Cinco

255 31 34
                                    

Osasco - SP, Brasil
18 de fevereiro, 2015

── Cuidado, Rapunzel.

Dona Sônia alertou a neta, que estava se preparando pra ir a escola.

── Tá bom, vovó.

── Sarah!

Elas duas ouviram Antony gritando do lado de fora.

── Tenho que ir, tchau vó. Te amo.

Ela foi até a mais velha e deixou um beijo na mais velha, foi até a fruteira e pegou duas maçãs, logo saindo de casa.

── Toma, hoje você não morre de fome na hora de entrar na escola.── a garota jogou uma maçã pra Antony, que agarrou a fruta.── Achei que uma fruta não iria matar sua fome de dragão, ai eu trouxe bolacha também.

── O povo vai tudo pedir.

── A gente se esconde pra comer.

── Só pra comer ou...

── Para de ser tarado, Antony Matheus!── Sarah riu alto e o menino a seguiu.

Depois do beijo na frente da casa dela, eles ficaram de beijinhos durante o tempo todo, sempre que se viam eles se beijavam em algum momento. Os dois se sentiam bem com isso, gostavam de estar um com o outro, e ainda mais dessa forma.

── Hoje é a final daquele campeonato que eu e os 'moleque tinha organizado, vai vir me ver arrasar né?

── Vou tentar, vou ficar estudando pra faculdade de fisioterapia.

── Mas você ainda tem quinze anos, vai viver e para de pensar só nisso!── Antony comentou indignado.

── É, Antony. Eu só penso nisso por que é o meu sonho. E o seu sonho envolve viver! Você se diverte, corre, grita, perde o tampão do dedo do pé. E o meu envolve ficar em casa enfiada em livros e vídeos de especialistas no assunto.── Sarah falou dura.── e eu amo isso! mesmo que seja cansativo, eu sei que vai valer a pena esse tempo todo estudando, por que daqui uns anos, eu vou estar tratando de um clube de futebol enorme, e eu sei disso.

── Tudo bem, desculpa. Não deveria ter falado isso, mas seria muito bom ter a minha melhor amiga me vendo jogar. E você sabe que eu queria muito você lá, tanto que só falei disso a semana inteira.

É verdade, durante toda a semana Antony só falava do campeonato para Sarah, e em como era importante ela estar lá. A garota havia assistido todos os jogos do campeonato, sempre analisando a postura e desenvolvimento dos meninos. Bom, ela tinha realmente um amor pela fisioterapia.

O jogo iria acontecer no campinho abandonado, mais conhecido como o ponto de paz de Sarah e Antony.

── E eu vou, vou ver todos os seus jogos quando eu não estiver estudando, sabe que depois dos estudos você é o que eu mais dou atenção, eu te amo, cara!

── Eu também te amo.── riu fraco.

Pode ser estranho eles falando que se amam, quando estão tendo um caso. Mas ambos sabiam que aquele "eu te amo" estava vindo de anos de amizade, que não vai mudar por beijos.

DESTINADOS | Antony SantosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora