Colega de Quarto- Countryhumans

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Ontem eu cheguei tarde em casa, e dessa vez não foi por opção minha. Depois da aula o professor URSS passou uma redação que nós deveríamos escrever até próxima semana, além disso ele mandou alguns assuntos para estudarmos em casa porque ele ia fazer perguntas. Mesmo sendo o primeiro dia isso não impediu o professor Soviético de mandar um monte de trabalho pra gente fazer

E pelo que parece o carinha que divide o apartamento comigo não foi pra aula. Antes de ir para a universidade ele disse que ia resolver algumas coisas. Esperava encontrar com ele na sala, mas não o vi nem quando eu cheguei em casa. Quando acordei pela manhã, tomei um susto ao encontrar com Finlândia sentado na sua cama lendo o mesmo livro de antes

Bra- Ei, você tá aqui- falei surpreso- Onde cê tava? Eu não te vi chegando ontem- levantei da cama sem um pingo de vontade

Fin- Nenhum lugar importante- respondeu sem tirar os olhos do livro

Bra- Entendi...O professor passou algumas tarefas ontem...eu posso te mostrar se quiser-

Fin- Ok...- assenti com a cabeça e sai do quarto

Depois de trocar de terminar os meus afazeres da manhã eu não sabia bem o que fazer depois. Até cogitei em começar as minhas tarefas, mas eu me convenci de que faria tudo depois. Mesmo sabendo que provavelmente eu acabaria deixando tudo para o último dia. Então, ignorando totalmente as minhas responsabilidades, me sentei no sofá da sala pronto para surfar nos canais da TV

Um tempo se passou e eu já estava terminando um dos episódios de um programa aleatório que eu tinha encontrado, quando Finlândia resolveu finalmente sair do quarto. Sem dar a mínima para a minha existência ele apenas foi até a cozinha, voltando minutos depois com um copo d'água

Pensei um pouco no que o Estados Unidos tinha falado, não a parte da grande chance daquele cara ser um psicopata, mas talvez eu realmente devesse saber um pouco mais sobre ele. A final, vamos passar muito tempo juntos, então é melhor eu tentar ser amigo dele

Bra- Eii Fin- ele parou no meio do percurso. Me perguntei se deveria continuar chamando ele por aquele apelido- O próximo episódio já vai começar, você quer assistir comigo?- ele pensou um pouco, o finlandês tinha uma cara tão inexpressiva que era difícil prever o que ele ia dizer

Fin- Tudo bem...- respondeu seco

Dito isso ele se sentou no outro lado do sofá. Eu esperava que ele fosse negar a minha oferta, mas não é que ele aceitou mesmo. Ficamos um tempo em silêncio, apenas assistindo o programa. Por alguns minutos eu ficava com aquela incógnita na minha cabeça se tentava puxar assunto ou se seria muito chato fazer isso naquele momento. No final eu escolhi arriscar 

Bra- Se você pudesse, você entraria nesse programa?- eu costumava ser melhor em puxar assuntos

Fin- Não...- respondeu de forma direta

Bra- Por que não? Até que não é tão ruim assim- insisti

Fin- Eles ficam sem roupa no meio da floresta- ele argumentou

Bra- Eh, mas o prêmio é 1 milhão- falei como se aquilo explicasse tudo

Fin- Mesmo assim, eu nunca faria algo desse tipo-

Bra- Tsk, tá com medo dos Ursos?-

Fin- Não, prefiro lidar com um urso a que ter a minha imagem exposta desse jeito- de repente a campainha do apartamento começou a tocar

Fiquei um tempo olhando para o Finlândia, esperando que ele se voluntariasse para se levantar. Aparentemente o meu colega de quarto não tava muito interessando, então tive que me levantar e fazer isso por mim mesmo. Imagino que seja Japão trazendo o meu açúcar de volta, mas quando abri a porta encontrei um país totalmente desconhecido

