Esfrego minhas mãos suadas em minha calça jeans tentando me livrar do sintoma de ansiedade que corre em minhas veias. Eu gostaria muito de descobrir o motivo pelo qual eu sinto que vou morrer.

Assim que paramos, eu pulei para fora do carro desejando o ar fresco. Apesar de estar abafado pela fumaça dos cigarros e narguiles, contando com o cheiro frutífero das bebidas. Meus irmãos sumiram entre a multidão não me deixando outra opção a não ser ir para o andar de cima do lonado. Os vapor de segurança me reconheceram na hora, abrindo espaço entre eles eu subi as escadas e fui direto ao mine bar.

Maia–Um gin–Aceno para o carinha do outro lado.

Marina- Ei, estavamos te procurando–Ela desliza ao meu lado com um copo de cerveja na mão.

Maia–Acabei de chegar –Respondo olhando em volta–Onde esta o resto do pessoal?

Marina–Livia está com a Raíssa na pista, Liz e Laura estão do outro lado. Os meninos, eu já não sei–Ela dá de ombros

Maia–Não me sinto bem, quero ir pra casa–Digo a ela, sem rodeios.

Marina–Esta acontecendo alguma coisa?–Seu tom de preocupação é evidente

Maia–Não, só estou cansada do dia e não sei...–Eu realmente gostaria de saber o que tem de errado comigo

Marina–Certo, entendo. Nem todos os dias estamos no clima –Ela da um sorriso curto –Vá para casa se isso for fazer você se sentir melhor, sabe que não é obrigada a se levar ao limite por apenas um baile.

Maia–Obrigada!-Sorri pegando o copo que o garçom me entregou, sutilmente vejo sua olhada para meus peitos antes de ir embora.

Mesmo desejando do fundo da minha alma ir para casa e ficar de baixo das cobertas, eu me forço a permanecer na festa. Vejo as meninas dançando e bebendo, encontro os garotos do mesmo modo. Eu apenas fico sentada observando, nem as melhores músicas ou o álcool em minhas veias me fazem querer se juntar a eles.

As três latas de cervejas e meu copo de gin vazio fazem uma fila em minha frente, me fazendo perceber que bebi o suficiente para estar bêbada e com a bexiga cheia. Pela primeira vez em horas eu caio fora do banquinho e vou até o outro lado. O alívio me toma quando eu esvaziou minha bexiga, gostaria de sentir o mesmo alívio em relação aos meus sentimentos agora.

Quando saio do banheiro caminho devagar, afasto as pessoas em meu caminho e desvio de outras. Quando chego perto da mesa meu corpo inteiro congela, o ar esvazia de meus pulmões. Estou petrificada sobre o chão, de repente uma enxurrada de sentimentos dominam meu corpo de uma forma lenta e dolorosa.

Lívia-Eu estou tão feliz que você esteja aqui–Ela não para de gritar enquanto seus braços estão jogados ao redor dele.

Ele! Maldito, desprezível e cruel. Eduardo.

Não posso  acreditar que logo agora que estou tentando seguir em frente e curar a maldita ferida em meu peito, ele volta. Simplesmente aparece aqui como um fantasma de merda.

Eduardo–Sentiu a minha falta, hein?–Ele diz para ela, mas seus olhos estão grudados em mim.

Eu ainda não consigo me mover, um névoa parece prender meu corpo me rodeando e me sufocando. Enquanto todos o cumprimentam felizes por o terem de volta.

Fico feliz quando meu corpo reage aos meus extintos, os olhares vem em minha direção esperando uma reação ou uma palavra. Que seja, inferno. A única coisa que faço é me virar e correr.

🍂~🍂~

Empurro a porta do banheiro a tempo de levantar a tampa do vazio e meu estômago se esvaziar. O amargo sobe por minha garganta enquanto o vômito faz minha barriga doer. Não sei por quantos minutos eu fico ali, mas quando paro tenho certeza que não sou capaz de ficar em pé.

Crias do AlemãoOnde histórias criam vida. Descubra agora