— Bom dia! Sou Jasmine, a nova assistente. — Me apresento.

— Ah, bom dia! Sou Anny, uma das colaboradoras. Entre — Ela me dá espaço e entro, embasbacada pela decoração leve do lugar.

— São quantas? E todas são mulheres? — Decido perguntar.

— Sou eu, Kristine a que cozinha e John o jardineiro. Somos três. — Anny fecha a porta e me acompanha pelo hall e segue para a sala.

— E o que você faz? Perdão pelo modo direto. — Sorrio sem graça.

— Ah, eu organizo as roupas, e algumas coisas que ficam fora do lugar. Uma empresa de limpeza vem uma vez por semana e depois só mantemos, sabe?

— Sim, sim. — Olho em volta. — E onde ele está?

— Provavelmente no banho. A senhora Durham te avisou? — Os olhos de Anny piscam freneticamente como se quisesse ter certeza se deveria ou não me contar.

— Quem é essa? Não a conheci! — Digo surpresa.

— Então você não sabe. Vou te avisar... — Sussurra e olha para os lados como se alguém pudesse ouvir. — Não estranhe se o vir perambulando por aí de toalha ou de roupas íntimas. — É o quê?. Penso — Somos tão silenciosas que ele se esquece e ele gosta de se sentir confortável e eu acho totalmente justo, afinal é a casa dele.

— Entendi... — Digo um tanto atônita.

— Mas você se acostuma, vem vou te mostrar tudo e te apresentar o pessoal— Anny dá batidinhas no meu ombro e me puxa. — Ah, e eu prefiro meu marido! — Ela ri como se contasse um segredo. — Você tem alguém?

— Ainda bem que não. — Sua risada ecoa pela sala e eu a acompanho.

— Gostei de você! — Diz enquanto vamos passando pelos cômodos.

Anny me mostra a cozinha, me apresentar a Kristine, ela é uma senhora bem fofinha e brava, depois seguimos para a lavanderia, o escritório, os dois quartos extras, os banheiros (sendo pelo menos quatro, contando os lavabos), a área externa e finalmente o quarto do dito cujo.

— Uau, é enorme! — Digo realmente surpresa.

— Temos uma única regra nesta casa. — Anny me olha com um tom bem sério. — Nada no caminho, nada fora do lugar. Ele decora, sabe?

— Sim, tudo bem. Nada no caminho, nada fora do lugar. Certo.

Continuamos andando dentro do quarto e eu a sigo lentamente.

— Aqui é o closet. — Ela me guia e eu fico totalmente chocada.

— É quase uma loja! — Giro pelo local. — Quantos relógios e anéis e pulseiras!

— Ravi é muito vaidoso, você não viu nada. — A mulher ri. — Você terá que se acostumar mesmo, acabei de lembrar que você vai ajudar ele se a vestir.

— Duvido que eu me acostume. — Dou uma boa risada. — Na verdade, eu nem quero. — Pisco.

— E ali é o banheiro. — Anny aponta. — Escute, ele já terminou.

De repente a porta se abre e Ravi ou senhor Durham surge com a toalha apenas na cintura, com os cabelos extremamente molhados, respingando por seu peito nu.

— Anny, cadê as toalhas de rosto? — O homem pergunta e a mulher se move.

— Anny, mulher, eu jamais vou me acostumar! — encosto na bancada de acessórios e abano a mão próximo ao rosto.

— Ah, Bom dia, senhorita Stafford! — Ele saúda, mas eu continuo embasbacada com aquele corpo.

Anny cutuca meu ombro enquanto entrega as tais toalhas.

— Jasmine, eu prefiro só Jasmine. — Digo confusa. — E bom dia, senhor Durham!

— Ravi, eu prefiro. — Diz enquanto seca os cabelos. — Sem tanta formalidade é melhor. — Ouço Anny rir enquanto dá um tchauzinho que eu mal retribuo por estar hipnotizada pela cena dele secando os cabelos.

— Com certeza. — Consigo responder.

