capítulo 11

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Russo.

Madrugada do domingo para a segunda, tava dormindo e escutei o meu rádio ser acionado.

Rádio On:

- patrão, a polícia ta entrando. 5 blindados, querem pacificar- Tatu gritou no rádio.

Rádio off

Dei um pulo da cama, o clima tava
tranquilo demais para ser verdade!

Procurei uma camisa e uma bermuda, já que eu estava só de cueca. Abri o cofre que tinha dentro no meu quarto e peguei meu fuzil e atravessei ele nas costas.

Desci as escadas correndo e o VN já estava na porta, provavelmente me esperando.

- Vamos para a boca do lado, rápido! - gritei ao descer escadas

VN desceu pelos becos e a polícia ainda não tinha chegado no topo do morro, ainda estava no pé.

Os vapores foram me dando cobertura até a boca principal, onde estava L10 e os outros manos.

Não dava tempo de chamar aliados próximos daqui, a gente ia ter que colocar a cara sozinhos.

A equipe não era grande, mas dava para tentar enfrentar.

Colocamos a máscara no rosto para que nossa cara não amanhecesse nos jornais amanhã e fizemos uma oração.

Nós é todo errado, mas fé em Deus sempre!

Nos espalhamos pelo morro, os fogos foram lançados e a guerra estava apenas começando.

Fui descendo pelos becos até um pouco antes do pe do morro, onde estava localizado a maioria dos policiais.

Só subiu um blindado, os outros quatros ficaram por baixo, provavelmente para não chegar reforços. Eles estavam devagar, até os fogos serem lançados e eles sairem atirando igual malucos. E nós não seríamos diferentes.

Mirei e dei dois tiros em direção a um policial que estava sozinho, ele caiu gemendo de dor.

Corri para pular o muro para poder ficar em uma laje que desse uma visão mais ampla.

Enquanto estava correndo pelos becos esbarrei um policial, não deu outra, enchi a cara dele de bala. Nós estraga o velório mesmo.

Pulei a laje e fiquei na contenção, derrubei vários.

A trocação estava durando muito tempo, o dia estava quase amanhecendo e nada deles desistirem, mesmo depois de perder vários deles, eles não desistiam.

Rádio on:

- Fica ligado, vagabundo. Tua cabeça não vai ficar grudada no pescoço por muito tempo! Vai achando que matar policial vai sair barato, arrombado do caralho - Santiago gritou do rádio.

-  Bota a cara, fudido. Fica se escondendo não, arrombado - gritei de volta

- quando você menos esperar eu vou estar aqui de novo, a morte do Ferreira não vai sair de graça. - Santiago gritou e logo desligou.

Rádio off.

Pouco tempos depois me acionaram falando que eles já estavam recuando.

Desci a laje e fui pelos becos em direção a minha casa.

Enquanto tava descendo escutei o barulho de tiro, foi rápido, quando eu menos esperava fui atingido por um tiro na perna e outro de raspão do braço.

Os tiros vinheram de uma laje, era o Santiago. Ele riu e logo sumiu do meu campo de visão.

Minha perna queimava para caralho, o braço nem tanto, mas doía também. Acionei o rádio, mas parecia que eles nunca chegavam.

Amarrei minha camisa na perna para estancar o sangue por enquanto que esses arrombados não chegavam.

- finalmente caralho, me ajuda aqui - o L10 parou na frente do beco que eu estava em um carro

- Consegue levantar não? - L10 perguntou fechando a porta do carro

- Vou nem te responder, menor - me apoiei no braço dele e fui para o carro

Achava que ele iria me levar no postinho, mas ele tava indo em direção a minha casa.

- Me leva no posto, porra - bati no painel do carro

- Tua enfermeira tá te esperando lá - riu e acelerou o carro

Fiquei sem entender, quando entrei dentro de casa a louca loira tava enfaixando o braço do marlin.

- Russo, senta aqui. - ela apontou para o sofá.

Ela cuidou de todos os os bagulhos, a bala não tava alojada na perna, então era no parar a hemorragia e fechar.

Não demorou muito e ela já tinha feito tudo, a loira é braba.

Fiquei brisado admirando ela fazendo as coisas atenciosamente, muito foda!

- Valeu aí, loira. - fiz sinal de legal - fortaleceu os manos de verdade, depois a gente vai mandar um dinheiro para te ajudar aí

- Não precisa, Russo. - ela riu sem graça - vim aqui de coração mesmo, agora é só ter cuidado na recuperação e limpar bem os pontos.

- Meu sonho era levar um tiro e tu vim cuidar de mim, agora meu sonho está realizado - meti serinho para ela

Ela só riu e saiu andando, como ela tava fardada, provavelmente iria trabalhar.

Sou paradão nessa garota, um dia eu ainda vou ficar com ela.

Lance Eterno [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora