Capítulo III

322 26 0
                                    

Eram duas da manhã, Emma não conseguia pregar os olhos por pensar em Harry. Harry, Harry, Harry. Era apenas isso que tinha em mente. Não conseguia parar de pensar nele desde a hora que eles foram dormir, E faziam apenas algumas horas que ela havia o reencontrado. E bem, ali estava. Ao mesmo tempo em que se sentia uma adolescente novamente, ela sentia como se tivesse levado tapas diversas vezes. Como poderia se sentir tão confusa? Ele foi só uma paixonite de adolescente.

Ainda embriagada de sentimentos, a garota decidiu fazer o que sempre fazia quando não conseguia dormir e estava cheia de sentimentos. Levantou de sua cama e foi direto ao final do corredor, entrando na sua sala favorita. Sentou em frente ao seu piano e, após respirar fundo, começou a escrever. Minutos se passaram. Estava pronta. Emma então começou a tocar as recém criadas notas. Ela fechou os olhos e continuou a cantar, já tinha aprendido a música. O ritmo já fora gravado e agora saia por sua boca normalmente, como se estivesse em uma conversa cotidiana com alguém.

- Bonita música. - Emma ouviu uma voz falar. Olhou assustada e viu Harry parado na porta vestido com moletom e uma caneca na mão. Desde quando ele estava ali?

- Desde quando está ai? - ela perguntou.

- O suficiente para querer saber quem que te inspirou a escrever a música. - ele disse caminhando em sua direção e sentando ao lado dela no banco, colocando a caneca em cima do piano.

-Ninguém, ué. Você me conhece, sabe como eu gosto de escrever e tocar sem compromisso. - disse a primeira coisa que veio a sua cabeça.

-Errado.

-Errado?

- Sim, errado. Não a parte que eu a conheço, o que obviamente eu o faço, mas a que você toca e escreve sem compromisso. Nós dois sabemos melhor do que ninguém que isso não é verdade, e para uma música dessas, ele realmente te machucou, Emma. - Ele disse e então começou a tocar. Emma não conseguia lembrar-se da música, mas de algum lugar aquilo foi familiar. Ela conhecia.


Flashback

Harry tinha acabado de sair da escola, em menos de cinco minutos já estava na rua da casa de sua melhor amiga, que era um quarteirão da sua. Estava ansioso para lhe mostrar a nova musica que havia escrito. Passara horas da madrugada lendo, escrevendo, relendo e reescrevendo cada linha daquela musica apenas para mostrar a Emma. Ele não sabia o porquê, mas cada linha daquela musica o lembrava dela. Era tudo sobre ela.

Chegou na frente da casa de Emma e tocou a campanhia. Sabia que só Emma e a empregada da família estavam em casa pois semana retrasada ouvira uma conversa dos pais dela dizendo que essa semana iriam em uma viagem de negócios em Nova York. Ouviu o barulho das chaves e voltou a encarar a porta, dando de cara com Teresa, a "babá" de Emma.

- Oi Harry, pode entrar. Emma está lá em cima.

- Oi tia, valeu. - dito isso subiu as pressas até o quarto da garota. Chegando em frente ao quarto da mesma, bateu na porta e entrou. Olhou em volta e assim que pousou os olhos sobre a cama, vi a menina dormindo com pilhas de livros em volta. Ela parecia um anjo para Harry. Como alguém tão normal poderia ser tão maravilhosamente linda assim? Os cabelos perfeitamente brilhosos, uma raiz mais escura do que o resto do cabelo, mas que combinava perfeitamente com a pele clara e típica dos britânicos. Ela dormia graciosamente sobre os lados, e se fosse por uma causa menos importante, Harry nunca seria capaz de acordá-la ou de deixar alguém faze-lô. Silenciosamente chegou perto de Emma e passou a ponta do polegar por sua bochecha. Tão macia, pensou ele. Continuou a percorrer o caminho com o dedo por todo o rosto da menina: os olhos, a testa, o nariz, até chegar na parte que tanto ansiava. Os lábios. Harry passou os dedos delicadamente pelos lábios da garota, e sentiu tamanha maciez que o deu mais vontade ainda de provar. Qual sabor deveria ter os lábios de Emma? Seriam doce como morango? Ou amargamente gostosos como mel? Ele tinha que saber.

180 dias de InvernoWhere stories live. Discover now