Hector e Lucas (Romance Gay)

Capitulo 15 - Contrato

Como ainda era cedo Hector quis se exercitar, foi até a academia do prédio e correu quase 10km. Sentido o cansaço de ficar muito tempo sem se movimentar viu que precisava voltar as práticas de antes então subiu ao seu apartamento e tomou apenas um suco detox de café da manhã. Nunca foi muito preocupado em corpo malhado, mas queria ter uma vida saudável. Depois de malhar viu que dava tempo de ir até a casa de Pedro busca-lo para a entrevista, e foi o que fez. Deu um susto no rapaz que já estava no ponto de ônibus quando ele parou o carro.

- Bom dia menino lindo, quer carona?

- Hector, o que você está fazendo aqui?

- Vim te buscar.

- Você não é meu motorista. – Entrou no carro falando.

- Lucas, bom dia e eu vim porque quis.

Deram um beijo e foram em direção ao Medan e por estar de carro Lucas chegou quase 30 minutos antes da hora marcada, mas pelo visto já haviam se preparado para tal situação, pois o garoto logo entrou. Hector deixou o namorado e foi dar uma volta nas redondezas, voltou quando o rapaz telefonou.

"Amor, estou liberado. Preciso da sua ajuda."

Estava a menos de 5 minutos do lugar, pegou o carro e parou na frente do hotel e viu Lucas o aguardando. Entrando no carro o garoto esboçava uma face de felicidade e preocupação.

- Vou te levar no trabalho.

- Eu tirei dois dias de folga de uns feriados que trabalhei.

- Quer ir lá pra casa?

- Preciso.

Em silencio eles foram no caminho, parecia que algo tinha afetado o menino na entrevista, mas Hector respeitou o momento de reflexão do rapaz. Depois de tomar um copo de suco que o pequeno falou.

- Hector, preciso da sua ajuda.

- Diga meu bem. – O empresário sentou na poltrona ao lado de Lucas.

- A entrevista foi muito boa, ela disse que eu preencheria a vaga de Analista de Eventos, mas que minha falta de idiomas não me ajudavam muito, porém a empresa me queria muito. Nesse instante ela ofereceu um salário abaixo do que pagariam, todavia um custeio de cursos de idiomas para eu não depender de tradutor.

- E qual é sua dúvida?

- Eu não sei o que um analista de eventos faz. E por que eu ganharia um salário quase 3 vezes maior do que meu atual.

- Analista e você organizar e agendar eventos, captar alguns clientes, olhar buffets, ornamentação...essas coisas.

- Então espera, vou organizar as festas do hotel?

- Não sei, mas provavelmente não todas.

- Pelo que eu entendi eu quando tiver um inglês avançado eles vão me pagar mais, mas só esse salário já é alto.

- Mas qual é a sua dúvida real, meu bem?

- Não sei se assino o contrato.

- É uma decisão sua, eu acho que você vai trabalhar menos, pelo que sei pode ser home office, vai ter mais tempo para você.

Hector já tinha uma resposta, mas deixou o namorado pensando nas possibilidades. O serviço era perfeito para o garoto, tendo em vista sua educação e organização. Enquanto pensava Lucas foi ver filme junto com Hector no quarto. Deitado apoiado no ombro do empresário era possível ouvir a calma respiração dele. Depois de assistirem quase 2 horas de filme o pequeno se sentou e olhou para o namorado.

- Acho que vou assinar esse contrato, é um baita serviço e eles querem investir em mim.

- Eu acredito que será ótimo para você um novo rumo na sua carreira.

- É isso que vou fazer.

- Mas não é melhor ligar para a moça do RH avisando que aceitou?

- Bem pensado.

Lucas se levantou e foi ligar, enquanto Hector continuava deitado em sua cama. O rapaz ficou cerca de 10 minutos conversando ao telefone e voltou para o quarto com uma cara mais alegre, como se acabasse de ganhar um doce.

