6 - I M P E R T U R B A B I L I D A D E -

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[Serena ela caminhava por entre os corredores, atrás de almas que a quisessem ali

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[Serena ela caminhava por entre os corredores, atrás de almas que a quisessem ali...]

Aqueles dias neutros após uma morte, onde o luto percorre os corações; fazendo a mente vagar entre lembranças e dores, o coração palpitante durante a noite nos minutos intermináveis antes do sono tomar conta do corpo, os sonhos... Claire achava que cairia em um precipício ao longo desses dias, mas estava errada, aos tropeços os dias se erguiam, enquanto a mansão permanecia ali, totalmente a disposição.

A estufa acabara por se tornar um refúgio, um cheio de plantas prontas para serem tocadas e cuidadas, e Claire estava ali, as mãos imersas na terra, as raízes entre os dedos com toda aquela vida fluindo, o silencio havia se tornado um bom amigo, e ela o abraçava de bom grado é claro, mas as vezes com um sorriso canhestro vinha Cassian trazendo toda a sua beleza e os biscoitos de Eleanor, em conjunto com o seu chá de gosto duvidoso, além disso ele trazia leveza a dor dela, quase fazendo com que fosse menos pesada, as histórias que ele podia lhe contar sobre a mansão a tocavam de uma forma que sentia como se voltasse a ser a pequena e curiosa Claire, que sempre enchia o pai de perguntas aos fins de noite em frente a lareira, poucas repostas ela teve nesses momentos, mas não com Cassian, é claro, algo diferente vinha das palavras dele, entusiasmo e até mesmo amor, ele contava como se a mansão fosse um mundo a ser explorado ainda, com seu passado e seu futuro pronto para correr por ai.

Mas algo especial fluía entre o tempo quando Jonah estava lá, escorado em alguma das várias mesas apreciando cada folha, cada florescer, ele trazia uma paz a ela que fazia com que o luto se calasse, ele nunca falou sobre perda, não tocava em sua dor, e ela adorava isso, as vezes ele somente ficava ali, quieto como parte da estufa.

— Pretende abri-la algum dia? — Jonah era sempre sereno em suas palavras, retirava ela de seu transe com calma, o olhar dele estava preso no papel esquecido em meio aos vasos a mais dias do que devia, a caligrafia era inclinada e o nome dela brilhava vez ou outra ali, Claire evitou seguir os olhos do rapaz, pois sempre que lembrava da carta que seu pai havia deixado a ela, somente para ela, podia sentir um nó cortante se formar na garganta.

— Não estou preparada... — Ela bateu as mãos no avental e partiu seu olhar da rosa de pétalas brancas direto para o mar azul dos olhos dele.

— E jamais estará, Claire... — Ele se aproximou, as mãos no bolso do paletó, os olhos continham uma doçura que fazia com que ela se sentisse em casa. — Mas ele escreveu uma ultima vez, e fez isso para você, tome as palavras dele para si, precisa abrir sua ferida só mais uma vez.

— Faremos assim, eu a abro, mas preciso que leia para mim. — Jonah não se negou, sabia do medo que a consumia, algo como se as palavras pudessem queimar seus olhos, ela as temia como uma criança temia o escuro e seus segredos.

E assim ela fez, com suas mãos agora mais limpas ela pegou o papel, um pouco tremula destacou o adesivo que unia uma ponta a outra e abriu como quem tira um curativo, seus olhos se fecharam e ela deixou a carta ali em cima pronta para os olhos dele, que não demoraram a recair sobre as palavras, e com um suspiro, Jonah iniciou...

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⏰ Last updated: Mar 01, 2023 ⏰

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