— Você é fenomenal, Anastasia. Não deixa de me surpreender nunca, baby. — sussurro e beijo o ombro dela, dando um passo para trás.

Queria muito jogá-la na minha cama agora mas tenho planos mais interessantes.

Ela cambaleia um pouco e estendo os braços para ampará-la mas Anastasia recupera o equilíbrio rapidamente e aperta Carter forte o suficiente para deixá-lo puto da vida.

Ele mia alto e se contorce, fazendo uma careta para ela.

Pego-o dos braços dela e ele vem de bom grado, olhando feio para a Ana uma última vez antes de se acomodar no meu colo e deitar a cabeça no meu ombro.

— Taylor deixou a sua mala no closet, porta à direita. O banheiro é ao lado, pode ficar à vontade. Só preciso fazer uma ligação.

Uma ligação muito importante.

Anastasia assente e corre na direção que indiquei, evitando qualquer outro contato visual.

Eu rio e me sento na cama, colocando o Carter no colchão macio. Ele primeiro cheira tudo e, quando parece satisfeito, se deita no meio.

Acho que teremos que dividir
a cama com ele hoje.

Puxo o celular do bolso e procuro pelo contato da única pessoa que pode resolver uma pequena questão que está nublando a minha mente.

Chama duas vezes até a voz animada, porém um pouco afetada pelos anos de charutos cubanos, responder do outro lado da linha. Sorrio com carinho e me levanto, saindo para a sacada.

— Christian?

— Kerim, quanto tempo. — ele ri e ouço enquanto fala o meu nome para alguém próximo.

— Quanto tempo, meu filho. Abe está  chateada com o seu sumiço.

— Diga a ela que peço desculpas. A campanha está uma loucura, meu pai anda dando muito trabalho e minha cabeça está cheia de merda. — Kerim bufa e posso sentir que ele está revirando os olhos.

— Seu pai é um babaca desde que estávamos na mesma turma em Princeton. Não deixe as besteiras dele te afetarem.

— Eu não vou, mesmo que as vezes ele me faça pensar em assassinato e ocultação de cadáver. — Kerim gargalha e o som me faz sorrir também.

Ele é o que eu tenho de mais bonito e representativo em relação à figura paterna.

A única pessoa que sempre me apoiou, independente do tamanho da merda que eu planejava fazer.

Kerim conheceu meu pai na faculdade e se tornaram amigos numa velocidade impressionante. Sempre juntos, fazendo besteiras e causando algum caos por aí.

Foram anos de amizade, mesmo depois de casados eles continuaram com a mesma energia... Até Kerim pegar o meu pai e a ex esposa dele transando no escritório da nossa casa de férias em Los Angeles.

Ele contou tudo para a minha mãe e tentou convencê-la a me pegar e ir embora, garantiu que ajudaria no que ela precisasse mas mamãe preferiu continuar sendo humilhada pelo Carrick.

Os anos seguintes foram de total afastamento.

Kerim não voltou a procurar a nossa família e meu pai ainda tinha coragem de colocá-lo como o grande vilão da história.

Eu já tinha aceitado que não o veria mais, até nos encontrarmos num jantar beneficente três anos atrás. Fiquei tão feliz pelo encontro e por ele. Kerim me contou com riqueza de detalhes o que aconteceu naquela noite, como foram os anos posteriores e as muitas tentativas do meu pai de dificultar a vida dele.

Mr. President Where stories live. Discover now