Em silêncio, os dois jovens observaram Mildran e Annecy trancar a sala da diretora e se afastar até desaparecerem pelo corredor. Darah franziu a testa pensando sobre o que acabara de ouvir, tentando fazer uma ligação sobre Connor e sua equipe terem se sentido vigiados com o fato de Gaia querer investigar os alunos.

— Você acha que a Sra. Berty suspeita que algum dos alunos estava na floresta observando os guardiões?

— Era um grupo de guardiões. Eu não acho que qualquer aluno daqui conseguiria fazer isso, com exceção de dois — respondeu Darlan voltando sua atenção para a garota, soltando devagar o pulso dela. — Você eu já sei que não foi, já Edgar... não duvido que ele conseguiria.

Ela piscou desviando o olhar para nenhum ponto específico, se dando conta que a acusação de Darlan poderia fazer sentido. Se a magia dela tinha conseguido escondê-los dos professores segundos atrás, Edgar era totalmente capaz de se esconder de um grupo de guardiões.

— Vai ficar aí?

Darah ergueu o olhar. Darlan já estava a vários passos de distância e olhava para ela com uma sobrancelha arqueada. Ela piscou novamente, com força, estremecendo com o frio, e balançou a cabeça para afastar o pensamento. Também tinha a possibilidade de ser um guardião atuante ou mesmo algum ser da floresta.

— Se realmente tinha alguém observando os guardiões e se realmente for alguma fada, então talvez devamos palpitar que era ou uma fada do ar, ou uma fada da terra, já que ambas teriam mais vantagens para se ocultar na floresta — sugeriu o garoto assim que ela se aproximou e começou a andar ao seu lado em direção às escadas. — A não ser que tivesse um lago próximo a eles para aumentar as chances de ser uma fada da água. Mas se tiver sido algum ser da floresta...

— Aí fica difícil tentar palpitar — disse Darah e estremeceu novamente. Por que havia saído do quarto em plena noite de inverno apenas com o vestido da farda que ia até a metade da coxa e deixava seu pescoço e braços expostos?

— Uhrum — murmurou Darlan, que em seguida bocejou subindo os degraus. — Faltam quarenta minutos para o meu turno — comentou se aproximando do segundo andar. —, acho que ainda dá tempo de tirar uma soneca antes da vigia... — O garoto interrompeu a frase ao ouvir a mesma voz grave que ouviram quatro minutos atrás na sala da diretora.

— Eles também não estão no terceiro andar. — A voz de Mildran vinha do topo da escada.

Darah e Darlan pararam no último degrau do segundo andar e se entreolharam alarmados.

— Estão nos procurando? — perguntou a garota com os olhos arregalados, no mesmo instante Mildran e Annecy apareceram acima deles, descendo as escadas do terceiro andar.

— Quantos alunos faltam? — questionou a professora de Pirocinese.

— Tirando os trinta e quatro que devem estar em seus turnos de vigia, dois — respondeu Mildran.

— Parece que sim — disse Darlan respondendo à pergunta que a princesa tinha feito. Com os professores a apenas alguns degraus acima deles, o garoto não tardou em pegar na mão de Darah e puxá-la para dentro da primeira sala que estivesse com a porta aberta. Sem se preocupar em examinar a sala ou mesmo em fechar a porta, ele a puxou por entre as cadeiras até parar na frente de uma mesa. — Tire as técnicas de ocultação.

— Como? — Darah franziu a testa com incompreensão. Sua respiração estava ofegante e por algum motivo seu coração estava mais acelerado.

— Tire logo as técnicas e coloque as mãos no meu pescoço — ordenou com urgência, se virando para ela.

Darah franziu ainda mais a testa sem entender qual era o plano dele, mas percebendo que a respiração do garoto estava tão ofegante quanto a dela e com a pressa que a situação exigia, ela obedeceu. Ela retirou as técnicas que ocultavam seus corpos, sons e cheiros e passou os braços em volta do pescoço de Darlan.

FEENTINAWhere stories live. Discover now