Capítulo 27

146 16 0
                                    

LAILA AHMAD

- É aqui onde sua família mora? - a enorme mansão coberta de neve me faz suspirar, parece uma linda cena de filme.

Já faz algumas horas que pousamos na Noruega. Asier está insuportável depois do nosso incidente na sala da mansão, pra ser mais exata, depois que o soldado nos interrompeu. Ele veio o voo todo calado, olhando algo em seu notebook e nem se quer olhou na minha direção. Eu não sei mais o que esperar dele, mesmo que não ligue para o que ele faça. Algo está mudando dentro de mim, isso é estranho demais.

- Sim. Se não, não teria sentido estarmos aqui. - responde, caminhando na minha frente até a entrada.

Reviro meus olhos, começando a caminhar na neve para acompanhá-lo. Quando a porta se abre para entrarmos, tem duas empregadas prontas para pegar nossos casacos e pendura-los. Uma delas nos informou que a senhora Guttormesen irá nos receber em breve. Então decidi me sentar em um dos sofá, bem longe de Asier que está bem acomodado e mexendo em seu celular.

Aproveitando sua distração, comecei a avaliá-lo. Ele é lindo, alto, loiro e dos olhos azuis intensos. Tem um porte atlético, mostrando que deve passar uma boa parte do seu dia na academia da mansão, que descobri existir a pouco tempo. Só usa roupas sociais, com uma paleta de cores frias, como azul, vinho e cinza. Já entendi que sua feição séria é apenas uma farsa, já que com sua família ele é bem diferente.

- Me admirando? - sua voz me faz fechar os olhos, querendo sumir o mais rápido possível.

- Te amaldiçoando com o olhar.

- Isso será bem difícil, o diabo não tem medo de ameaças.

- Não é ameaça, é um aviso. - ele me encara, tirando sua atenção do celular e me faz engolir seco, lembrando da sua ameaça. - Desculpe.

- Mantenha essa boca calada, assim você ainda terá uma língua até o final dessa viagem. - se levanta, indo até o bar e pegando uma dose de bebida.

- Asier! - uma voz feminina me faz levantar, a mulher de cabelos escuros entra na sala. Usando um vestido tubinho na cor marçala, deixando sua pele dourada ainda mais brilhante. O cabelo está muito bem arrumado em um coque. Ela tem um sorriso gracioso, enquanto abraça Asier.

- Estava com saudades, tia. - me surpreendo com o tom que ele fala com ela, já vejo que essa daí é uma das poucas que têm o respeito dele.

- E quem é essa linda? - se vira pra mim, se aproximando com um sorriso.

- Sou Laila, é um prazer.

- Sou Mariana, mas me chame de Mari. - me abraça, permitindo que eu sinta seu perfume com sabor morango. - Você é belíssima.

- Muito obrigado.

- Lukas? - Asier pergunta.

- Na sede com seu tio. - a senhora responde, sem olhá-lo. - Ficará quanto tempo, querido?

- Apenas dois dias, tenho assuntos para resolver e apenas trouxe Laila para conhecê-la antes do casamento.

- Que será? - ela pergunta.

- Daqui uma semana. - arregalo meus olhos, junto com a mulher à minha frente.

- E ela já têm um vestido?

- Não. - respondo, olhando para a mulher que revira os olhos para o sobrinho.

- Irei dá-la um vestido de presente. - sorri pra mim - Pode ir até seu tio, meu filho. Ficarei com Laila.

- Como desejar - se aproxima da tia, beijando sua testa, olha rapidamente pra mim antes de sair e me deixar sozinha com a mulher elegante.

- Não gostei da forma que ele te olhou! - ela diz, me puxando para o sofá e se sentando comigo - Querida, não sei o que lhe deu para aceitar se casar com Asier, mas presumo que não teve escolha.

- Acertou.

- Lá no fundo ele tem interesse em você, pude ver isso nos olhos dele. Asier é um menino difícil de lidar, foi criado se uma forma muito rude, para ser quem é hoje em dia. - fala com cautela - Não estou dizendo para relevar as atitudes dele, mas mostre que não é uma inimiga dele.

- Não queria e nem quero me casar, senhora. Não sou desse mundo que você está acostumada, eu era uma simples universitária que desejava conquistar minhas próprias coisas.

- Ele está lhe forçando a se casar?

- Asier me comprou, agora sou propriedade dele.

- Por Deus! - ela põe as mãos na boca, não acreditando no o que lhe digo. - Minha menina, não o conteste, para o seu próprio bem. Você será uma noiva troféu, mas isso não significa que aceitará ser feita de boba. Imponha seus limites.

- Não tenho meu direito de voz..

- Giordana é sua sogra! Além disso, ela é herdeira da Máfia italiana. Aquela mulher sabe impor algo quando quer, todos os homens dessa família à respeitam porque ela exigiu isso. Você será a próxima primeira-dama, mostre que não abaixará sua cabeça.

- Eu não sei se..

- Você pode e deve. As mulheres Hérnandez não sou fantoches, somos peças do mesmo jogo de corrupção que eles, menina.

Vendida pra ti Where stories live. Discover now