Capítulo 12

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ASIER HÉRNANDEZ

— O que aconteceu com você?!

A pequena senhora de cabelos loiros corre de forma elegante até onde estou. Suas mãos tocam suavemente meu rosto e pescoço, descendo as mãos pelos meus braços e me lança um olhar questionador. Dando alguns passos distantes de mim, dona Giordana põe as mãos na cintura e deixa seus olhos verdes em fendas questionáveis.

— Responda minha pergunta, Asier! – insiste, me fazendo suspirar.

Logo atrás dela está meu pai de braços cruzados, avaliando a cena fom cautela da forma que ele sabe fazer. Os olhos azuis não desviam de sua esposa, que ainda se mantém à minha frente esperando sua resposta. Sentado no meu sofá de forma relaxada está Javier, meu irmão sabe onde eu estava e o que aconteceu comigo. Por isso, ele está com os olhos fechados e o antebraço no rosto.

— Responda a sua mãe, filho – meu pai pede, dando passos em nossa direção.

— Um acidente, mamma. – falo em italiano, já que tenho ciência que ela gosta quando falamos à língua.

— Com um gato? – arquea uma sobrancelha em desafio.

— Tá mais pra uma felina – Javier resmunga, encaro ele de forma firme, mas o idiota ainda está com o braço no rosto.

— Cuida da sua vida – resmungo, arrancando uma gargalhada dele.

— Espero no mínimo, que essa tal.. felina, seja sua futura esposa! – dá duas batidinhas no meu ombro, dando meia-volta e se aproximando do meu pai, que segura a risada.

— Não existe futura esposa, mãe. – rosno – A senhora sabe disso.

— Não têm ainda, filho. – volta a ficar de frente pra mim – Você sabe que têm algo à cumprir, não pode fugir para sempre do matrimônio! E se não for por vontade própria, será à força.

— Isso é uma ameaça?

— Um aviso – deposita um beijo na minha bochecha, se afasta e pega a bolsa, virando-se para o meu pai – Podemos ir, querido?!

— Claro! – passa por mim, apoiando a mão no meu ombro. Os olhos azuis intensos focam em mim, sinto minha garganta fechar e ele dá um leve sorriso – Às palavras da sua mãe são verídicas, pense nisso, filho.

Em uma sensação de fraqueza, derrubo todo o bar no chão. As garrafas caem, junto aos copos e luminária. Isso não é suficiente para aplacar minha ira, por isso, seguro no quadro da família e jogo o mesmo ao chão, observando como ele se despedaçou por inteiro. Saco minha arma, pronto para atirar no piano no canto da minha fala, quando uma voz me faz estremecer.

— Pensei que esse piano era uma lembrança.. – meu irmão questiona, se aproximando, enquanto não desvio os olhos do piano.

— Vá embora!

— Eu já vou – pousa sua mão sob a minha, ganhando um olhar frio meu, mas ele não se intimida – Sei que está com a garota. Vi com os meus próprios olhos a forma que à olhou! Você está interessado.

— Não pedi sua opinião.

— Mas isso não nega que estou com a razão. Olhe, irmão, faça o seguinte. – cruza os braços, me encarando com o semblante sério – Casa-se com ela, pode não amá-la, mas não pode negar sua forte atração nela.

— Não farei isso. A organização não aceitaria uma estrangeira, muito menos mundana.

— Eles não poderão fazer nada se ela estiver condenada à ficar com você.

— Onde quer chegar com isso?

— Engravide-a. Com um herdeiro à caminho, ninguém poderá fazer nada para impedir o matrimônio, você sabe disso. – ironiza – Mamma será a primeira à apoiá-lo, ela está louca por uma nora, você sabe.

— Casa-se você então, irmão – guardo minha arma, enquanto o idiota gargalha.

— Não sou o mais indicado para ter um matrimônio. Você é o chefe, terá que se casar para uma boa imagem. Assim como eu, você sabe o que pensam de um chefe sem esposa e filhos.

— Odeio admitir, mas, você está certo! – sinto uma dor no peito por admitir isso, e tudo só piora, quando vejo o sorriso presunçoso dele.

— Eu tenho ciência disso, irmão, obrigado. Isso alimenta meu ego.

— Não preciso alimentar o seu ego, ele já é grande mais.

Gracias.abre um sorriso mais cínico que já vi – Mas têm que engravida-la até o noivado de Ângelo, assim irá apresentá-la como futura primeira-dama.

— Porque esse interesse repentino em me ajudar?

Mamá não sai do meu pé, ela quer uma nora e você é o mais indicado para isso. – arruma o terno – Preciso ir. Não se esqueça da reunião com Vito, Lukas e Liam.

— Encontre o filho do primeiro-ministro – seguro o braço dele, antes que se afaste – Leve-o para o galpão, quero tirar algumas dúvidas.

— Conclusão; irá matá-lo da pior forma existente. – abre outro sorriso – Amo essas formas de questionamento.

Vendida pra ti Where stories live. Discover now