capítulo 1

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" dia 20 de abril, 1951

querido chittaphon,

faz duas semanas desde que você se foi, se mudou repentinamente e deixou-me com um buraco no peito. eu te amo tanto, queria entender o motivo pelo qual você não conversou comigo sobre sua mudança, me deixou sem rumo.
mas o motivo dessa carta não é te pressionar, quero notícias suas, então se puder me enviar uma carta, ficarei agradecido.

comprei recentemente uma coleção do seu autor favorito, antonny harlie, um box de colecionador, queria te presentear com isso, por isso estarei enviando junto com essa carta, este presente.

chittaphon, essas últimas duas semanas foram o próprio inferno para mim, tudo me faz lembrar você e acaba me entristecendo por não ter sua presença ao meu lado, queria poder estar me declarando olhando em suas orbes negras enquanto deliciamos um bela torta que você mesmo produzia.

rosas, rosas vermelhas são suas favoritas, colhi algumas no jardim hoje e deixei em um vaso no meu escritório, quero vê-las a todo momento, é como um pedacinho de você, entende?

apenas falei de mim e meus sentimentos, estou virando egoísta, desculpa. mas do fundo do meu coração, espero que você esteja bem, fiquei preocupado com meu lee, se cuida direitinho, já que não estou contigo para fazer isso.

eu te amo infinitamente, nunca se esqueça disso.

você é o grande amor da minha vida.

com amor, Johnny Suh."











deixou escapar um suspiro baixo, o estadunidense alto e esguio arrumou a própria postura enquanto fechava a carta cuidadosamente, ouviu batidas na porta de seu escritório e apenas murmurou desanimado: - pode entrar.

já sabia de quem se tratava antes mesmo de entrar ou falar, assim que a porta de madeira abriu, revelou o rosto animado de sua atual namorada, isabelle wilde, a filha do prefeito, ela entrou no escritório com uma caixa em mãos.

- querido, meu pai mandou isso para você.
a jovem pôs a caixa rosada na mesa onde o rapaz estava, logo, o moreno aproximou a caixa de si lendo a etiqueta que vinha junto a ela, "une tarte au chocolat pour le meilleur gendre du monde", deu uma sincera risada e olhou de volta para a galega que o olhava atentamente.

- diga ao senhor wilde que fiquei bastante grato pelo presente repentino. - a voz do homem ecoou gentilmente enquanto sorria para a garota que parecia estar bem interessada no que ele embrulhava antes.

- o que o escritor J. Suh estava escrevendo? - a pergunta da moça surpreendeu o suh que torcia para que ela não notasse a carta.
- essa carta... essa carta é para quem? - ela continuou, perguntando agora fixando seus lindos olhos azulados em johnny, seu namorado, por incrível que pareça ela sempre desconfiou que o amado tivesse uma amante.

- oh, querida, essa carta aqui é para o senhor lee, ele se mudou e gostaria de falar sobre sua nova editora.
johnny levantou-se de sua confortável cadeira, aproximando agora o seu corpo ao dela, segurou o rosto alheio que se tornava pequeno em seu par de mãos e deixou um rápido selar na testa da mesma.

- eu quero expandir meus livros para a ásia também, por isso estou escrevendo para ele.
o norteamericano continuou sua fala. ele mentia, mentia como nunca mentiu, o seu relacionamento com a namorada era a mais pura mentira até seu pai sabia disso, mas namorar ela era melhor do que um casamento arranjado com a mesma, era uma jovem agradável as vezes e parecia não se importar se ele não dava atenção a ela, estando ao lado do garanhão da cidade era o que importava para a loira.









depois de muita insistência de isabelle, johnny deixou seus livros de lado e foi dar um passeio pela pequena cidade com a parceira; tomaram sorvete, passearam pela praça, foram na casa da família Wilde e por fim, voltou sozinho para sua casa que era afastada de todas, um grande casarão no meio das florestas, sua família era dona de grandes riquezas e possuía a mais bela casa da cidade, eram uma família importante na política e economia do município.

chegando em casa, o suh cumprimentou todos, era um homem simpático e sempre com sorriso no rosto, totalmente o contrário de seus livros que eram sombrios e melancólicos, subiu a grande escadaria e chegou ao seu quarto, um grande e espaçoso quarto.
tomou banho e trocou a roupa que tinha o cheiro do perfume da namorada impregnado, fez um careta, odiava aquele perfume, já havia pegado enjôo dele, então decidido foi em seu escritório pegou o caixote onde tinha a coleção de livros e embrulhou com a carta dentro, colocou o novo endereço do rapaz e saiu de casa indo ao correio da cidade, como era uma entrega para outro país, resolveu ir ele mesmo e não um empregado da casa.









letters to an ex-lover - johntenDonde viven las historias. Descúbrelo ahora