Capítulo 1

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Clark, o cão da família, apesar de afetuoso com os "seus" humanos, havia sido sempre "filho" único. Num passado longínquo, havia sido adotado de um abrigo, de onde sua mãe havia sido abandonada prenha.

Sua pelagem escura o havia colocado como um dos últimos da ninhada a ser adotado. Mas em compensação, a espera, com certeza valera a pena. Ele fora adotado por um casal, com duas crianças. Embora tivesse pouco espaço, ele era levado diariamente para gastar sua energia caminhando pela cidade.

Quando já atingira a madura idade de cinco anos, embora fosse "adulto", ainda tinha a energia de um filhotinho, quanto ao quesito brincar. Vendo isso, seus donos, decidiram que iriam fazer outra visita ao abrigo, para que ele não se sentisse tão sozinho quando eles estivessem trabalhando e as crianças na escola. Porém, antes que eles realmente fizessem isso, ele a encontrou.

Ele corria com o pai, a quem achava que era o líder da matilha. Eles corriam, quando o pai resolveu parar por alguns instantes, para recuperar o fôlego. Clark então começou a cheirar, sendo repreendido, mas aquele cheiro era impossível de ser ignorado. O pai o chamou diversas vezes, até que por fim, foi ver o que ele estava cheirando. O rabo sendo sacudido vigorosamente avisava que era algo positivo. Os latidos ecoavam avisavam que era necessária urgência.

Em um caixote de madeira, havia um saco de lixo preto, que se mexia e barulhinhos que mal podiam ser escutados eram escutados. O pai abriu o saco, vendo a insistência de Clark, latindo para o saco de lixo, revelando a brutalidade humana. Três gatinhos, todos diferentes entre si, miavam de olhinhos ainda fechado.

Pegou os filhotes e a guia do cachorro dando por encerrada a corrida. Os levou para um veterinário, que viu que dentre os filhotes, um negro, um branquinho e uma escaminha, eles ainda eram muito pequenos, mal cabiam na palma da mão. Clark vendo o "maldito" doutor se aproximando dos pequenos, ficou muito agitado... quase o mordeu como fazia quando era vacinado. O fazendo quando fora castrado. E o pai tomou a decisão de ficar com os filhotes, até arranjar um novo local para eles.

Os três filhotes, amamentados por uma mamadeira com uma mamadeira pequena, com um mini bico, aos poucos foram crescendo. Clark latia para eles, apenas quando era a vez do pai dar a mamadeira... Foram crescendo e anunciados num grupo de Facebook e Whatzapp entre conhecido.

Não demorou muito e os machos – o branco e o negro – foram adotados. A escaminha, porém, não tinha vez... por mais de quatro meses, anunciada todos os fins de semana e quarta-feira, acabou ganhando fãs na web, mas não um novo lar.

A pequena travessa, estava na idade do cio, quando as crianças – dormia um dia com uma outro aos pés da outra – conseguiram por fim convencer os pais a manterem a pequena (a contragosto de Clark, que perdeu isso). Eles assistiam um seriado sobre o super-homem, herói das crianças. Como era fêmea, recebeu o nome de Lois, em homenagem a "namorada do super homem", mesmo que a gata Lois não fosse da mesma raça que a de Clark.

Foi castrada. Naquele dia, voltou grogue... Todas as tentativas de aproximação foram em vão. Depois de horas, rosnando para os colegas de folguedo, ela foi deixada em paz. Clark também foi recebido com silvos. Mas quando ele se achegou – aos poucos obviamente – e ela se achegou nas costas dele, como se dissesse – o que fizeram comigo? – ele respondeu de seu modo – eu não sei, também fizeram comigo...

E se antes Lois corria atras do cão negro sendo ignorada, a partir dali, ele também procurava a companhia da escaminha, que sem medo, deixava ele "abocanha-la" com aquela bocarra sem machuca-la no entanto.

Clark e LoisOnde histórias criam vida. Descubra agora