daniel sorriu e Bianca perdeu um pouco o foco da conversa vendo como ele ficava lindinho com o cabelo bagunçado e algumas gotas de água escorrendo pelo pescoço.

— Vou cuidar de você sempre.

Então ela teve uma ideia. Deixou o celular de lado (depois de postar a foto, que em segundo já estava ganhando números) e colocou uma mão na têmpora, fazendo cara de dor. Daniel imediatamente se moveu em sua direção.

— Ai, Dani... eu tô tão tonta. — Ergueu os olhos e piscou para ele. — Acho que só uma massagem me faria ficar melhor.

Daniel se perdeu por alguns segundos com o quão linda ela ficava sorrindo. Então deixou um riso escapar e jogou água no rosto dela.

DANIEL! — Bianca bufou, esfregando os olhos. — Eu não queria molhar o cabelo, seu-

— Vem aqui, gatinha.

Deixou os protestos se perderem no ar quando o viu abrir as pernas para que pudesse se sentar entre elas. Sentiu o rosto esquentar, subitamente sem jeito, então ele abriu aquele sorriso idiota e a pegou pela mão, trazendo-a para perto.

Seu coração acelerou em antecipação enquanto se ajeitava entre as pernas dele e, quando sentiu as mãos quentes encostando em seus ombros, todo seu corpo se arrepiou. Quando Daniel começou a apertar seu trapézio, Bianca mordeu o lábio inferior para impedir qualquer som de escapar.

Ouvia o retumbar de seu coração nos ouvidos, mas não conseguia entender ao certo porque se sentia tão nervosa com aquela proximidade. Eles já tinham feito muito mais do que isso... mas, ao mesmo tempo, parecia diferente. Que nem o sexo na noite anterior. Estava de costas para Daniel, mas, de alguma forma, sabia que se estivessem olhando nos olhos, haveria aquela mesma intensidade de antes. Os mesmos toques que pareciam querer carregar palavras não ditas.

Por quase um minuto, o único som que acompanhou as gotas de chuva escorregando pelas paredes envidraçada foi a música eletrônica lenta que tocava na caixa de som, até Bianca quebrar o silêncio:

— Por que eu nunca soube que sua massagem era tão boa?

Ele deixou um riso escapar.

— Agora que você sabe, pode me pedir sempre que quiser.

— Pretendo abusar desse privilégio. — Bianca sorriu para ele por sobre o ombro e Daniel respondeu com um aperto mais forte que a fez sibilar. — Ai... Aliás, você ainda não respondeu à minha pergunta.

— Que pergunta?

— Sobre o que a gente tava falando antes. — Ela se virou novamente, olhando para o céu escuro pelo vidro embaçado. — Que superpoder você gostaria de ter?

Daniel abriu um sorriso. Antes da massagem, estavam conversando sobre seus super-heróis favoritos, então Bianca fez aquela pergunta que o pegou de surpresa.

CamelliaWhere stories live. Discover now