Capítulo 7 - Só quero que confie em mim

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  A visão diante dele era deveras adorável.

  Xiao estava parcialmente escondido sob o edredom, agarrado firmemente ao travesseiro que Yibo usava minutos antes, ainda dormindo tão calmamente como estava quando ele havia saído da cama para fazer sua higiene matinal.

  O homem parecia tão macio assim, mergulhado em seu sono, cabelos bagunçados, lábios ligeiramente entreabertos mostrando as pontinhas daqueles dentes fofos de coelho. Não parecia nada com o Xiao Zhan advogado e poderoso CEO do Escritório Xiao de Advocacia.

  Yibo estava de pé recostado ao batente da porta do banheiro, vestido unicamente em uma calça moletom e enxugando os cabelos molhados com uma toalha. Ele secou-se tanto quanto pôde antes de se decidir por acordar o homem sonolento em sua cama, já eram 10:00 horas, Xiao precisava comer alguma coisa.

  Deslizando suavemente pelo quarto ele voltou a sua posição original na cama, desta vez usando a cabeceira como apoio para manter-se ligeiramente sentado. Suavemente, seus dedos foram brincar com a franja que cobria a testa alheia, puxando-a de sobre seus olhos.

  Xiao nem sequer se moveu com o toque, Yibo não conseguiu segurar o sorriso. Ele deveria sentir-se seguro, o bastante para não se assustar ao ser tocado.

  Seus dedos descerem pelo nariz de Xiao, tão suaves como seu toque anterior, mas dessa vez ele o sentiu contrair sob seu dedo. Continuando suas ministrações meticulosas, seus dedos percorreram a bochecha alheia, seu pescoço, e foi isso que o fez realmente se mexer.

  Ele resmungou um pouco quando tentou se livrar dos dedos que o incomodavam, mas sem sucesso. Yibo não conseguia parar o formigamento que surgiu em seu coração com aquilo.

  Quando finalmente viu olhos semicerrados olhando em sua direção, ele não conseguiu evitar se inclinar para um selar suave de seus lábios.

  — Bom dia, Zhan-er.

  — Mmmnn.

  Foi toda a resposta que recebeu antes que Xiao puxasse o edredom sobre a própria cabeça, escondendo-se. Yibo não pôde evitar rir. Aquele homem intimidante na verdade comportava-se como uma criança quando não tinha tantos olhos curiosos sobre si.

  O fato de que isso agora era algo que apenas ele poderia ter o agradou mais do que ele gostaria de admitir.

  Puxando o edredom pra baixo, ainda rindo, persuadiu.

  — Vamos, Zhan-er. Você precisa se alimentar.

  — Não estou com fome. — Ele disse em um resmungo.

  Como se para contrariá-lo completamente, seu estômago roncou. Yibo segurou uma risada quando um bico emburrado formou-se nos lábios de Xiao.

  — Não? — Perguntou, sarcasticamente.

  Xiao colocou o braço sobre os olhos para evitar olhar para Yibo. No entanto, ele não estava disposto a deixar isso acontecer, então o tirou.

  — Vamos. Banho e depois café, sim?

  — Não quero.

  Yibo podia dizer que Xiao estava sendo petulante para esconder a vergonha que estava sentindo, como havia sido na cena anterior onde optou pelo silêncio. Ele não perdeu as bochechas coradas e o fato de que o outro evitava a qualquer custo olhá-lo nos olhos.

   Resignado, ele puxou Xiao pelos braços para fazê-lo sentar-se na cama, arrancando o edredom de sobre seu corpo, o pegou pela cintura e o jogou sobre seu ombro como um saco de batatas, recebendo um grito indignado.

50 Tons de YiZhanOnde as histórias ganham vida. Descobre agora