04 - Gustavo Lira

209 19 9
                                    

Gustavo Lira

Levanto da cama e deixo a loira lá por enquanto, mas daqui a pouco a acordarei para que ela possa voltar para a sua casa, não durmo com mais nenhuma mulher, tomei isso como regra há muito tempo, não quero mais me iludir, já tive minha cota de atitudes idiotas na vida e me envergonho demais daquele período da minha vida.

Saio pelado para a sacada do meu quarto, olho a noite movimentada da cidade, acho bonita a vista que tenho, mas não iria conseguir morar aqui, é quente demais, pelo menos mais que em Vegas, meu desejo mesmo é voltar para casa.

Mais dona Leticia disse que só posso frequentar nossa casa depois que eu melhorar meus modos, não entendo que modos são esses, sorrio lembrando de minha mãe, sei que fiz péssimas escolhas e magoei muito toda a minha família.

Eduardo é o único que não se mete na briga que tive com meus pais, ele entende os dois lados, sei que ele não quer ficar no meio dessa briga que minha mãe criou entre nós dois, mas sinto falta de todos eles, fico triste por estar perdendo o crescimento do Adam e da nossa princesinha Helena.

Sinto uma brisa e me deixo voltar para os dias que passei com aquela medrosa, tento mudar os rumos dos meus pensamentos, mas nem sempre consigo.

Os flashes daquela nossa última noite que ficamos juntos, como cada uma de nossas carícias teve um peso de despedida, as lágrimas começam a se formar em meus olhos e seco antes que elas molhem o meu rosto.

— Que tal procurar uma ajuda psicológica e tentar entender o porquê não a esquece, ou melhor, ir atrás dela! — Olho para trás e percebo a loira toda descabelada na porta da varanda enrolada no lençol.

— Porque não sei onde ela está e nem sei se realmente quero encontrar com aquela mulher novamente. — Ela se senta na espreguiçadeira e fica me olhando.

— Te dou uma hora grátis, se quiser, esqueci de te falar, mas sou terapeuta. — Ela solta uma risada gostosa e olho para ela com cuidado, porque é tão difícil me apaixonar por outra mulher como sou por aquela medrosa.

— Não sei se quero falar, mas como sabe que têm alguma mulher no meu passado? — Ela bate no espaço do lado dela e vou andando meio receoso.

— Você me chamou de Vanessa mais de três vezes e depois me acusou de ser medrosa. — Abaixo minha cabeça e fico envergonhado.

— Me desculpe, a história é bem complicada para mim... — Viro meu rosto para as estrelas e dessa vez deixo que a lágrima escorra. — Por que não foi embora quando troque seu nome?

— Nenhuma história para mim que sou terapeuta é complicada, estou aqui para te ajudar a entender o caminho e a solução do que acontecerá. — Olho para a mulher que nem me lembro o nome. — Só para decorar me chamo Elizabeth, mas os mais íntimos podem me chamar apenas de Liza e, não fui embora por que há muito tempo eu não tinha um orgasmo tão maravilhoso como o que você me deu. — Caímos na gargalhada.

Assim que paramos de rir, volto a olhar para as estrelas que estavam deixando o céu tão lindo, respiro fundo e deixo que a verdade saia de mim.

— Me apaixonei por essa mulher de uma forma que não conseguia compreender na época, deixei muita coisa para trás para que ela se sentisse segura, mas descobri que não era o suficiente, meses depois a achei em outro país e ela estava linda grávida, mas de outro homem. — Ela franziu as sobrancelhas e tento explicar. — Sei que não era meu, porque a última vez que tivemos juntos não bateria com o tamanho da barriguinha de grávida que ela estava.

Solto um suspiro pesado, fecho os olhos e me deixo lembrar daquele dia.

— A Vanessa é a mulher mais linda que já tive o prazer de conhece Liza, desejei durante muitos meses que aquele bebê fosse meu, mas com o passar do tempo tudo foi mudando dentro de mim, me tornei o que você está vendo aqui. — Olho para ela e seu rosto estava tranquilo.

A COLOMBIANA "AMAZON"Where stories live. Discover now