Din- Olá, desculpe incomodar- a garota falou envergonhada. Ela tinha uma bandeira parecida com a do meu vizinho de cama, tirando a cor vermelha de fundo e as listras brancas atravessadas na bandeira- Eu tô procurando um país, fiquei sabendo que ele mora nesse edifício. O nome dele é Finlândia- engraçado, eu moro com um cara que tem o mesmo nome- Ele tem uma bandeira branca no rosto e uma cruz Nórdica azul. Será que você não teria visto ele por aí?- me virei como se quisesse conferir se o meu colega de quarto batia com essa descrição. Quando menos percebi ele já estava atrás de mim

Fin- Dinamarca? O que você tá fazendo aqui?- indagou cruzando os braços

Din- Eu vim te visitar, ué- a menina passou reto por mim- Pensei em dar uma passadinha pra ver como você tava...Ah, antes que eu esqueça, eu também vim devolver o seu livro- ela tinha um livro azul antigo nas mãos

Fin- Pelo menos poderia ter avisado que vinha- ele fechou a porta

Din- Perdão, prometo avisar da próxima...E você quem seria?- ela estava se referindo a mim

Bra- Ah, o meu nome é Brasil- respondi

Din- Muito prazer "Brasil", você é amigo do Fin?- Dinamarca perguntou com um sorriso de canto

Bra- Err, mais ou menos...- eu tinha acabado de conhecer ele. Será que agora que a gente mora junto eu posso considera ele como amigo?

Fin- A gente divide o apartamento- ele entrou no meio

Din- Oh sim, então você é a pessoa de quem ele comentou- Finlândia coçou a nuca- Espero que o meu irmãozinho não esteja te dando muito trabalho-

Bra- De jeito nenhum, tive sorte de ter ele morando aqui- literalmente, foi muito sorte ter encontrado alguém pra morar comigo

Din- Fico feliz, você também tá estudando na universidade?-

Bra- Sim, eu e Fin somos da mesma sala-

Din-Que legal!! Puxa, vocês tem sorte, eu sempre quis estudar em uma universidade-

Bra- Sério, por que você não estudou?-

Din- Eu estudava em casa...A União Europeia permitiu que eu e o Suécia tivéssemos um professor particular?-

Bra- Quem é Suécia?- perguntei

Din- Ele é nosso irmão, tem mais dois além dele e do Finlândia. Um dia você pode ir na nossa casa pra conhecer todo mundo- falou docemente

Bra- He, valeu pelo convite- agradeci sorrindo de volta

Din- Bom, eu não quero tomar mais o tempo de vocês....Tá aqui o livro- Dinamarca entregou a obra nas mãos do Finlandês. Chegando na porta ela deu um último aviso- E Brasil, cuida bem do meu irmãzinho, ok. As vezes ele é um pouco teimoso, então quando precisar puxe a orelha dele por mim- eu fiz que sim com a cabeça e ela me deu uma piscadinha de olho. Dinamarca saiu pela porta e antes que pudesse vê-la pegando o elevador o Fin fechou a porta

Fin- Desculpe por isso, eu não sei como ela descobriu onde eu moro- parecia estar se sentindo culpado- Se você quiser eu posso pedir pra ela não voltar aqui de novo-

Bra- Claro que não, ela pode vir aqui sempre que quiser. Tsk, por que eu ia querer uma coisa dessas?-

Fin- A presença dela pode te deixar incomodado, eu entenderia se deixasse-

Bra- Cara, eu não me importo com isso- voltei ao meu cantinho no sofá- Além do mais, essa casa é sua também, lembra? Você não tá numa prisão, pode chamar quem você quiser pra cá-

Fin- [Prisão.......É verdade, eu não tô mais em uma prisão...Hum, por um momento eu esqueci que eles não são a mesma pessoa]- o Nórdico caminhou lentamente até mim e depois se sentou do meu lado- Não vai ligar a Tv?- indagou encarando aquela tela preta

Bra- Ah sim, eu vou ligar- apertei o botão no controle para ligar a televisão. Assistir Tv não é exatamente o tipo de entretenimento que eu mais gosto, mas assistir com alguém é muito mais divertido...

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