c a p í t u l o ✿ 7 7

Depuis le début
                                    

Todas as vezes em que se beijaram antes, não demorava a se tornar algo rápido e sedento, suas mãos sem conseguir aguentar a distância do corpo um do outro. Dessa vez, quando Daniel pressionou o corpo contra o dela e a empurrou para a parede, entregaram-se a um beijo surpreendentemente lento e intenso. Como se pudessem saborear o gosto das palavras que tinham trocado há apenas alguns minutos.

Levaram todo o tempo necessário para se desfazer das roupas um do outro; Daniel primeiro ergueu a blusa de pijama dela, distribuindo beijos pelo seu pescoço, ombros, descendo até seus peitos enquanto se livrava do short. Bianca entrelaçou os dedos nos fios platinados quando ele chegou a sua intimidade e praticamente suplicou que ele não parasse até estar tremendo em sua boca.

Quando o puxou para beijá-lo de novo, foi porque gostava de sentir o próprio gosto na boca dele. E foi exatamente o que sussurrou contra seu pescoço enquanto erguia sua blusa, arrancando-lhe um gemido de antecipação.

Sem precisar que trocassem qualquer palavra, quando a antecipação se tornou insuportável, foram juntos para a cama, separando-se apenas para que Daniel pegasse as camisinhas. Normalmente, Bianca gostava do clima leve que sempre havia entre eles, mesmo quando faziam sexo. Não faltavam provocações e ainda era descontraído o suficiente para que pudessem brincar vez ou outra. Mas aquela vez era diferente.

Tinha algo a mais nos movimentos assertivos, na forma como Daniel segurou os pulsos dela acima da cabeça, no jeito como ela suplicou para que ele não a provocasse. Acima de tudo, existia um peso diferente no olhar que trocavam enquanto ele a penetrava e no sorriso quase discreto desenhado em seus rostos, como se compartilhassem um mesmo segredo lascivo.

Os únicos sons que produziam eram os gemidos sôfregos que escapavam de seus lábios, pontuando cada movimento. Nada mais precisava ser dito e, de alguma maneira, no olhar que em momento algum perdeu a intensidade, sabiam que aquela era a coisa mais íntima que já tinham feito. Que havia um milhão de coisas não ditas em cada beijo, cada toque, no momento em que o aperto de Daniel se afrouxou para segurar sua mão ou quando as pernas de Bianca se entrelaçaram na cintura dele para aproximá-los ainda mais.

Ela entrelaçou os dedos no cabelo dele e se perdeu no próprio orgasmo quando Daniel avisou que estava próximo, e sufocaram seus sons de prazer com beijos descoordenados.

Ao fim de tudo, demoraram vários segundos para se mover, um pouco porque esperavam suas respirações se acalmarem, mas também porque não queriam se afastar. Só que, conforme o clima ardente resfriava um pouco, seus rostos permaneciam quentes por todas as coisas que eles sabiam, mas que não foram ditas em voz alta.

Daniel saiu de cima de Bianca apenas para se deitar ao seu lado e, igualmente exausta, ela acomodou a cabeça em seu peito. Então ele tentou quebrar o silêncio meio constrangedor:

— Que bom que... — Limpou a garganta, porque pela primeira vez desde que entraram no quarto, estava nervoso com a presença dela. — A cama não faz barulho. — Só depois de ouvir as próprias palavras, percebeu como era um comentário completamente idiota. Tentou emendar: — Sabe, por causa das paredes finas e tal.

Bianca virou a cabeça para encará-lo com as sobrancelhas franzidas.

— Do que você tá falando?

— As paredes. São finas. — A expressão confusa de Bianca não se desfez. — Sua irmã falou que as paredes do apartamento são finas. — Então Daniel finalmente relaxou o suficiente para rir e debochar um pouco dela: — Meu Deus, não tem nada nessa sua cabeça além de putaria?

Bianca deu um sorrisinho constrangido.

— Não tem nada na minha cabeça além de você.

Aquilo teria quebrado Daniel, se ele já não estivesse quebrado o suficiente depois do sexo que fizeram. Ou depois de terem dito que se amavam — "de brincadeira", claro. Ele a puxou mais para perto, sentindo o corpo quente contra o seu.

CamelliaOù les histoires vivent. Découvrez maintenant