Capítulo Onze

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A visita ao salão de beleza ficou agendada para a manhã de sábado, dia do casamento. A ida ao shopping se deu na tarde de sexta-feira. Com isso, o vestido que Norah usaria aquela noite já estava disposto em sua cama. Também o novo par de sapatos, os acessórios e uma bolsa de mão.

No momento Norah tinha o cabelo cortado por um rapaz alegre e falante. Fazia tempo – tanto que ela nem se lembrava – que não ia a um salão bem equipado como aquele. Havia esquecido o quanto era bom ser bem cuidada por profissionais.

Norah já tinha feito a limpeza de pele. Suas unhas das mãos e dos pés estavam pintadas de um vermelho que ela jamais escolheria, mas não se arrependia por ter aceitado a opinião de Anita.

Também por insistência da assistente, Norah se deixou ser depilada – quase que completamente – e experimentou uma nova cor em seus cabelos. Bastou o corte ser finalizado e a maquiagem concluída para que ela sequer se reconhecesse no espelho.

Ainda precisaria se acostumar ao tom um pouco mais claro que o usado há anos, e ao comprimento dos fios, acima dos ombros, mas de um modo geral, aprovou o resultado.

– Agora, sim! – uma Anita também repaginada a elogiou. – Tenho certeza de que vai causar no casamento.

– Quem tem de "causar" é a noiva. – Norah gracejou. A mudança externa pareceu afetar eu interior; sentia-se mais leve. Após um suspiro, abraçou a amiga e a beijou no rosto. – Obrigada por tudo!

– Será um bom agradecimento se "viver". – Anita comentou, sorrindo. – Quero minha chefa de volta!

– Ela está aqui – Norah indicou a própria cabeça – em algum lugar... Um dia ela volta.

– Espero que seja breve... Bom casamento! Sei que nem preciso pedir que tire muitas fotos.

Norah somente sorriu. Realmente a amiga não precisava pedir. Câmeras pequenas não eram suas preferidas, mas levaria uma em sua bolsinha de mão.

Surpreendentemente ansiosa para participar da festa, Norah guiou até seu edifício. Ao entrar no apartamento, encontrou os filhos já a se arrumarem, frenéticos.

– Caramba, mãe! – Cássio veio reclamando pelo corredor ao ouvir o abrir e fechar da porta. – A senhora demorou e...

Norah sorriu com a reação do filho que se calou abruptamente. Como ainda se sentia livre de um peso que sequer sabia carregar, ela rodopiou para que ele a visse de todos os ângulos.

– O que achou?

– Acho que vou trancar a senhora aqui – disse muito sério. – Não quero os babões de plantão secando minha mãe.

– Acho que isso foi um elogio. – a mãe sorriu ainda mais.

– Claro que foi! – Eliza entrou na conversa, já seguindo até a mãe para avaliá-la. – Cássio tem razão. A senhora será secada hoje. Está linda, mamãe!

– Obrigada, querida! Agora acho que devo correr... Vocês estão quase prontos e eu nem comecei a me vestir.

– Será rápido, afinal já está penteada e maquiada – observou Eliza.

– Maquiada demais eu diria – Cássio resmungou. – Não seria melhor tirar esse batom?

– Deixe de ser chato, garoto! – pediu a irmã. – Não tem nada exagerado aqui. A pintura dos olhos está discreta justamente para que o batom pudesse vir num tom mais forte. Quem a maquiou teve muito bom gosto.

– Quem a maquiou deve ser filho de chocadeira, caso contrário não faria isso com a mãe dos outros.

Norah apenas riu e seguiu para o quarto, recomendando:

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