「 02. raiva 」

1.8K 164 78
                                    

Vince fechou a porta da cabine com os dedos trêmulos, se aquele tipo de fechadura era horrível e quando você tá tremendo na base tudo piora.

Ele não estava conseguindo fechar e com um misto de emoções, acabou chutando a porta para descontar a sua frustração mas mesmo assim tentou fechar novamente e a fechadura deslizou perfeitamente e ele xingou o objeto de todos os palavrões que lhe veio na mente.

Tirou o celular do bolso e foi até a parte de contatos favoritos e iniciou uma chamada de voz com Andy.

Nenhum banheiro é cem por cento limpo, ainda mais aqueles que é de uso público mas Vince tava pouco se fodendo para muitas coisas naquele momento, apenas encostou na parede e ouviu o típico som de espera até a ligação ser aceita.

- Eu preciso da sua ajuda, puta merda, eu tô fodido. - Ele disse assim que sua melhor amiga atendeu, sua voz soava ofegante.

- Ei, calma.

- Não dá pra me acalmar, porra, minha conta no iCloud foi hackeada, minhas informações simplesmente vazaram para alguém ou mais de um alguém.

- Merda, merda, merda, a gente vai dar um jeito nisso.

- Como? Eu não faço ideia como resolver isso, tá tudo dando errado, tô começando a acreditar em mercúrio retrógrado.

- Eu te avisei que era pra acreditar nessas coisas e você me ignorou, vou até olhar a previsão para o seu signo.

- Tudo bem mas isso não vem ao caso agora, eu vou colapsar ou coringar a qualquer momento, ou fazer os dois ao menos tempo, se vazarem tudo meu, minhas fotos, como que eu vou viver com todo mundo me julgando pelo o que eu faço? pelo meu trabalho?

- Eu já sei! porra, o Finn!

- O que tem o Finn nessa história toda?

- Você falou que ele cursa alguma coisa envolvendo computação, pede ajuda a ele pra encontrar quem hackeou e leva para a polícia.

- Certo, isso faz sentido, mas eu tenho que passar por cima do meu orgulho, talvez ele fique me zuando por isso mas é uma situação que vale a pena, logo ele esquece.

- E então? Você está esperando o que? vai falar com ele, banheiro de universidade é podre, sai daí.

- Como você sabe, sua maluca?

- Sua voz tá fazendo eco e esse é seu horário de aula, e me envia todos os arquivos comprometedores que você tiver, apaga tudo do seu celular e quando isso estiver resolvido, eu envio de volta.

- Faz sentido também, certo, te ligo depois.

Vince respirou fundo, aquilo tinha que funcionar, se não ele iria de arrasta pra cima naquele dia mesmo.

Ele mandou mensagem para Finn, mandou três, oito, doze, vinte e três e nenhuma foi respondida, ele já estava cogitando enviar ameaças ao colega de quarto mas precisa da ajuda dele, então não faria isso. Por enquanto.

Faltava 10 minutos para o almoço e se alguém perguntasse a Vince se ele imaginaria como aquele dia iria ser, ele diria que ele apenas seguiria sua rotina diária, mas as coisas começaram a dar errado quando seu despertador não tocou.

Na noite anterior, ele desmaiou de sono assim que pôs a cabeça no travesseiro, caiu em um sono pesado, tinha tirado apenas um cochilo de poucos minutos durante o dia depois de dois dias sem dormir direito.

Só seu tempo de vestir a primeira roupa que ele viu, lavar o rosto, escovar os dentes, pegar uma barrinha de proteína e pegar sua bolsa.

Chegou na sala de aula com os cabelos desgrenhados, rosto amassado de sono e roupas abarrotadas, de quebra recebeu um olhar feio da professora por causa do atraso, em consequência do conteúdo perdido, ele prestou atenção em cada mínimo detalhe da aula.

Vince | Romance gay Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu