capítulo cinco: IN LIMIT

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— MYOUI?! — ela bate na porta do banheiro com força — como se atreve a querer desistir, hein? Como tem coragem de pensar em abandonar tudo que te dei? Por que é tão ingrata? HEIN?

Ela ficou por um tempo em silêncio e continuou:
— Você está seguindo os passos do seu pai, só se assegure de acabar não morrendo na porra de um hospício igual o seu pai, ouviu bem? Nunca mais pense em desistir, é para o seu próprio bem.

Eu continuei no banheiro, até o dia amanhecer e eu ir para o meu trabalho. Talvez eu tenha sorte de não conseguir compartilhar nada com ninguém, imagina a loucura que iria ser explicar a alguém que eu tive que sair cedo da minha própria casa porque minha própria mãe a invadiu e tentou me asfixiar. Seria uma história e tanto, talvez até traria boas risadas.

O meu maior defeito é que desconto tudo que sinto trabalhando, e quem sofre são os meus alunos.

— Refaçam! — exclamo e eles obedecem, já cansados pois tirei o tempo de descanso deles.

— Professora, meu Deus eu não aguento mais — Park Jihyo diz jogando se no chão, logo mando a mesma se levantar, que faz isso com muita má vontade.

— Vocês precisam ser perfeitos, não quero ninguém me envergonhando na grande apresentação, entenderam? — todos assentem, eu realmente não aguento mais ver eles sofrerem tanto, preciso demonstrar resquícios da empatia que eu escondo — descanso de 15 minutos, é o tempo que vocês bebem água e vão ao banheiro.

Enquanto eles suspiram aliviados, eu me sento em uma cadeira que tem jogada pelos cantos. Todos, exatamente todos saem, menos Jimin, que continua treinando e se esforçando, ele está quase caindo de tanto cansaço, mas mesmo assim não para.

— Você devia descansar, não vou pegar leve —  aviso, ele me olha pelo reflexo do espelho por uns segundos, mas continua a treinar — você parece cansado, devia descansar.

— Desde de quando se importa? — ele pergunta continuando a treinar, apenas fico quieta, mas antes que saísse da sala, dou um sorriso disfarçado para ele, que felizmente não percebe.

Tenho que admitir para mim mesma que odeio ver ele tão cansado, mas que estou orgulhosa por ele estar tentando.
Eu tento ser legal com meus alunos, mas tem uma pessoa que sempre observa minhas aulas, talvez essa pessoa ache que eu não perceba, mas pelo vidro da porta sempre vejo sua expressão carrancuda me olhando como se estivesse esperando um simples sorriso sincero meu para ir correndo passar informações de que estou pegando muito leve com todos para a mamãe.

Antes de voltar para a sala de dança, por uma fração de segundos pensei ter visto a mamãe, talvez eu esteja apenas vendo assombrações, mas ficarei atenta.

Logo os alunos voltam a sala e eu peço para repetirem a coreografia que ensinei, estão com as energias renovadas após o descanso de 15 minutos, menos ele, até porque ele não descansou nem um único sequer minuto.

Me assusto ao ver Momo, Seulgi e Hoseok entrando na minha sala, cada um trazendo uma cadeira para sentar se. Questiono o porquê da repentina chegada deles e eles respondem que o nosso superior os pediu para assistir a minha aula.

Já imaginando quem está por trás disso, sou a única que não me assusto a repentina presença da minha mãe, de terno e gravata, usando óculos escuros.

Respiro fundo apenas para não perder o pouco de controle que me resta.

— Gosto de ter paz em minhas aulas, não gosto de ninguém me atrapalhando — digo sem manter contato visual, mamãe deve estar chocada com o que eu disse, mas sei que ela prefere manter sua postura de calma.

— Quê isso minha filha, vamos ficar quietinhos — ela diz forçando uma risada simpática, mas sei que por baixo daquele óculos escuro deve estar querendo me matar.

Dancer; JMWhere stories live. Discover now