- Eles acabaram de avisar que minha carga horaria obrigatória presencialmente será diminuída de 20 para 8 horas, e que o piso salarial aumentou, ou seja, vou ganhar mais do que já ganharia.

- Nossa, quero um emprego desse também.

- Para de graça Hector, mas queria te pedir um favor.

- Pode falar amor.

- Me leva lá no shopping?

- Já está pronto? – Disse levantando e colocando uma blusa.

Foram então ao shopping onde o rapaz trabalhava, Lucas com uma cara de felicidade, porem quando percebeu que precisava pedir demissão seu rosto entristeceu. Após ser encorajado a ir conversar com sua antiga chefe pelo namorado ele saiu do carro e foi. Hector por sua vez se manteve dentro do veículo aguardando. Depois de mais de uma hora o rapaz volta com o rosto em feição de choro, mas seu corpo apresentava leveza ao andar.

- Quer conversar?

- Foi doloroso, mas será melhor para todos. Ela já tinha chamado uma nova atendente.

- Quer sair para comemorar? – Disse o empresário partindo com o carro.

- Podemos ir buscar minha mãe e minha avó?

- Precisa nem perguntar.

Quando a noite chegou o casal se arrumou e foi buscar as senhoras. O caminho foi calmo, apesar de Lucas perguntar incessantemente onde iriam comemorar e o namorado manter em segredo. O empresário pegou as mulheres e foi em direção ao local escolhido, quando chegaram ouve uma certa resistência de Lucas.

- Hector, não estou bem vestido para entra no La Bateau Ivre.

- Você acha que precisa estar de terno e gravata para entrar?

Mesmo contradito eles entraram enquanto sua sogra e avó mantinham uma forma educada de silencio, depois de se sentarem eles resolveram falar.

- Eu acho que aqui deve ser muito caro. – Claudia disse olhando cada detalhe sem nem tocar o cardápio

- Claudia e Maria, vou falar a mesma coisa que digo a Lucas, dinheiro por enquanto está tranquilo. Comam a vontade que o chefe daqui é meu amigo, se ficar muito caro eu pago depois. – Todos riram da forma do homem falar, mas de fato o cozinheiro era amigo de longa data e Hector um cliente antigo que não precisava fazer reservas.

A noite percorreu tranquila, brindaram ao novo contrato de Lucas e festejaram a vitória, enquanto Hector pulava de alegria internamente pela conquista de mais tempo com o rapaz e ele não precisaria pensar mais em dinheiro e como ajudaria a família.

Depois de levar suas sogras em casa Lucas pediu para voltar ao apartamento de Hector e o mesmo respondeu dando-lhe uma cópia das chaves e avisando que naquele momento ele também era morador daquele local. O namorado quase chorou de felicidade e emoção. A volta para casa foi gostosa, mas o momento estava tão bom que o empresário dirigia com calma pois não queria que aquilo acabasse rápido.

- Amor, eu estava pensando aqui, vou ficar uns dias em casa, você poderia me levar na rodoviária?

- Você quer ir aonde?

- Minha avó paterna e meu pai moram em Caxias do Sul, poderia ir vê-la.

- Quer voltar na sua casa para fazer suas malas? Se quiser eu posso te levar lá, não tenho planos para os próximos dias, logico se você sentir confortável de eu ir com você.

- Será ótimo, vou mandar mensagem para o pessoal avisando, podemos ir amanhã de manhã. – Hector fez o retorno mais próximo e foi até a antiga casa do namorado.

Enquanto Lucas arrumava as malas Hector pedia a um dos seus funcionários para mandar um carro para que ele pudesse viajar com conforto. Depois de agendar tudo para estar pronto antes que saíssem o namorado apareceu na sala, onde o homem esperava escrevendo no telefone.

- Vamos? Minha prima já respondeu que podemos ir amanhã e ela espera a gente no centro.

E assim foram para o apartamento terminar ospreparos para o dia seguinte e dormiram ansiosos.