❦ 10 : ❛Conquista Digna❜

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— Ah, isso...— a resposta seguida de um sorriso desconfortável atraiu sua atenção com o aparente receio exibido por seu pai. Mas, o homem o fitou, por poucos segundos antes de exibir para o filho, a obra, um livro que parecia ser feito à mão, reconheceu de imediato a caligrafia de seu pai.

Passeou o olhar sobre as escrituras, estava em élfico. Deve ser dito, é claro que, por crescer sua infância inteira, pelo menos, até o momento, sua compreensão da língua não era das melhores — mesmo sendo o melhor de seus irmãos — mas, reconhecia a palavra que significava dragão e, pelo que parecia, tratava-se de um Atlas detalhado, o que o deixou confuso.

— Todos os dragões não são iguais? Quero dizer, eles possuem a mesma ancestralidade — ele franziu o cenho, interessado com a gargalhada de seu pai, como se ele fosse um tolo. — Eles são vindouros da Antiga Valíria.

Príncipe Caspian estendeu uma cadeira para que seu primogênito pudesse sentar-se, assim, o mesmo o fez, atento às palavras de seu pai.

— De fato, os valirianos eram povos muito avançados, domadores de dragões mas, não eram os únicos a terem suas maravilhas mas, certamente, eles preferiam compartilhar sua grandeza mas, o povo élfico possuía seus próprios segredos — revelou Caspian, pausando suas palavras. — O mundo é maior que parece.

— Sendo assim, por que eles nunca foram descobertos?

O mais velho sorriu com o questionamento.

— O mundo é maior do que parece. Em nossa cultura, acredita-se que há um mundo invisível, por dentro de nosso mundo, esse que habitam as criaturas que foram banidas pela crueldade dos homens, vez ou outra, nas estações mais cruéis do inverno, algumas escapam mas, congelam durante a passagem dos mundos e são condenadas a viver aqui, caminhado sobre a neve eterna — a fala, pareceu mais um mito do que realidade aos ouvidos do Príncipe.

O jovem Maegor, mesmo com seus doze anos, deveria ser o mais cético dos irmãos em relação à crenças, usava sua racionalidade para a maioria das situações e, aquilo lhe parecia uma história fantasiosa, do tipo que faria os olhos de sua irmã mais nova, Daenerys brilharem.

— Acredita nisso? — atreveu-se a questionar o pai.

— Acha que nosso povo surgiu magicamente? Os élficos. Isso ainda intriga a muitos, porque a maioria desconhece nossa cultura, nossos mitos, nossos dragões. Não somos apenas uma civilização que surgiu em uma conquista por um pedaço de terra e peregrinos que acharam a alvorada milagrosa — Caspian balançou a cabeça, respirando fundo, recordando-se de quando conquistou as Terras junto de seu próprio pai. — É uma terra prometida, guardada para os bem aventurados com sangue dos seres que uma vez foram expulsos pelos Primeiros Homens.

Maegor admirou os olhos brilhantes de seu pai, a paixão que transbordava ao mencionar o local.

— Sente falta de casa? — perguntou o mais novo, causando um riso suave à esvair dos lábios do mais velho, a nostalgia o arrebatou, por vezes, mas, mal poderia ter tempo de pensar em tais devaneios.

— Terei muito tempo como rei até enjoar de meu reino, não se preocupe com isso — Príncipe Caspian riu, bem humorado ao passar a mão por cima dos cabelos escuros do filho. — Por hora, vamos aproveitar os nossos privilégios aqui, construindo boas relações com as grandes casas de Westeros.

Embora tenha recebido uma espécie de justificativa unida à segurança de seu pai, o homem não deixou de notar que Maegor continuava com os olhos vidrados na capa da obra que escrevia — quem sabe estivesse tentando desvendar — e, foi ali que Caspian pensou bem.

INDOMÁVEL ✧ HOUSE OF THE DRAGON ³Where stories live. Discover now