Capítulo 12

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 Com a respiração agora tranquila, Ari repousava deitada sobre o corpo de Nico, com uma coberta que aquecia suas costas e sentindo os braços dele a envolvendo

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Com a respiração agora tranquila, Ari repousava deitada sobre o corpo de Nico, com uma coberta que aquecia suas costas e sentindo os braços dele a envolvendo. Ouviu as gotas de chuva batendo na janela do apartamento e, pela primeira vez em anos, não se sentiu triste. Ela podia ouvir o coração dele batendo no peito e seu ritmo trazia uma sensação de paz.

Pensou sobre sexo e como tudo parecia se encaixar como deveria com Nico, ela não precisava fingir nada para confortar um ego. Sentiu-se até mal por ter feito isso algumas vezes nos últimos anos, estava noiva de um homem com uma masculinidade bastante frágil. Nico não era perfeito, sabia disso, lembrava das vezes em que ele ficou frustrado por não conseguir fazê-la chegar a um orgasmo. No começo o ego dele também ficava ferido, mas depois de muita conversa se entenderam e puderam explorar outras possibilidades com tranquilidade, fosse uma nova posição, um toque diferente ou um brinquedo.

Ainda deitada com a cabeça no peito dele, ela passou a reparar nos detalhes da sala. Por mais que os móveis fossem outros, existiam coisas daquela época, como o velho violão pendurado na parede e a réplica do quadro Noite Estrelada, do Van Gogh, que ela comprou para decorar o apartamento. Na estante de livros viu os cadernos de capa dura que deu para ele, eram seis no total, cada um de uma cor. Pensou se ele havia preenchido todo o último, o de capa roxa e quais músicas estavam escritas ali.

As plantas ela sabia que era coisa do Bob, Nico era um assassino que esquecia de regar e conseguia matar até cactos com facilidade. E, sem dúvidas, tudo era bem mais organizado que antigamente, isso também tinha cara do Bob. Os últimos dias convivendo com ele a fez lembrar porquê se apaixonou da primeira vez. Mas diferente do passado, o viu equilibrando as partes da sua vida, dando atenção e demonstrando cuidado com os compromissos.

— O que está pensando? — disse ele.

— Achei que você estivesse dormindo.

— Não, só estou de olhos fechados, com medo de abrir e você não ser real.

— Hum, eu não pensei que isso pudesse ser real novamente um dia, ainda mais depois de ver seu rosto estampando capas de revistas nas bancas e ser impactada por cortes de entrevistas e shows nas redes sociais.

— Então, você me via.

— E tinha como não ver? Lutei contra o algoritmo assistindo vídeos de animais fofos para tentar escapar dos da Stage.33.

Ele riu e a abraçou mais forte, abrindo os olhos em seguida.

— Eu ficava tão irritada, acabei diminuindo meu uso de redes sociais. Mas acho que o mais me irritava não era seu sorriso, nem a sua voz, era perceber que você estava certo.

— Não acho que estava certo, eu poderia ter conquistado tudo isso com você ao meu lado.

— Será mesmo? Agora isso é apenas um "e se", não muda nada.

Escute Antes de Partir [Completa!]Where stories live. Discover now