ETHEL SABIA que isso seria algo crucial e que faria ela se arrepender em um futuro bem próximo, porém ela sentiu a culpa lhe corroer como uma doença lenta, então lá estava a garota; a mochila com suprimentos suficientes para as duas, uma arma roubada do estoque em mãos e uma das máscaras de oxigênio em mãos; abrindo a porta do quarto que Sayen dormia ela viu o corpo da mesma deitado na cama, fechando a porta atrás de si ela entrou no cômodo.
"- Acorde." _ Ethel a balançou levemente, um resmungo saiu dos lábios da jovem e ela abriu os olhos, se virando ela encarou a invasora.
"- O que está fazendo aqui?" _ Sayen questionou de forma sonolenta, uma expressão confusa no rosto.
"- Você disse que não queria morrer aqui" _ Ethel resmungou de forma afobada. "Então vou ter certeza de que você não morra aqui."
"- Do que tá falando?" _ se sentou na cama, Ethel foi até os sapatos do outro lado e entregou a mesma.
"- Eu vi a fita, ok?" _ encarou a mesma que amarrava os cadarços. "Vamos sair daqui, antes que eu me arrependa."
"- Que fita?" _ Sayen foi até a mesa pegando seu casaco.
"- Dia 22, quando eu estava na bacia." _ rolou os olhos. "Ver o mar? É o que você quer?" _ Sayen concordou levemente. "Então vamos procurar o mar."
"- Por que está fazendo isso?" _ questionou indo até a mesma, Ethel lhe entregou a máscara.
"- Se quiser eu posso voltar pro meu quarto e..."
"- Não!" _ foi rápida ao falar, Sayen sorriu. "Eu quero fazer isso."
"- Vamos nessa."
O corredor do laboratório ficava assustador a noite, algumas luzes de cor azulada piscavam de forma que deixava o local silencioso em um tom assustador, uma vez ou outra algo estalava fazendo elas olharem para trás chegando se ninguém havia as visto.
A missão de sair do laboratório foi bem sucedida quando elas abriram a porta da entrada e correram para o lado de fora, onde um enorme cercado de cerca as esperava, aquilo era muito mais do que somente um laboratório, era uma prisão que mantinha o que tinha do lado de dentro ali, e o que tinha do lado de fora lá.
"- E agora?" _ Sayen olhou ao redor em pânico.
"- Eles me obrigam a vir aqui fora todos os dias" _ explicou. "Pra poder me acostumar com o ar de Pandora." _ começou a caminhar, desviando das câmeras que ela sabia que tinha ali. "Fique encostada na parede, eles tem olhos por todos os lados."
"- Ok!"
"- Vê aquela pedra perto do cercado?" _ a encarou por cima do ombro, Sayen concordou com um aceno leve. "Aquele é o nosso convite para sair daqui."
"- Como assim?"
"- Eu meio que surtei uma vez e fiz um buraco na cerca." _ fez uma leve careta. "Não tenho orgulho disso, mas eles não conseguiram fechar."
"- Você é um gênio!" _ Sayen deu uma risada.
"- Pronta?" _ Ethel olhou ao redor.
"- Pronta!"
"- Corra!"
Ethel correu até a grande pedra, Sayen atrás dela, com esforço a garota conseguiu mover a pedra e deu espaço para Sayen se arrastar até o outro lado, quando a garota passou Ethel lhe entregou a mochila e arma, se arrastando por baixo do cercado ela sentiu a terra contra seu corpo, húmida e levemente pegajosa por conta da leve garoa; não demorou muito para o alerta Laranja soar, fuga, elas foram pegas fugindo.
"- CORRA, SAYEN!" _ Ethel exclamou a empurrando levemente, Sayen correu enquanto Ethel pegava a mochila e a arma do chão. "NÃO OLHE PRA TRÁS."
"- NÓS VAMOS MORRER!" _ Sayen exclamou mais a frente.
"- CALE A BOCA E CORRA!"
As duas garotas se esconderam em uma distancia grande do laboratório, as grandes raízes de uma das arvores abriram um buraco no chão que fez elas entrarem e, em silêncio, ficarem ali por um tempo ótimo até toda aquela caça terminar; a adrenalina se acabando e o cansaço fez as duas meninas dormirem, ali mesmo, entre folhas e raízes.
[ ... ]
Ethel sentiu seus olhos arderem levemente quando uma luz forte passou pelas raízes, de primeiro ela pensou que fossem os homens, algo que fez ela entrar em desespero e seu cérebro entrar em alerta, a arma apertando em suas mãos, porém quando ela viu os raios do sol seu corpo relaxou e ela suspirou enquanto seu cérebro e coração tentava desacelerar.
"- Sayen... nós" _ sua voz morreu quando ela não viu a garota ao seu lado, em nem um local dali. "Sayen?" _ chamou se arrastando para fora das raízes, só para ver a garota parada no meio das folhagens, os olhos hipnotizados nos raios que passavam por entre galhos e folhas espessos.
"- É tão lindo." _ Sayen sussurrou, os olhos fechados.
"- O que está fazendo?"_ questionou de modo divertido.
"- Isso é a primeira vez que eu saio daquela gaiola." _ encarou a mesma. "Sabe como é a sensação?"
"- É... eu meio que sei." _ sorriu em uma linha fina. "Olhe, nós ainda estamos perto do laboratório, acho melhor irmos mais a fundo, ok?"
"- Ok!" _ sorriu. "Podemos comer depois?"
"- Vai conseguir ficar sem a máscara?" _ questionou preocupada.
"- Eu dou o meu modo, por comida? Eu faço qualquer coisa." _ brincou.
"- Idiota!" _ Ethel rolou os olhos e começou a abrir caminho, ela olhou por cima do ombro ao ver que Sayen não a seguia. "Vai vir ou não?"
"- Estou indo!"
As duas meninas fugiam do laboratório que foram condenadas a vida toda, mas, elas esqueceram que a floresta não era delas, e que naquele momento elas estavam sendo observadas pelos nativos do local, aqueles que faziam de Pandora um mundo habitavel.
BLUE BLOOD; 03 janeiro 2023
votos e comentários são muito importantes para a continuação da história.
okay! Começou a parte de Pandora.
vocês querem um capitulo com o ponto de visão de um dos Sully?
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𝗕𝗟𝗨𝗘 𝗕𝗟𝗢𝗢𝗗 ; neteyam ✓
Fanfiction---------- ❝𝐚𝐯𝐚𝐭𝐚𝐫 𝐜𝐚𝐦𝐢𝐧𝐡𝐨 𝐝𝐚𝐬 𝐚́𝐠𝐮𝐚𝐬❞ Indivíduo Número 114 Ethel, a jovem meta-humana criada pela cientista Eleena. Desde pequena veio a apresentar suas habilidades, entre eles ser a única na espécie humana capaz de...
