O SOM do fluxo livre da água do riacho soava pelos ouvidos das meninas, elas haviam feito um acampamento não muito longe da água, algo que facilitava a ida de Ethel em busca da bebida.
Depois de tanto tempo o corpo de Sayen parou de lutar contra os corpos estranhos que eram postos em seu sistema durante anos, deixando assim ela fraca e vulnerável, mais vulnerável do que Ethel previu.
Havia sido uma noite terrível, a febre de Sayen não queria baixar e nem mesmo todo o liquido que ela tomava lhe ajudava, Ethel até deu a opção de voltarem para o laboratório, onde ela sabia que eles podiam ajudar, mas Sayen a fez prometer nunca mais pisar naquele local terrível.
"- Você tem que prometer!" _ Sayen exclamou em seu estado febril naquela noite, os olhos raivosos e dolorosos fixos nos assustados de Ethel. "ETHEL, me prometa não voltar lá."
"- Eu prometo não voltar." _ sussurrou de forma temerosa.
"- Agora faça o juramento." _ apontou, a respiração ficando cada vez mais oscilante. "JURE!"
"- Eu juro!" _ fez um sinal perto de seu peito, agora a promessa estava ocorrendo e ela não podia mais quebrar.
Elas já estavam ali a três dias e três noites, a febre ainda mais ardente no corpo de Sayen a cada dia, era como se o sol estivesse dentro do corpo da garota e Ethel não sabia o que fazer, céus, ela nem sabia cuidar de si mesma, imagina de alguém que estava claramente morrendo.
Jake havia observado o movimento de longe, ele observou de longe como Ethel cuidava da garota, como a mesma ficava cada vez mais fraca e pálida, ele sabia o que estava acontecendo, porém ele não podia interferir, ele não queria por esse enorme fardo em seus ombros, não no seu povo, da última vez que o povo confiou nos homens do céu algo terrível aconteceu, algo que ainda os afetava, mesmo depois de tantos anos, algo que ele cometeu, um erro terrível.
Parada em frente ao riacho Ethel enxia um dos cantis de água, seus olhos distantes, enquanto ela sentia a água escorrendo por seus dedos, um suspirou tremulo saiu de seus lábios, uma careta se formou em seu rosto e ela olhou para cima tentando espantar as lágrimas que se acumulavam.
"- Isso é uma piada?" _ sussurrou pra si mesma. "Porque se for... não tem graça, sabe?" _ piscou de modo furioso. "Você me criou com um propósito. Qual propósito é esse?" _ fez um movimento negativo com a cabeça. "É algo doentio? Matar é engraçado pra você?" _ se levantou. "Porque eu não gosto! Céus... eu não gosto disso."
Ethel estava exausta, seu corpo, alma e espirito, todo o seu ser estava pedindo por socorro, sua mente lutando para se manter viva, sendo que seu coração lutava para manter Sayen viva, e ela nem havia reparado que estava exausta, não até aquela noite quando se deitou ao lado de Sayen, quando seu corpo finalmente relaxou e ela pode sentir todos os seus músculos e ossos doerem, não quando sua garganta se fechou ao olhar para o corpo maribondo ao seu lado, não quando Sayen deu uma risada fraca enquanto olhava para o céu acima delas.
"- O céu aqui é tão lindo" _ Sayen sussurrou deitada ao lado de Ethel, os olhos presos na enorme bola no céu.
"- É." _ Ethel balbuciou, sua voz não passando de um sussurro quebrado.
"- Ele gostava de você." _ os olhos de Sayen se encheram de lágrimas.
"- O que?" _ virou sua cabeça para encara-la.
"- Alden... ele disse que você tinha um gene espirituoso." _ deu uma risada.
"- Ele estava errado." _ Ethel sussurrou.
"- Não! Ele não estava." _ negou. "Alden não sabia de muitas coisas, mas isso... disso ele estava certo." _ estendeu a mão para a amiga. "Me de sua mão." _ Ethel estendeu sua mão para Sayen, essa que puxou a faca da bainha que ficava ao lado de sua cintura, com uma só passada ela cortou a mão de Ethel.
"- Au! Por que fez isso?" _ reclamou levemente pela dor repentina, Sayen passou a lamina na palma de sua mão.
"- Viu?" _ pôs a mão ao lado da mão de Ethel. "O meu sangue é vermelho, o seu é azul."
"- Isso não quer dizer nada." _ entrou na defensiva.
"- Você é mais do que uma pessoa normal, e sabe disso, é por isso que eles te querem" _ tossiu, algo que fez Ethel se sentar. "porque você tem algo que eles não podem ter."
"- Sangue azul?" _ riu.
"- O sangue azul de Pandora."
[ ... ]
Ainda estava escuro quando Sayen teve outro de seus colapsos, ela tossiu até o sangue tomar conta de sua máscara, ela se encolheu no chão de dor e chorou como uma criança de colo.
"- Eu não sei o que fazer" _ Ethel sussurrou encarando a amiga, com medo de toca-la e poder a machucar ainda mais. "Por favor, me diga o que fazer!" _ suplicou em pavor.
"- Me abrace, por favor." _ Sayen a encarou em dor.
"- O que?"
"- Me abrace, ninguém nunca fez." _ soluçou.
Ethel se moveu até a mesma e com cuidado a acomodou em seu colo, seus braços passaram ao redor de seu corpo, Sayen soluçou enquanto deitava a cabeça no ombro da amiga.
"- Eu não sei o que fazer." _ Ethel deitou a cabeça na raiz da árvore, soluços embalaram seu corpo enquanto ela sentia Sayen ficando cada vez mais distante. "Por favor, me mostre uma luz... por favor!" _ suplicou. "POR FAVOR TENHA MISERICÓRDIA!"
"- Eu te amo, Ethel." _ a voz distante de Sayen soou por seus ouvidos, Ethel sentiu o corpo da mesma pender.
"- Não." _ Ethel sussurrou.
Um grito saiu dos lábios da garota, toda a dor, raiva e angústia sendo jogados em uma somente voz, aquilo não ajudou, ela sabia disso, mas algo precisava sair.
BLUE BLOOD; 05 janeiro 2023
votos e comentário são muito importantes pra continuação da história.
ok! Eu vou terminar o ato um amanhã, acho que já foi muita emoção pra um dia só.
até amanhã amores :)
Oh! Aliás, vocês gostam de Crônicas de Nárnia? Porque eu tenho uma fic do Edmundo nos rascunhos e queria saber se vocês gostam e se estivessem interessados em ler. Se sim, vocês querem que eu marque vocês no prólogo quando eu postar?
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𝗕𝗟𝗨𝗘 𝗕𝗟𝗢𝗢𝗗 ; neteyam ✓
أدب الهواة---------- ❝𝐚𝐯𝐚𝐭𝐚𝐫 𝐜𝐚𝐦𝐢𝐧𝐡𝐨 𝐝𝐚𝐬 𝐚́𝐠𝐮𝐚𝐬❞ Indivíduo Número 114 Ethel, a jovem meta-humana criada pela cientista Eleena. Desde pequena veio a apresentar suas habilidades, entre eles ser a única na espécie humana capaz de...
