Capítulo 1

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Tess e eu corríamos quase sem fôlego, torcendo para que os infectados não nos alcançasse, podia ouvir meu coração bater em meus ouvidos, por sorte Tess sabia exatamente para onde tínhamos que ir. Quando meu corpo colidiu com uma das paredes de um quarto, a mulher arrastou uma cômoda de roupas relevando um buraco na parede. Tess nem precisou indicar para que eu entrasse, apenas passei pelo buraco e a esperei fazer o mesmo e fechar a passagem.
Apoiei as mãos em meus joelhos, enquanto recuperava o fôlego e o suor escorria em meu rosto. Tess me analisou apreensiva, seus olhos pareciam procurar por alguma mordida, mas não encontraram nada.

— Posso saber que raios você está fazendo aqui? — Tess caminhou de um lado para o outro irritada.

— Oi, Tess! É bom te ver novamente — Brinco, mas ela continua parada apenas me encarando — Eu estava procurando os vagalumes, e sabia que a Marlene estava naquele prédio.

— O que você quer com a Marlene?

— Ela está com uma coisa minha, e eu preciso ir atrás disso. É pessoal, não se preocupe.

Ajeito meu corpo, conseguindo voltar a respirar ao normal.

— Estou com uma carga dela, temos que entregar nas mãos dos vagalumes, pode ir conosco se quiser.

— Claro, assim não preciso encontrá-los sozinha — Respondo aliviada.

— Venha, vamos até o apartamento e partimos assim que escurecer o suficiente.

Sigo o caminho que Tess faz.
Enquanto percorremos os corredores vazios, fico pensando em como a cada dia que se passava, mais fria ela ficava. Não era a mesma amiga que eu conhecerá alguns anos atrás, a vida tinha sido cruel com ela, seu coração estava despedaçado e congelado. Não acho que tenha solução.

Tess parou em uma das portas, e abriu para que eu entrasse, antes que eu dissesse algo, ela pediu para eu passar e ficar em silêncio. Caminhei devagar pelo ambiente escuro, me assustei quando ela voltou para fora me deixando sozinha.
Meus olhos percorreram todos os cantos do apartamento, até que fui atingida por um forte golpe em meu estômago, o que me fez cair de joelhos sem conseguir respirar. Minha visão embaçada me impediu de enxergar a pessoa que havia me atingido, quando meus olhos conseguem focar em algo, a primeira coisa que enxergo é uma garotinha com um olhar preocupado.

— Quem é você? — A voz rouca ecoa pelo lugar.

Tento me levantar, mas o estômago ainda doía demais para tal coisa.

— Joel, pare! — Tess grita assim que fecha a porta — O nome dela é Stella, ela é minha amiga.

— Stella? Desde quando tem uma amiga chamada Stella?

— Não é como se nós conversássemos sobre todos nossos amigos, Joel.

Consigo enfim me sentar, e a garotinha que estava me encarando, se sentou rapidamente ao meu lado verificando se eu estava bem.

— Porra, Tess! — Fecho os olhos encostando a cabeça na parede, voltando a sentir a dor no estômago — Por que não me disse que tinha um animal idiota aqui dentro?!

Cuspo as palavras com ódio, e assim que consigo focar meus olhos no tal de Joel, o encaro com raiva.

— Esse é o Joel, ele é meu parceiro, você vai ter que seguir com ele até os vagalumes e entregar nossa carga. — Tess estende a mão enquanto me ajuda a levantar.

— E você? Vai ficar aqui cuidando da filha dele? — Olho para a garota e para o homem, que me encaram com nojo.

— Ele não é meu pai.

Invisible String - TLOU Where stories live. Discover now