Aos murmúrios e acenos, Arlan ergueu sua caneca e a virou em um único gole e a bateu firmemente na mesa. Em seguida, levantou e esgueirou-se por um dos corredores que saíam do salão; um vulto logo o seguiu.

      Entre um ou outro virar de corredor estreito ou um subir de escadas sinuosas, o general chegou a uma grande porta, guardada por um homem robusto. Ao ver Arlan avançar, ergueu a mão em sinal de censura.

      ― Tem de voltar. ― Disse o homem.

      ― Gestur, o general deve ter se perdido. ― Falou Paliott atrás de Arlan. ― Deixe comigo, sim? Eu o levo de volta aos aposentos.

      A mão de Arlan foi à espada, mas o som de desembainhar veio de mais ao fundo. Rystos e Rustos avançaram e renderam Paliott. Gestur tentou sacar sua espada, mas Arlan já estava segurando-o pela gola do colete de couro enquanto a espada pressionava seu peito.

      ― Abra a porta. ― Ordenou Arlan.

O homem obedeceu. O quarto estava iluminado por poucas luminárias. Enquanto Arlan avançava com seu refém, ouviu arfares e gemidos, mas quem viu não foi o velho Marcius de quem tinha vagas lembranças, mas o homem que estava ali era um tanto mais jovem.

      ― Você não nos recepcionou e atrasou uma reunião conosco porque estava fodendo prostitutas? ― Vociferou.

      ― Mas que porr- Guardas! ― Disse de olhos arregalados.― E você continue o seu serviço, eu estava quase.― Puxou pelos cabelos a mulher até o seu membro.

      Rustos e seu irmão entraram com Paliott.

      ―Mas quem são vocês? Já posso imaginar quem sejam. Perdoem-me, mas tive que desfrutar dessas senhoras antes de seus homens esfolarem suas bocetas com seus paus salgados de mar. ― Respondeu o velho flácido enquanto recebia carícias das mulheres. ― Venha, pode pegar uma dessas, só peça para que levem-na antes que a meta. ― Riu.

      ― És como todos os nobres que conheço. ― Rebateu de forma furiosa no aposento. ― Comendo e fodendo, nada mais.

      ― Homens mais importantes perderam suas cabeças por menos, então controle sua língua, Senhor. ― Disse o nobre jogando uma de suas putas para o lado e se levantando  ― O que quer?

      ― Venho como general em missão de guerra. ― Respondeu Arlan expulsando as garotas para fora do quarto.

      ― Guerra? A do Norte? ― Levantou e se enrolou em um roupão. ― Não me foda, General. Há anos que essa porra está para lá, não compactuo com os desejos de meu falecido pai.

      ― O Cinturão decidiu, por mais que agora você seja o rei, tens de cumprir o que fora firmado antes. ― Respondeu.

      ― Retire seus homens do meu território o mais rápido o possível, e eu esqueço esse monte de merda que você acabou de me dizer. Nossa cidade já fede o suficiente.

     ― Escute aqui, seu porco. Eu não sei se você tem recebido nossas mensagens ou ido aos seus conselhos, mas eu estou aqui representando o Conselho dos Onze. ― Disse enquanto avançava lentamente em direção ao homem que ia recuando a cada passo que Arlan dava em sua direção, até tropeçar na cama e cair sentado ― Com poderio que eu trouxe eu poderia varrer o monte de merda que é esse reino, mas eu farei diferente. Recrutarei todo garoto com força o suficiente para empunhar uma espada e aumentarei o meu exército, cavarei suas terras, atrás de cada grão de minério, derrubarei cada árvore que exista aqui e as transformarei em navios os lançarei no mar para que minha frota aumente. E você, seu doente estuprador, irá me agradecer por tudo isso. Caso o contrário, enfiarei uma estaca nesse seu cu gordo e te exibirei como um leitão de ceia nas praças desta porra de cidade.

      ― E, e como você pode vencer o necromante? ― Gaguejou.

      ― Nós temos o elmo de Blake!

      ― Imp- impossível ― Balbuciou o lorde.

     ― Convoque a porra do conselho pela manhã. ― Rebateu Arlan se retirando-se do local.

      A essa altura a confusão já havia alcançado todo o palácio e guardas jorravam como água para dentro do quarto do nobre irritado.

O Elmo de Blake - O conto dos EsquecidosWhere stories live. Discover now