PROLOGUE

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| A/A, Esse capítulo fala levemente sobre guerras e corpos, leia com responsabilidade! |
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ANTES DA TEMPESTADE
Chapter 0

Como todas as coisas ruins que já aconteceram, foi repentino.

Talvez, tenha começado na última década, ou, a anterior a essa. Armando não se lembraria. Não conseguia achar em suas memórias a resposta para o tempo que passou e deixou feridas abertas a todos os envolvidos.

Era uma possibilidade que o mesmo tivesse alterado suas memórias apenas para não viver novamente as cenas devastadoras que invadiam sua mente a cada noite que passava. Porém, sua curiosidade o trazia novamente para sua penseira após meses de dúvida. Foi um Tolo. Conseguia admitir. Achava que a guerra construída pelos trouxas não os afetaria. Pelo menos, não com as barreiras que cercavam seus lares e protegiam suas famílias.

Quão ingênuo Armando Dippet foi.

Bombas. Eram o que chamavam aquelas monstruosidades. Caos feito de radiação, com um poder de destruição inimaginável. Inimaginável é claro, apenas para aqueles que não presenciaram o rastro de destruição que a criação do homem deixava pela terra. Crateras acima de crateras, corpos acima de corpos... Não importando se fossem de pessoas inocentes.

'A Grande Guerra' era como chamavam aquele extermínio de povos. 'O Grande Massacre' teria sido um título mais adequado. Armando pensou amargamente.

Sua postura curvada apoiada em sua mesa fazia com que seus cabelos grisalhos fossem utilizados como cortinas para o mundo fora de seus pensamentos. Seus olhos azuis encaravam páginas amareladas de um livro antigo, escritas em uma linguagem quase perdida no tempo. Um suspiro acompanhou o seu fechar de olhos após a luz de um trovão ter acertado perto da janela da torre.

A tempestade não cessaria. Sabiam disso após tentarem afastar as nuvens acinzentadas com feitiços. Apenas para que os feitiços fossem absorvidos e que novas chuvas raivosas caíssem ao chão. Trovoadas eram acompanhadas de sons avassaladores, tais como os de uma besta enjaulada. As queimadas que o fogo trazia chegavam até às barreiras que cercavam a floresta proibida. E o frio que as acompanhava após a tormenta congelava toda a superfície visível do lago negro.

Armando iria saber o que estava acontecendo. Ele deve saber o que está acontecendo. Essa é sua responsabilidade como diretor da Prestigiosa Escola de Magia e Bruxaria, Hogwarts. Faria seu papel como tal.

Seu olhar foi de encontro a um pequeno pedestal feito de metal à sua direita, onde um pequeno cristal descansava acima como se fosse uma jóia preciosa. Seus olhos se estreitaram perigosamente ao ver o pequeno brilho que ainda restava de dentro da pedra, apenas para que seu olhar voltasse para as páginas.

Ele iria conseguir lidar com essa nova tormenta. Não importa quantas tentativas falhas aconteçam, ou o que ele deveria fazer para alcançar esse conhecimento.

Custe o que custar.

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