— Você teve uma boa noite de sono? — Ravi começa andar pelo ambiente que se tornou minúsculo com a presença dele.

— Mais ou menos. — Chacoalho a cabeça buscando foco. — Minha amiga e eu enchemos a cara até tarde, acordei daquele jeito.

— A ressaca deve ter sido grande, não é? — O homem se aproxima da seção de calças.

Em seguida, tateia as plaquinhas, escolhe um modelo e como se esquecesse completamente que estou aqui, retira a toalha da cintura e eu agradeço mentalmente o fato dele estar de cueca e eu estar apoiada no móvel, porque eu aposto que eu ia dar de cara no chão. — Acordou com muita dor de cabeça? Tomou café?

— Sim e sim. — Ok, ele sabe que estou aqui, respiro fundo tentando ignorar aquela cena. — Muita dor de cabeça e um bom café forte.

Ravi termina de vestir a calça jeans de lavagem escura e segue até a parte de camisetas e camisas. Entre uma parte e outra, há uma pequena estante com produtos, noto que ele borrifa um pouco de perfume, pois o ambiente é tomado pelo cheiro e em seguida, ele veste uma regata branca.

— Que bom... — Diz e veste uma blusa de linho cinza. — Espera, não é bom a dor de cabeça e sim que tomou café.

— Eu entendi. — Dou risada da sua confusão e ele se vira na minha direção.

— Primeiro dia de trabalho e a pessoa já está rindo do chefe, começamos bem mesmo. Pode passar essas botas pretas, por favor? — Diz enquanto pega um par de meias e se senta num puff.

— Não estava nas regras que não podia rir do chefe. — Me defendo e lhe entrego o par.

— Me lembre de colocar isso no contrato. — Ravi sorri enquanto calça as botas. — Pode procurar um conjunto de cordão, pulseira e dois anéis de prata que estão aí no seu lado direito.

— Vou te lembrar disso e de mais algumas coisas — Rebato rindo. Encontro os acessórios e os entrego um a um.

Primeiro a pulseira, depois os anéis e ele se volta para a estante, pega um pente de madeira robusto e passa nos fios de cabelo e os prende em um coque firme.

— Que coisas? — Se aproxima e se vira de costas, depois de uns segundos de confusão, entendo que é para ajudá-lo com o cordão.

— Até o fim do dia espero que você descubra... — Digo em tom misterioso e aperto o fecho do cordão. — Prontinho.

— Que mistério é esse? — Se afasta indo até outro lado da bancada. — Vou colocar o relógio e podemos tomar café.

— Se até o fim do dia você não descobrir, eu te conto. — Arrumo minha roupa e me equilibro nos saltos. — Já tomei café. — Aviso enquanto o sigo para fora do quarto.

— Toma de novo. — Dá de ombros me fazendo rir. — Não estava nas regras? “Tomar café com o chefe”?

— Não. — Dou de ombros e o acompanho.

— Preciso organizar essas regras. — Diz em um falso tom de descontentamento. — Bom dia, Kristine. — Ele saúda e senta, enquanto aceno e me sento ao seu lado.

— Bom dia, Ravi. — Kristine termina de colocar a mesa. — Fiz seus pratos favoritos.

— Viu? Alguém segue as regras. — O homem sussurra em meu ouvido.

— Toma o seu café. — Rebato em tom bravo enquanto observo a mesa bem decorada.

— Que afronte, tome você também! — Devolve o tom, mas sem deixar de rir.

Enquanto me sirvo, noto que as duas mulheres nos observam com olhares curiosos. Anny está quase me secando, aposto que ela quer saber se babei muito. Por isso ela saiu de cena, ela sabia!

Agora ela deve ter informado a Kristine que também deseja saber o que aconteceu. Primeiro dia e já estou na boca do povo. Você realmente não se ajuda, Jasmine.

Mas gente? Que homem é esse? Que vai se trocando na frente das pessoas assim? Sem nenhum aviso? Pelo menos para uma preparação, ainda bem que eu não sou cardíaca.








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