XXXII

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“Abrace o seu vazio”

Essa frase ecoa em minha mente enquanto choro, fragmentada, incapaz de sentir absolutamente nada – ou talvez eu sinta, mas não consigo nomear o sentimento.

O vazio é tudo que resta em mim, sombras do que poderia ter sido, mas acabou em nada, frieza e indiferença.

Duas vozes dentro de mim brigam incessantemente, incapazes de chegarem a um acordo. Uma delas prefere o vazio, olhar ao redor e ver o nada, enquanto a outra anseia por calor humano, acolhimento, recíproca.

Em meu corpo, restam fragmentos de todas as pessoas que tentaram fazer parte de mim. Nenhuma escolheu permanecer – na verdade, eu preferi que partissem. A dualidade me consome, ninguém está livre de seus próprios demônios.

À Beira do Vazio | ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora