Champagne | Larry Stylinson

5. Les Noces

No sábado, Harry e toda a família Styles perdia os cabelos com os preparativos do casamento, que seria naquela tarde. A decoração havia sido montada no dia anterior e tinha belos tons de branco, champanhe e dourado, o que dava um visual bem delicado e sofisticado. A recepção seria nos fundos do château e uma longa mesa havia sido estendida em uma das laterais, com o bolo de casamento de três andares, coberto de pasta americana e com recheio de nozes, decorado com flores comestíveis de pétalas em um tom de rosa milennial e o botão dourado. Docinhos estavam espalhados por ali e, em um canto, as lembrancinhas para os mais íntimos estavam em uma cesta de vime, um bem-casado e uma garrafinha do champanhe da vinícola para quem as recebesse.

Mesas redondas estavam espalhadas pelo lugar, todas cobertas com uma toalha branca e com um pequeno vasinho de planta com uma modesta suculenta. As mesas tinham quatro lugares cada e havia uma plaquinha com os nomes dos convidados, organizados por ordem de afinidade e compatibilidade. No meio delas, havia um quadrado, sem indicação ou algo do tipo, apenas o chão de pedra, mas era ali onde seria a pista de dança depois do jantar.

Por ser primavera, as árvores ao redor estavam floridas e coloriam a paisagem com uma adorável mescla de rosa, lilás e branco, o caminho entre elas que levava à área onde estavam postas as cadeiras e o tablado onde aconteceria a cerimônia estava repleto de pétalas claras e algumas caíam com o vento, o que seria ótimo para as fotos do casal. Felizmente o céu estava limpo e não havia previsão de chuva para aquele final de semana, o que significava que aproveitariam bastante.

A equipe já havia chegado ao château, os dois chefs de Reims estavam ali e se adiantavam em alguns pratos do jantar para que tudo estivesse quentinho na hora desejada e recém-preparado, mas certamente não conseguiriam aquilo se deixassem para mais tarde, era um grande número de pessoas. Para o coquetel, seriam servidos canapés com queijo e foie gras, croissants salgados e crepes para ser a fonte de doce. E ainda havia o crème brûlée, que fora preparado ainda nos restaurantes dos chefs para que conseguissem atender à demanda.

Para o jantar completo, com direito a entrada, prato principal e sobremesa, escolheram pratos típicos do país, dentre eles a sopa de cebola, ratatouille, coq au vin, blanquette de vieau e outras delícias da região, além de sobremesas deliciosas variando de tortas de frutas às mais elaboradas. E, claro, tudo acompanhado por bons vinhos, escolhidos a dedo por Harry, que passou horas analisando os padrões aromáticos e sabores para harmonizar com cada prato, sobremesa e momentos.

Era cerca de uma hora da tarde e Harry observava tudo do segundo andar, da sacada da sala de estar, com uma xícara de café com leite em mãos, orgulhoso por tudo ter dado certo. Depois de ter dado gritos e brigado com muitos dali porque as coisas pela manhã não estavam perfeitas, já que o confeiteiro atrasou, um tecido da decoração rasgou e uma bandeja inteira de taças se tornou estilhaços por causa da irresponsabilidade de um rapaz, finalmente tudo se ajeitou.

- Você tem uma roupa? - ouviu e deu um pulinho de susto, o que fez com que o café caísse em seus dedos e ele lambeu devagar para limpar. Virou-se e arqueou as sobrancelhas para Louis, que estava atrás dele, usando um terno azul escuro alinhado ao corpo, com uma flor branca no bolso. Seus cabelos estavam em um topete perfeito, sem um fio fora do lugar, e a barba aparada também parecia ter sido alinhada com perfeição por quem quer que fosse. Em mãos, tinha um par de óculos aviador que provavelmente colocaria mais tarde e Harry evitou arfar com a visão. Era o padrinho mais bonito e charmoso que já havia visto.

- Bon, eu non estou pelado. - deu um gole no café e riu baixinho com o olhar carrancudo que recebeu em troca. - Enton tenho roupa.

- Engraçadinho. - deu um sorriso amarelo. - Quero saber se tem uma roupa social, ou que possa usar em uma ocasião assim.