Prólogo

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O vento batia forte nas grandes árvores e na grama da campina do morro. Um homem alto, de pele clara e cabelos laranjas curtos estava sentado na campina, ele observava a terra em que morava, a cidadela abaixo, com todos de seu povo andando e trabalhando incessantemente, as crianças brincavam e aprendiam com os mais velhos, que já não tinham mais folego para a labuta, ficando assim, apenas repousando sentados em algum canto da ilha.

No centro da cidadela, várias raças diferentes vendiam suas mercadorias, tanto tritões, povo do céu, minks e outros, todos convivendo juntos tranquilamente numa ilha em que os habitantes originais eram tão poderosos.

O homem se levanta apoiando as mãos nos joelhos, nas costas dele, dois enormes pares de asas brancas como a neve e tão grandes quanto a própria estatura do mesmo. Ele pressentia a chegada de uma tempestade, e não era uma na qual eles conseguiriam evitar.

Ele desceu o morro e foi direto para um pavilhão na cidadela, passando por diversos outros da mesma espécie que ele, com dois pares de asas. Chegou a frente de um grupo que carregava espada e usavam armaduras pesadas, estavam sentados conversando descontraídos quando perceberam a aproximação do ruivo.

-Kanati, que inopinada aparição a vossa neste recinto, e em tal semblante grave. Terá ocorrido algum evento de relevo?

-O maior ímpeto tempestuoso, que vislumbra-se para nosso povo, encontra-se iminente em sua aproximação, sem tardar. Imprescindimos, com presteza, erigir as salvaguarda ante tais adversários.

Todos os soldados parados ali entenderam o recado e se levantaram sérios, arma em punho e indo rapidamente para fora, menos o suposto general, que usava um elmo com penas vermelhas, o mesmo que tinha conversado com o ruivo.

-Impõe-se a necessidade de afeiçoar os Cristais, não permitindo que sejam vilipendiados, ocasionando assim a desolação e a usurpação de nossa exímia força.

-Decerto, deposito em vossa pessoa minha confiança, aguardando-o no ancoradouro.

Assim, ambos seguiram caminhos opostos, se preparando para o perigo iminente que Kanati pressentiu.

O céu acima da ilha era claro, azul até onde se podia ver, nenhuma nuvem sequer, mas em volta dela, uma barreira natural de tempestades a circulava, raios, chuva forte, ventos e redemoinhos protegiam a ilha de intrusos de fora a fora. Mas mesmo essa fortaleza natural não conseguiria impedir uma investida dos inimigos que o povo de lá esperava. Eles evacuaram a ilha o mais rápido que conseguiram, e todos os soldados, guerreiros, ou aqueles que quisessem lutar pela terra natal foram para o porto aguardar a chegada dos inimigos tempestuosos. O povo era amigável, pacifico e preferiam paz a guerras, porém, quando se tratava de proteger os seus e o orgulho íntimo de cada um, eles não tinham limites, lutavam até a morte, não se deixando nem serem levados capturados.

Do outro lado da barreira de tempestades, chegou uma enorme frota, no maior navio, uma figura se escondia nas sombras, observando os orgulhosos guerreiros alados da ilha.

-Vós sois os autoproclamados do Governo Mundial, pois manifestamente exponho que não acolhemos a presença de vossas dignidades nesta enseada. – O ruivo gritou, seguido pelos sons das laminas dos guerreiros sendo sacadas.

-Caso vós entregues o poder supremo de vosso povo, deixaremos está ínsula em tranquilidade. – A figura sombria falou com tom calmo e aguardou a resposta.

Aquele de cabelo laranja segurava algo na mão, apontou para frente, um cristal transparente, assim repetiram os outros guerreiros, mostrando cada um em suas mãos um cristal desses, e cada um começou a cintilar com cores diferentes. O que Kanati segurava brilhou em amarelo, e um poder de eletricidade começou a emanar do cristal.

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