Gabriel: compra poxa

Rainha: tá bom, gabriel!

Rainha: só me manda mensagem se for urgente

Gabriel: isso é urgente

Rainha: é sério, garoto, vou entrar no cemitério

Gabriel:

- Whatsapp Off -

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- Whatsapp Off -

- Ma - tirei os olhos do celular ao ouvir a voz baixinha da Lara, ela olhava o quarto de forma confusa e assim que me olhou ficou com as bochechas avermelhadas

- Oi, bailarina - sorri fechando o notebook e abaixei as pernas, deixei o notebook na mesinha de apoio e logo me levantei - Tá sentindo alguma coisa? - perguntei e segurei a mão dela, ela apertou e eu sorri

- Ma - repetiu baixinho

- A sua mãe? - perguntei e ela apertou novamente - O Davi decidiu que hoje é um belo dia pra ser mimado e quis o seu pai e a sua mãe só pra ele - dei uma pausa - E eu pedi pra ficar aqui com você, gosto de ficar com você e sei que você gosta de ficar comigo - segurei a risada quando a vi bem vermelha e no mesmo minuto
desviou o olhar - Não precisa ficar com vergonha, sei que você ainda está meio confusa e não lembra bem o que eu sou na sua vida - falei e ela voltou a me olhar - Mas te garanto que nos dávamos muito bem, mesmo você sempre roubando a minha sobremesa, porra nós somos muito diferentes mas mesmo assim dá certo e funcionamos bem - terminei de falar e ela tombou um pouco a cabeça me analisando - E aí, quer cantar um pouco? - questionei e senti dois apertos - Ok, então eu vou sentar e deixar você quietinha - quando ia soltar a mão dela a mesma segurou forte - Quer que eu fique aqui? - perguntei e ela apertou mais uma vez a minha mão - Então é aqui que eu irei ficar - sorri e acariciei a mão dela com o indicador, ela me olhou por um tempo mas logo acabou pegando no sono

A Lara dormiu por cerca de meia hora e nesse tempo aproveitei para jogar, e tentar distrair a mente. Pouco depois que ela acordou a Elisa e a Letícia chegaram e aparentemente a Lara se lembrava delas, em questão de poucos minutos elas começaram a contar fofocas da vida de todo mundo para a Lara.

- Agora estou firme na terapia - Elisa contou - Mesmo tendo vontade de esganar a psicóloga toda vez estou firme e forte

- Terapia é vida - Letícia falou sorrindo

- Mas você faltou sair no tapa com a sua mãe semana passada - Elisa falou confusa - Acho que a sua terapia não anda fazendo muito efeito - completou e segurei uma risada

- Ninguém mandou ela falar besteira - deu de ombros - As vezes me pergunto se o meu réu primário é algo tão importante assim - falou e finalizei a fase do jogo

- Amiga, visitaria ela na cadeia? - Elisa questionou e riu em seguida - Eu também não, Lara

- Belas amigas - Letícia ironizou - Mas se for para eu perder o réu primário com a minha mãe será com a morte dela

- Cruzes, Letícia - Elisa resmungou

- Aliás, o que é melhor? Eu mato e largo lá ou mato e sumo com o corpo? - Letícia perguntou me olhando e a Elisa revirou os olhos

- Melhor você não fazer nada - falei óbvio - Porém se você só matar, dependendo da forma que matar, pode alegar legítima defesa e assim uma pena mais baixa - expliquei - O júri não gosta muito do lance da desova e ocultação de cadáver configura outra crime, né? Ou seja, teria uma pena maior

- Entendi - falou pensativa - Sempre bom saber

- Mas o melhor mesmo é você não matar - falei e ela riu - Você sabe, né? Pessoas acusadas de matarem a mãe são condenadas pela população e não consegue ter 1% de chance com o júri

- Ela é vaca até nisso - Letícia revirou os olhos o que fez a Elisa rir e a Lara sorrir

- 2 meses depois -

O ano virou e na medida do possível a Lara está bem melhor, ela consegue se comunicar um pouco melhor e quem convive consegue entender bem tudo que ela quer falar e infelizmente não consegue expressar. As sessões de fisioterapia, fono e neuroterapia vem aos poucos se mostrando eficiente, e como o médico dela já deixou "precisa paciência pra recuperação dela, ela não vai melhorar do dia pra noite." é o que nos resta, paciência e confiança no processo. Saí mais cedo do escritório, passei em casa para tomar banho e fui pro hospital, ao entrar no quarto sorri quando vi a Lara se alimentando com o auxílio da minha sogra, finalmente ela retirou a sonda e está conseguindo deglutir.

- Com licença - falei e elas me olharam

- Oi, querido - minha sogra falou sorrindo e limpou a boca da Lara com um guardanapo de pano - Frutas no lanche da tarde

- Aposto que ela gostaria de um pouco de nutella por cima - brinquei e me sentei no sofá ao lado da cama

- Com certeza - riu

- Oi, Lara - sorri olhando pra ela e ela levantou a mão na minha direção

- Olá - falou baixinho e eu apertei a mão dela de leve o que a fez sorrir envergonhada

- Não - Lara virou o rosto quando a minha sogra levou a colher na direção da boca dela

- Aprendeu o significado de não e nunca mais parou de falar - minha sogra suspirou - Só mais um pouco, princesa

- Não - repetiu e me olhou sem graça

- Ah, você tá com vergonha dele? - minha sogra olhou pra mim e depois pra ela - Ele sabe que você precisa de ajuda, meu amor

- Quem dera se a minha mãe desse comida na minha boca - brinquei

- Ele não deixará de ser seu namorado por isso, ok? O coitado não saiu correndo nem quando te viu chorar igual doida - minha sogra se levantou rindo e a Lara olhou pra ela confusa

- Rado - tentou falar e a minha sogra confirmou com a cabeça

- Sabe o que é? - perguntou olhando pra ela

- Não - falou confusa e me olhou

- São duas pessoas que se gostam mais do que amor de amigos, namorados trocam beijos e carinhos, além de planejarem uma vida inteira juntos - explicou e ela ficou vermelha, os olhos se arregalaram pela supresa e era engraçado até

- O médico já liberou contar as coisas? - perguntei e a minha sogra assentiu

- Aos poucos - deixou as coisas na bandeja - E coisas leves

- Entendi - falei e a Lara me analisou inteiro, de cima a baixo

- O gato é meu rado? - Lara perguntou com bastante dificuldade e eu acabei rindo

- Gato? - perguntei rindo

- Letícia e Elisa - minha sogra abanou com a mão

- Eu sou seu namorado - confirmei e ela arregalou os olhos

- Tem tan? - questionou curiosa

- Lara - minha sogra repreendeu mas acabou rindo

- O que foi? - perguntei confuso

- Tanquinho - minha sogra explicou - Sempre que elas visitam ensinam muitas coisas úteis

- Entendi - ri - Você elogia o meu tanquinho - contei e ela sorriu mas ficou vermelha

- M-meu gato - falou firme e apontou pra mim

- Sim, bailarina! Sou seu - confirmei sorrindo e ouvi a risada da minha sogra

- Deixa o seu pai ouvir - minha sogra falou rindo

- Não precisa - falei rápido e ela riu mais ainda

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