Capítulo 6

200 23 4
                                    

ASIER HÉRNANDEZ

Trago o meu charuto até os lábios, puxando suavemente o ar e soltando pelo nariz. Estou bem acomodado na cadeira de couro puro, na mão esquerda contém um copo de conhaque e na outra o meu charuto. Meu sangue ferve quando a porta do escritório de Saidd é aberta e vejo Aaron entrando ao lado de Javier, meu irmão mais novo.

— Fez o que eu mandei? – pergunto em um tom baixo, observando meu primo balançar a perna e sinal de nervosismo.

— Sim. Dois homens estão baleados, mas vivos. Estão em uma sala no final do corredor – Aaron da um passo na minha direção, percebo o azul do seu olhar escurecer – O que planeja fazer, Asier?

— Eles a bateram, estão tirando a paz dela e isso não ficará assim.

— Isso é algum tipo de justiça? – Javier se aproxima, colocando as mãos no bolso da calça social preta, enquanto as mangas da blusa de botões branca é presa até o cotovelo. – O que está se passando na sua cabeça, para querer tanto justiça por uma simples... mulher.

— Dobre sua língua pra falar de Laila! – soco na mesa de madeira que faz um barulho estranho, apoio minhas mãos na mesma e fico de pé. Não desvio o olhar do meu irmão, que mantém sua expressão intacta – Não te devo merda nenhuma de satisfação, Javier.

— Isso é por causa de Marie? – Aaron questiona curioso, me fazendo fechar o olhos e apertar os punhos.

Odeio quando questionam alguma ordem minha, além do mais, ficam fazendo perguntas sobre. Eu sou a porra do chefe, minha palavra é lei e isso eles ainda não entenderam. Podemos ser uma família por atrás dos negócios ilícitos, mas ainda sim, eu sou o chefe deles e ordeno que mantenham a cabeça baixa quando eu passar.

— Não cite o nome dela – avanço em Javier, que ergue suas mãos no ar e continua com a expressão calma – Faça o que eu mandei. Aqui você não é meu irmão mais novo, é apenas meu conselheiro, então, faça o seu maldito trabalho antes que eu arranque seus belos olhos azuis.

— Como desejar – Javier põe as mãos no bolso da calça, se afastando até a porta e Aaron está em seu encalço em silêncio. Assim que a porta é fechada, me permito cair na cadeira.

Marie Rolásik. Ela era a única mulher que conseguia meu afeto, apesar da sua impacientes nítida, mostrava o quanto estava disposta à ser apenas minha. Marie era filha de um empresário famoso, que estava na lista de favores do meu pai e em uma reunião em sua casa que acabei conhecendo sua filha mais velha, Marie.

Eu me vi encantado pela bela menina de olhos castanhos e cabelos longos. De início eu percebi sua personalidade forte, um tanto mandona e que odiava ser feita de pássaro em uma gaiola de ouro. Ela apenas me conquistou com o seu sorriso caloroso, olhos brilhantes e carinho admirável por mim. Ficamos secretamente até ela completar vinte anos, já que na época que nos conhecemos, ela tinha dezoito.

Em seu aniversário de vinte anos eu a levei para uma viagem à Paris, eu já era o chefe da Máfia Espanhola e diante à torre enffel, eu a pedi em casamento. Foi a coisa mais insana que fiz em toda a minha vida, estava verdadeiramente apaixonado. Mas após o anúncio do nosso noivado, começaram a caça-lá.  Meus inimigos a viam como uma forma de atacar, e foi isso que fizeram.

Falta apenas dois meses para o nosso casamento, quando ela foi encurraladae seu carro enquanto estava retornando da faculdade para casa. Eles a mataram, arrancaram sua cabeça e me enviaram como um presente. Depois daquele dia, eu nunca mais fui o mesmo. Marie se foi, e com ela se foi a minha esperança de uma vida normal.

— Mandou me chamar, senhor?

— Entre, Saidd.

O homem entra cauteloso, fechando a porta trás de mim e se aproximando das cadeira à frente da mesa. Saidd têm uam clara expressão de cansaço, não julgo dele, principalmente por sua afilhada quase te sido morta novamente. Eu estava na cidade para uma reunião com o primeiro-ministro, quando Saidd me ligou com urgência.

— Como está Laila?

— Dormindo. Dei alguns remédios pra ela, a coitada estava desesperada com tudo que aconteceu e principalmente com a morte de uma grande amiga.

— Compreendo – rodo o anel de prata em meu dedo, com o símbolo da Máfia Espanhola, uma águia.

Laila Ahmad me intriga, não sei o que aqueles malditos olhos castanhos fizeram ao pousarem em mim, mas um mestre de angústia e desejo cresceram em mim. Eu quero pra mim. Estou disposto a fazer o que for, matar quem for para tê-la comigo. Não compreendo o que está acontecendo, mas irei descobrir quando tê-la em baixo de mim gemendo feito uma vadia.

— Quanto quer pela menina? – a sua expressão ao ouvir minha pergunta é um pouco engraçada, o homem até se engasga com algo que não estava bebendo.

— O-oque o senhor disse?

— Quanto dólares você quer por Laila? – me levanto, arrumando meu terno e encarando o velho por cima – Dê o seu valor, irei pagá-lo e ainda quitaremos sua dívida comigo.

— Não! A minha filha não está à venda.

— Larga de ser um tolo, Saidd – movo meus dedos, meu segurança se aproxima com um copo de uísque me entregando – Nós dois sabendo que você está na ruína. Sua única forma de lucro foi destruída, você têm dívidas e uma gangue atrás da sua cabeça e agora, a da de Laila.

— Você têm duas opções. – dou um sorriso amargo – Me dê a menina, em troca você ganhará uma grande favorável, não terá mais uma dívida comigo e poderá seguir sua vida. Ou, continue nessa situação precária, com chance de ser morto pela gangue que te persegue e ainda sim, quando você estiver de baixo da terra, irei pegar Laila pra mim.

— Você..

— Sim. Eu posso matá-lo e pegar sua afilhada em problema algum. Mas estou sendo generoso, não me desafie, Saidd. – estendo a mão na sua direção, o homem aflito olha para a mesma e morde o lábio – Temos um acordo, ou terei que matá-lo?

Vendida pra ti Where stories live. Discover now