Meus braços ainda estão fortemente ao meu redor, meu coração parece querer sair do peito e as minhas pernas mal sustentam o meu peso, mas mostrar fraqueza na frente dele nunca foi a minha coisa preferida no mundo.

E agora menos ainda.

— Anastasia, por favor. Essa não é uma conversa que podemos ter um dez minutos. Eu vou te contar, só me dê tempo para organizar as minhas ideias e achar as palavras certas, não vai ser uma coisa bonita e não quero te magoar ainda mais. Hoje era para ser um dia feliz, baby, é o nosso casamento.

— Casamento. — rio sem humor e seco a maldita lágrima que insiste em rolar. — Palavra engraçada, não acha? Sabia que se original do latim?

— Anastasia, por favor. — ele suplica e eu quebro, meus soluços ficando dolorosamente altos.

— Eu não posso fazer isso, Christian. Me desculpe mas eu não posso, não dá. É apostar muito alto com os meus sentimentos e eu já passei por isso antes, conheço o tamanho do estrago.

Ele arregala os olhos e vem com tudo para cima de mim mas consigo sair do caminho e pego o Carter nos braços, apertando-o fortemente contra o meu peito.

— Eu vou mandar devolver o anel de noivado e a coleira, prometo. Não vou te deixar na mão em relação à campanha mas pretendo trabalhar de casa daqui para frente. Se precisar de alguma coisa peça ao Elliot ou a Mia para me ligarem.

Abro a porta com as mãos trêmulas mas ele se lança contra ela, fechando-a com força. Christian gira a chave na fechadura e a enfia no bolso, me encarando completamente atordoado.

— Não pode ir embora, Anastasia. Eu fiz isso sete anos atrás e me arrependi todos os malditos dias. Achei que nunca mais te encontraria, que tinha perdido a minha garota mas então a Mia conseguiu te achar e quando você entrou naquela sala nos estúdios da CNN tudo ficou colorido novamente, baby.

— Christian, chega. Eu já ouvi demais e estou me sentindo exausta. Abre a porta por favor.

— Não! Nós só vamos sair desse quarto juntos, prontos para assinarmos os documentos do casamento.

— Christian, eu não posso casar com você, seja pela porra do motivo que for. Conveniência ou sentimentalismo, não importa, eu só não posso. — eu grito e o Carter se assusta, afundando as unhas no tecido do vestido.

— Me dá uma chance, Ana. Você confiou em mim quando aceitou ser a minha economista.

— Eu não aceitei, Christian. Você ameaçou usar a sua influência para dificultar a minha vida, lembra? — ele puxa os cabelos nervosamente e rosna.

— Tudo bem, mais uma merda digna de punição mas era para te ter por perto, Coelinha, eu juro.

— Para de me chamar assim, porra. — grito tão alto quanto ele e Christian assente freneticamente.

— Tudo bem, Anastasia, será do jeito que você quiser. Só casa comigo, baby. Eu te imploro.

— O que você não faz pela sua campanha, não é mesmo?

— Não é pela campanha, Anastasia. Usei isso como pretexto para te convencer porque queria você do meu lado. Pretendia ir te reconquistando aos poucos, ganhando o perdão dia após dia para aí sim colocar tudo em pratos limpos. Essa bagunça — ele gesticula entre nós — nao era para estar acontecendo.

— Você nem consegue ser sincero sobre as suas motivações para um casamento, Christian? Como quer que eu acredite no que está me dizendo?

— Eu só quero uma oportunidade de mostrar que estou sendo sincero, Anastasia. Só uma chance para te provar que posso te fazer muito feliz.

Mr. President Where stories live. Discover now