Capítulo 2

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Clark estava sentado no telhado de um prédio, com os pés pendurados na beirada. Gotham se estendia abaixo dele, escura, mas brilhante à sua maneira, tons de cinza e prata sob uma grande lua amarela. Desde que ele estava com Bruce, ele meio que se acostumou com Gotham... nunca significaria para ele o que significava para Bruce, mas havia um certo tipo de conforto que ele sentia ali agora.

Era como seus sentimentos por Bruce, ele ficou impressionado com a beleza e a vulnerabilidade tão escondida sob um exterior tão áspero, sentiu-se seguro por causa do calor que encontrou ali... agora que sabia onde procurar.

Mas a noite estava um pouco fria; o frio realmente não o afetava como acontecia com os humanos, mas ele ainda sentiu um leve arrepio. Ele puxou sua capa um pouco mais apertada, como um manto, e esperou em silêncio.

Logo, Clark ouviu o som dos pés de Bruce pousando no telhado.

"Esqueci um encontro?" ele perguntou.

Clark não se virou. "Não," ele começou. "Só pensei em fazer o check-in."

"Não preciso de ajuda", respondeu Bruce rapidamente. Era a voz do Batman, e não era o que Clark esperava ouvir quando chegasse lá.

"Eu nunca disse que você precisava" Clark respondeu. Ele olhou para suas botas vermelhas, as pernas cruzadas, e brincou com a bainha ligeiramente puída de sua capa.

Bruce ficou quieto por um momento, e Clark finalmente se virou para olhar para ele. Bruce olhou para trás por um momento e pareceu relaxar um pouco. Quando ele falou novamente, foi a voz de Bruce, não a de Batman, que perguntou: " Você precisa de ajuda?"

"Eu também não disse isso" Clark respondeu suavemente.

Bruce acenou com a cabeça, mas ele veio e se sentou ao lado de Clark na beirada do prédio de qualquer maneira. Por algum tempo ambos ficaram quietos. Havia muita poluição naquela noite para que o olho humano pudesse ver as estrelas, mas Clark podia vê-las brilhando à distância.

"Quantos você pode ver esta noite?" Bruce perguntou, aparentemente lendo seus pensamentos.

Clark sorriu. "Um pouco. Eu gostaria que você pudesse vê-los também.

Bruce deu de ombros. "Eu não me importo. Vou vê-los quando for para Metrópolis."

"Planejando sair por aí em breve?" Clark perguntou, levantando uma sobrancelha.

"Talvez", Bruce respondeu. "O cara que eu estou namorando mora lá, então talvez eu faça a viagem."

Clark se inclinou um pouco para frente e um pouco mais perto de Bruce. "Esse seu namorado é sortudo."

"É isso que eu continuo tentando dizer a ele" respondeu Bruce, brincando. Ele enfiou a mão no bolso de seu cinto de utilidades, tirou uma barra de Snickers de tamanho grande e entregou a Clark.

Clark soltou uma risadinha. "Estou namorando uma máquina de venda automática." Mas ele pegou o doce e o enfiou na boca.

"Comecei a carregá-los quando comecei a me juntar ao meu primeiro Robin", respondeu Bruce. "Também tenho algumas bolachas, barrinhas de cereais e alguns Twizzlers."

Clark bufou outra risada. "Você nunca deixa de me surpreender."

"Esse é o objetivo", disse Bruce. Ele abriu um breve sorriso dessa vez... isso fez Clark se sentir um pouco melhor ao vê-lo. Bruce pegou alguns M&M e enfiou um na boca.

"Percebi que você não mencionou isso quando listou todos os lanches que está carregando..." Clark começou.

Bruce deu de ombros. "Porque eles são meus."

"Essa é a coisa mais paternal que eu já ouvi alguém dizer," Clark riu.

"Não posso evitar o que sou", respondeu Bruce, colocando outro M&M na boca.

Clark riu novamente e olhou para a cidade. Ele não pôde deixar de se perguntar o que os gothamitas comum pensaria ao ver Superman e Batman comendo doces no topo de um prédio abandonado. Isso ainda era menos surpreendente do que algumas das outras coisas que os dois faziam juntos em seu tempo livre.

"Então está tudo bem com você?" Bruce perguntou timidamente.

Clark assentiu. "Sim. Não. Quer dizer... você sabe. Apenas um dia ruim. Longo dia."

Bruce se aproximou um pouco mais. Clark realmente queria se inclinar para ele, ter Bruce abraçando-o e segurando-o perto... ou pelo menos colocar a cabeça no ombro de Bruce. Mas isso talvez fosse um pouco demais para quando estivessem ao ar livre, mesmo que estivessem em um velho prédio abandonado.

"Está bem tranquilo esta noite", comentou Bruce. "Acho que posso interromper a patrulha desta noite."

Clark balançou a cabeça. "Você não tem que fazer isso por mim. Eu ficarei bem."

"Eu não ofereceria se não achasse uma boa ideia", respondeu Bruce.

Clark suspirou. "Eu não quero ser nenhum problema."

"Não é nenhum problema", rebateu Bruce. "E você não me deixaria escapar disso... e você sabe disso."

Clark torceu o nariz de brincadeira. "Usando minha bondade contra mim? Terrivelmente injusto."

"Eu não jogo limpo", retrucou Bruce, exibindo outro sorriso rápido, mas genuíno e malicioso. "Sem mais argumentos. Encontro você na Caverna."

Clark sabia que não adiantava discutir. E não adiantava afastá-lo também. Ele nem queria. Bruce era bom em garantir que Clark sempre conseguisse exatamente o que precisava e, mesmo sem perceber, Clark foi procurá-lo porque o que ele precisava era não ficar sozinho. Clark se levantou e, para sua surpresa, Bruce o deixou pegar sua mão e ajudá-lo a se levantar . Nunca deixou de surpreendê-lo.

"Ok, B," Clark começou, sorrindo calorosamente. "Vejo você daqui a pouco. E obrigado."

Bruce deu-lhe um pequeno aceno e Clark partiu. Ele já se sentia um pouco melhor, só de saber que Bruce se importava e que estava ao seu lado. Às vezes, bastava isso.



ʕ⁠ ⁠ꈍ⁠ᴥ⁠ꈍ⁠ʔ desculpa os erros de ortografia e gramática.

Manhã nubladaWhere stories live. Discover now