— Preto, forte e sem açúcar, do jeito que você gosta. — Christian sorri e toma um gole, gemendo em apreciação.

Ele abre as pernas e puxa o meu braço, me trazendo para perto e sentando sobre a coxa direita dele.

— Você vai ser a esposa perfeita, baby.

— Achei que era solteira, Ana. — Mia aparece na cozinha com um sorriso zombeteiro, nariz vermelho e olhos lacrimejantes.

Arregalo os olhos e tento me levantar, mas Christian me mantém no colo dele enquanto beberica o café tranquilamente.

— Não mais, Mia. — ele murmura com diversão e levanta a minha mão esquerda, exibindo o anel para ela. — Anastasia aceitou ser minha esposa.

— Finalmente vocês decidiram agir como adultos. — ela joga as mãos para cima como se agradecesse um milagre divino e sorri, limpando o nariz com um lencinho.

— Tudo bem com você? Posso fazer um chá de canela com limão, é ótimo para gripe. — Mia nega com a cabeça e agarra a minha mão para inspecionar o anel com um sorriso enorme.

— Não se preocupe. Acho que a minha alergia à gatos finalmente atacou. — ela funga e ri, lançando um olhar amável para o Carter esparramado sobre o sofá. — Mas quem consegue resistir a esse bebê? Nem acredito que ele será o meu sobrinho.

Eu rio da expressão emocionada e olhos marejados dela e a puxo para a banqueta vazia ao lado do Christian, oferecendo uma xícara de café.

— Acho melhor deixarmos ele aqui hoje. Não quero que a sua alergia piore.

— Nada disso, o Carter vai. — ela toma um gole de café e funga. — A Fox News quer fazer um debate entre o Christian e o Carrick hoje. Não vai ser em grande escala como geralmente acontece mas vai garantir bastante visibilidade, principalmente depois das últimas pesquisas.

Engulo em seco e envolvo os braços ao  redor do meu próprio corpo, um frio absurdo surgindo nos meus ossos.

A política sempre foi fascinante para mim, pelo menos até eu ser de fato inserida nela. É a coisa mais podre que existe no mundo, reúne pessoas de pouco caráter mas com poder suficiente para foder com a vida de muita gente e essa animosidade só piorou depois que Carrick Grey cruzou o meu caminho.

O filho da puta não gosta de mim e isso já ficou claro, eu só não entendo por que.

Eu não prendi o Christian a mim quando estávamos na faculdade. Eu não o procurei por todos esses anos e nunca fiz nada que pudesse prejudicar a imagem da perfeita — só que não — família Grey.

— Ei, não faz essa cara. — Christian toca suavemente no meu rosto, os dedos acariciando a minha bochecha. — Ele não vai fazer nada, Ana. E eu estarei do seu lado, baby. Não vou deixar ninguém te ofender, muito menos o Carrick.

— Se não estiver confortável pode ficar, Ana. O Elliot e eu vamos acompanhar o Christian de qualquer forma para evitar conflitos.

Ficar seria uma ótima ideia.

Aproveitar o silêncio para colocar as ideias no lugar, pensar com mais clareza e traçar meus próximos passos.

Mas essa é a saída mais fácil.

Fugir é a saída mais fácil... Mas mulheres fortes não fogem.

Nunca.

— Eu não tenho medo do seu pai, Mia. — murmuro com toda a confiança que consigo encontrar dentro de mim e sorrio. — Podemos sair quando estiverem prontos.

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