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Cheguei no estacionamento correndo como um louco. Entrei no carro e saí disparado, acelerando tanto que não sei como não bati em ninguém ou fui parado pela polícia. O tempo todo eu tentava ligar para casa e para Tae, mas ninguém atendia. Minha intuição dizia que tinha algo muito errado. Como o nome do meu irmão foi parar no meu apartamento? O que era aquilo?

Rasguei a correspondência com uma mão, dirigindo com a outra, vendo que era apenas a conta de energia elétrica no nome de Hae in. Mas então algo me chamou atenção. O endereço era do meu prédio, mas não para a cobertura, onde eu morava e sim o apartamento 175, no penúltimo andar. Larguei o envelope, tremendo tentando chegar o mais rápido possível.

Passou por minha cabeça ligar para a polícia, mas tive medo. E se chegassem lá e estragasse tudo, pondo a vida de Tae em risco? Eu precisava entender o que estava acontecendo, tentar resolver com o menor risco possível para ele. Só então eu chamaria a polícia.

Ultrapassei sinal vermelho e dirigi como um louco, eu só conseguia pensar em Taehyung, no risco que ele podia estar correndo. Quando passei com o carro pela guarida, saí e corri até o porteiro.

—  Quem é esse Hae in do 175? Você já o viu?

— Senhor Hoseok  ...  — O homem parecia confuso. —  O outro porteiro deu a correspondência errada pro senhor! Desculpe, mas ...

— Porra! Quem é esse Hae in? Já o viu? — Notando meu desespero,  ele respondeu rápido:

— Vi não, senhor. Alugou tem pouco tempo, mas só a namorada dele vem aí de vez em quando. Ela subiu tem pouco tempo.

Meu coração disparou e o pânico me invadiu.  Larguei o carro ali e gritei para o porteiro, já correndo.

— Ligue para a polícia agora! Tem uma assassina no prédio! Rápido!

— O quê? Como?

— AGORA!

Entrei no prédio como uma bala. Corri direto para meu elevador da cobertura, que não parava em outros andares e ia direto para lá. Estava lá em cima. Apertei o botão com força, mas ele continuou parado. Não descia. Algo o travava. Fiquei ainda mais desesperado. Entrei em outro elevador, que ia até o décimo sétimo andar. Pulei dele e fui pela escada até a cobertura. Ao chegar no hall, a primeira coisa que vi foi a porta do meu elevador abrindo e fechando sobre as pernas de uma pessoa caída. Era senhora Jin desmaiada ou morta, sacos de compras espalhados ao seu lado.

— Oh céus  ... —  Corri até ela, tirando meu celular, ligando para a portaria. Estava desacordada, uma poça de sangue sob seu corpo, ainda viva. O porteiro atendeu. —  Chame uma ambulância também, rápido. A senhora Jin foi atacada e está desacordada. Vou deixá-la dentro do elevador e ele vai descer. Chamou a polícia?

— Sim, senhor. Meu Deus, mas o que ...

Desliguei o celular. Desesperado com Tae, coloquei as pernas da senhora Jin para dentro, apertei o botão para descer e saí antes que as portas fechassem. Tentei me acalmar, mas era impossível. Não estava armado. Eu teria que contar com o fator surpresa e com minha lábia. Pedindo intimamente para que ele estivesse vivo, abri devagar a porta com minha chave e entrei, gelado e tremendo, com medo do que veria ali. E me deparei com uma cena que fez meu coração

Tae  estava sentado no sofá, pálido, vivo, aparentemente sem machucados. No sofá em frente, a mulher apontava uma pistola com silenciador para ele. Até então tudo parecia calmo, como se os dois estivesse conversando amigavelmente. Mas ao me ver, se levantou de repente, arregalando os olhos, indo automaticamente para o sofá em que Tae estava. Tae fez menção de se levantar também, mas a outra já agarrava seu cabelo com força pela nuca e apontava o cano da pistola para sua cabeça. Alucinado, fui na direção deles, mas sua voz fria me fez parar:

✓𝕄𝕖𝕦 ℂ𝕙𝕖𝕗𝕖 𝕀𝕟𝕤𝕦𝕡𝕠𝕣𝕥á𝕧𝕖𝕝✓Where stories live. Discover now